Birdwatching - Melhores locais, parte I

1. Serras da Peneda e Gerês

Serras da Peneda e Gerês
Melro d'água (Cinclus cinclus), fotografia por José Valente Ferreira

O Parque Nacional da Peneda Gerês é um dos mais sublimes espaços de Portugal, reconhecido internacionalmente e parte integrante da Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO. Esta é uma area de considerável vastidão, na sua maioria composta por por zonas montanhosas florestais, planalto e pastagens de altitude, assim, o Gerês é um dos melhores locais para a observação de aves em território nacional, excepto durante o inverno, quando o frio e as condições climatéricas adversas fazem com que a maioria das aves abandone as zonas de maior altitude.

Algumas espécies europeias nidificam por aqui, como são os casos do chasco-cinzento, cartaxo-nortenho, tordo-pinto, picanço-de-dorso-ruivo, dom-fafe e escrevedeira-amarela. Podemos também econtar por aqui a águia-caçadeira, o mocho-d’orelhas, o melro-d’água, o melro-das-rochas, a toutinegra-do-mato e a felosa-de-papo-branco.

2. BioRia de Estarreja

BioRia de Estarreja
Guarda-Rios (Alcedo atthis), fotografia por José Valente Ferreira

No distrito de Aveiro encontramos excelentes locais para a prática de observação de aves, Estarreja destaca-se pelo Projecto Bioria, um programa de conservação da natureza e da biodiversidade que pretende celebrar o património natural ímpar que o concelho possui. São quilómetros e quilómetros de fantásticas paisagens ripícolas, onde a fauna e a flora assumem o papel principal.

Esta região abriga inúmeras espécies autóctones, algumas delas raras e ameaçadas. Encontramos diversas aves onde se destacam a Garça-vermelha, a Águia-sapeira, o Guarda-rios, o Garçote, o Colhereiro, e Coruja-do-Nabal

Ao dispor do público existem vários percursos pedestre para conhecer melhor este singular património natural, destacamos o Percurso do Salreu, um itinerário de natureza circular, com início e fim marcados junto ao Centro de Interpretação Ambiental do Projecto Bioria que nos transporta por campos de arroz, sapais, juncais e caniçais, acompanhados pelo Rio Antuã e pelo Esteiro de Salreu.

Este trilho é composto por cerca de 8 quilómetros de distância, com uma duração de cerca de duas horas e meia e está equipado com painéis informativos e estruturas de apoio ao longo de todo o itinerário.

3. Reserva Natural da Faia Brava

Reserva Natural da Faia Brava
Grifo (Gyps fulvus), fotografia cedida por Territórios do Côa

A Reserva da Faia Brava é uma área protegida, com enfase para a classificação de Zona de Protecção Especial (ZPE) para Aves do Vale do Côa. Cerca de 130 espécies de aves foram catalogadas no Vale do Côa, o que tornou esta região num local de excelência para a observação de aves. De realçar a presença de espécies rapinas como a águia de Bonelli (Aquila fasciata), a águia-real (Aquila chrysaetos), o britango (Neophron percnopterus) e o abutre-negro (Aegypius monachus).

O rio Côa é um dos cursos de água menos poluídos em todo o território nacional e o seu leito prima pela sua pureza. Esta região assume um papel muito importante na conservação da flora autóctone e integra a Zona de Intervenção Florestal de Algodres e Vale de Afonsinho. Possui a maior mancha de sobro e azinho do distrito da Guarda e grandes extensões de rosmaninho. Alberga ainda um grande número de exemplares de carvalho-português.

4. Parque Natural do Douro Internacional

Parque Natural do Douro Internacional
Milhafre Preto (Milvus migrans), fotografia por José Valente Ferreira

O O Parque Natural do Douro Internacional estende-se junto ao troço fronteiriço do Rio Douro. As suas margens escarpadas são lugares de uma beleza monumental e que também servem de abrigo a um grande numero de aves, algumas delas ameçadas, que encontraram nestes rochedos o sitio ideal para nidificar. A roximidade das explorações agrícolas e pecuárias também atrai os animais a esta zona, pois torna mais fácil a sua alimentação.

Aqui destaca-se o Britango, escolhido como símbolo do parque, no entanto podemos econtrar muito mais espécies com destaque para a cegonha-preta, o milhafre-real, e as águias real e perdigueira. Entre as aves de pequeno porte são comuns  cuco-rabilongo, o andorinhão-real, o abelharuco, a toutinegra-real, a toutinegra-de-bigodes, o papa-figos e a gralha-de-bico-vermelho.

5. Arquipélago dos Açores

Arquipélago dos Açores
Painho-de-monteiro, fotografia por Tânia Pipa, SPEA

Do ponto de vista da biodiversidade, os Açores são um importante santuário para inúmeras espécies de aves cujas rotas migratórias por lá passam e também para espécies endémicas, como por exemplo o painho-de-monteiro, uma pequena ave que apenas nidifica no arquipélago dos Açores, eleito Ave do Ano 2021, numa votação online promovida pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

A posição central dos Açores no Oceano Atlântico Norte confere ao arquipelago uma localização excelente para as aves descansarem ou mesmo nidificara durante as suas longas migrações e os Açores são conhecidos internacionalmente como destino para a observação de aves. Para além do Painho-de-monteiro, por aqui também encontramos o Priolo, uma das aves mais raras da Europa e endémica de uma pequena zona da Ilha de São Miguel, o Canário-da-terra, o Tentilhão, a Estrelinha e mesmo Milhafres.

Os Açores são ainda um dos mais importantes lugares a nível mundial para a nidificação de Cagarros.Existem vários projectos nacionais e internacionais dedicados a proteger as aves presentes no arquipélago, contando todos com o apoio da SPEA.