A Renda de Bilros
A Renda de Bilros é uma das principais manifestações de artesanato do litoral norte de Portugal. É uma arte antiga, os primeiros documentos a fazer referência às rendas remontam ao século XVII. No entanto, acredita-se que já eram elaboradas anteriormente, e sejam uma evolução das rendas que os Fenícios difundiram, por via das suas trocas comerciais em tempos longínquos.
A linha com que elabora as rendas é enrolada no bilro, um artefacto de madeira em forma de pera alongada, que deu o seu nome a este saber. Depois a linha é sucessivamente cruzada com a ajuda de alfinetes e do pique, um cartão onde é decalcado o desenho, e ainda uma almofada cilíndrica usada para sustentar o trabalho ao longo da sua execução. As rendas de bilros eram por tradição um entretém para as mulheres, enquanto os homens estavam fora na faina, e a sua venda sempre ajudava um pouco a melhorar o baixo orçamento familiar. A segunda metade do século XIX é particularmente importante para este artesanato, pois nessa época atinge o auge da sua veia artística. Foram criadas escolas e oficinas, onde as crianças podiam começar a aprender o ofício logo aos quatro anos de idade.
A Renda de Bilros possui grande importância no património cultural das comunidades piscatórias localizadas a norte do país, como prova o dizer antigo, “onde há redes há rendas”. Em Vila do Conde existe o Museu das Rendas de Bilros, um espaço criado para promover e divulgar este legado artístico, possui uma exposição permanente, onde destaca não só as rendas, mas também toda a actividade relacionada com as mesmas.