Birdwatching - Melhores locais, parte II

1. Portas de Ródão

Portas de Ródão
Cegonha preta (Ciconia nigra), fotografia por José Valente Ferreira

As Portas de Ródão abrigam a maior colónia de grifos do país e contam ainda com a presença assídua de outras espécies de aves, algumas delas raras como por exemplo a cegonha-preta, milhafre real, abutre-preto ou a águia perdigueira. Assim, uma visita às Portas de Ródão oferece-nos a oportunidade de conhecer um dos mais fantásticos geomonumentos do  Geoparque Naturtejo e permite desfrutar do birdwatching em toda a sua plenitude.

Este gigantesco geomonumento é considerado um dos mais importantes entre os existentes em Portugal. As portas consistem numa gigantesca garganta que o Tejo escavou por entre as margens quártzicas da serra do Perdigão. O estrangulamento do caudal lembra umas portas para um novo mundo. Devido ao seu inquestionável valor nos campos geológico, paisagístico, arqueológico, histórico e biológico, as Portas de Ródão foram classificadas como Monumento Natural em 2009.

2. Parque Natural do Tejo Internacional

Parque Natural do Tejo Internacional
Milhafre real (Milvus milvus), fotografia por José Valente Ferreira

O curso do Tejo e dos troços finais do indomável Erges, Ponsul e da Ribeira do Aravil, seus afluentes que desaguam no seu caudal por estas bandas, são habitados por várias espécies peixes ameaçados e endémicos da Península Ibérica. A presença constante de alimento e as características únicas das margens escarpadas dos rios e áreas envolventes atraem a esta zona um grande número de aves que por aqui nidificam e se alimentam. Os fãs do birdwatching encontram no Parque Natural do Tejo Internacional um verdadeiro paraíso, traga o equipamento adequado e com certeza tirará fotos memoráveis! O birdwatching consiste na observação de aves em habitat natural, esta actividade ligada à natureza atrai cada vez mais praticantes. Entre as espécies mais importantes que podemos encontrar no parque destacam-se a a águia-imperial (Aquila adalberti), a águia-real  (A. chrysaetos), a águia-de-bonelli  (A. fasciata),, o abutre-preto  (Aegypius monachus), , o abutre-do-egipto  (Neophron percnopterus), a cegonha-preta (Ciconia nigra símbolo do parque), o chasco-preto  (Oenanthe leucura) e o milhafre-real (Milvus milvus).

3. Sagres

Sagres
Águia-calçada (Aquila pennata), fotografia por José Valente Ferreira

Localizada no extremo sudoeste de Portugal, a península de Sagres é um dos melhores locais do país para a observação de aves.  Devido à sua localização geográfica este lugar regista um elevado numero de aves migratórias, sobretudo entre Agosto e Novembro, sendo uma importante zona de passagem de aves marinhas em trânsito entre o Atlântico Norte, o Atlântico Sul e o Mar Mediterrâneo e também de aves de rapina a caminho de áreas de invernada na África subsariana. No total existem mais de 250 espécies cuja presença foi registada em Sagres.

A maioria das aves presentes nesta região são principalmente planadoras e passeriformes, é aconselhável recorrer às primeiras horas de luz para conseguir observar um maior numero de espécies e a possiblidade de encontrar espécies raras em Sagres é algo que devemos ter sempre presente. Sagres acolhe em Outubro o Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza de Sagres​, o maior evento de birdwatching em Portugal, que já conta com 12 edições realizadas.

4. Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António

Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António
Flamingos-comuns (Phoenicopterus roseus), fotografia cedida por município de Castro Marim

Entre o centro de Castro Marim e Vila real de Santo António existe um dos mais preciosos tesouros do sotavento algarvio, a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Foi a primeira reserva natural a ser criada em Portugal, a sua classificação como área protegida data de 1975.

A poucos quilómetros da sua foz, as águas do Guadiana estendem-se por uma zona de sapal que dá abrigo a numerosas espécies de aves. São cerca de dois quilómetros de zona húmida, composta por ramificações de pequenos cursos de água provenientes do Guadiana, que originam sapais salgados, corpos de água salobra, salinas e esteiros.

O Sapal de Castro Marim é um local de passagem, invernada e nidificação de numerosas espécies de aves aquáticas adquirindo, assim, um interesse ornitológico inquestionável. Tem também uma importância fulcral para a reprodução de várias espécies de peixes e inúmeros bivalves.

5. Madeira

Madeira
Tentilhão da Madeira (Fringilla coelebs madeirensis), fotografia por Unamlie

Devido à sua localização e ao ecossistema extremamente rico, o Arquipélago da Madeira é um excelente destino para a observação de aves, nestas ilhas encontramos 42 espécies que aqui nidificam e algumas espécies endémicas à Macaronésia que apenas existem na Madeira.  As aves endémicas podem ser avistadas durante todo ano, no entanto, as melhores épocas para esta prática são a Primavera e o Outono, periodos durante os quais a probablidade de encontar espécies migratórias raras são maiores.

O arquipélago possui várias reservas naturais e espaços propicios, contudo, Porto Santo e as Ilhas Desertas são apontadas como os melhores destinos para a observação de aves na Madeira. O tentilhão (fringilla coelebs madeirensis), o bis bis (regulus ignicapillus madeirensis), o papinho (erithacus rubecula rubecula), a lavandeira (motacilla cinerea schmitzi) e a Freira da Madeira (pterodroma Madeira) são algumas das aves mais icónicas desta região.