Sabia que Portugal tem seis Capelas dos Ossos?

A Capela dos Ossos de Évora é a mais conhecida e maior das capelas dos ossos existentes em Portugal. Quase tão celebre como este monumento é a inscrição à entrada: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”.  Foi construída no século XVII, e pretendia lembrar aos crentes a efemeridade da vida. A arte barroca predomina neste espaço.

As paredes do espaço encontram-se, juntamente com os pilares, revestidas por milhares de ossos e crânios humanos. As ossadas são provenientes de antigos sepulcrários ligados ao convento. O tecto abobadado está decorado com frescos que representam passagens bíblicas, símbolos cristãos e os instrumentos da Paixão de Cristo. As pinturas datam de 1810. À entrada observamos ainda um painel de azulejos, da autoria de Siza Vieira, acerca do milagre da vida e a sua contraposição ao tema da morte.

A Capela dos Ossos é parte integrante da Igreja de São Francisco de Évora que se encontra classificada como Monumento Nacional e é um dos monumentos mais visitados na cidade de Évora.

A Capela dos Ossos de Lagos encontra-se anexada à Igreja de São Sebastião.  A edificação principal é um belo exemplar de arquitetura religiosa, composta por três naves, separadas através de arcos de volta perfeita. No interior da igreja predomina o estilo barroco, a sua construção data do século XV.

Numa das laterais do templo está a Capela dos Ossos. O espaço, apesar das dimensões reduzidas, é bastante rico do ponto de vista arquitetónico. As ossadas preenchem todo o tecto, este é curvo e de dupla arcada, assente em colunas retangulares. As paredes à volta das colunas estão também ladeadas por ossos humanos, com destaque para os crânios colocados frontalmente. No altar sobressai um interessante retábulo em barroco joanino, com uma tela pintada no centro de motivos religiosos.

A Capela dos Ossos de Campo Maior é a segunda maior do país, encontra-se adjacente à Igreja Matriz da cidade. A sua construção data de 1766, foi erguida em memória das vítimas da explosão do paiol da pólvora de 1732, uma tragédia que dizimou mais de dois terços da população de Campo Maior.

O interior da capela é composto por uma nave única, toda ela coberta por ossadas das vítimas da tragédia. A arquitectura é tipicamente barroca, à semelhança das outras capelas dos ossos. Encontram-se expostos dois esqueletos completos nas laterais, que provocam um grande impacto visual. O altar mor possui um nicho envidraçado, onde sobressai um crucifixo por entre as ossadas presentes.

A Capela dos Ossos de Monforte é a mais pequena destas edificações existentes em Portugal. Tem uma área de pouco mais de quatro metros quadrados, no entanto, a espetacularidade do espaço é enorme. O seu interior encontra-se repleto de crânios humanos, intercalados por ossadas, que conferem um ambiente profundamente macabro ao local. No centro sobressai um pequeno altar mais convencional decorado com velas e imagens católicas.

A capela está anexada à Igreja Matriz de Monforte e foi construída no século XVIII. Por cima da porta de acesso ao exíguo espaço, encontramos um crânio humano sobreposto a dois ossos humanos, que funciona como um prenúncio daquilo que encontramos no seu interior.

A capela dos ossos de Alcantrilha, em Silves, encontra-se anexada ao lado sul da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, datada do século XVI.

A Capela também foi edificada no século XVI, o seu interior encontra-se ornamentado com mais de 1500 ossadas humanas. Destacam-se visualmente os crânios à volta do centro do altar, onde uma imagem de Jesus Cristo crucificado contrasta com o cenário macabro à sua volta.

Existe um mito de que as ossadas da capela seriam de frades Jesuítas que outrora surgiram nesta região, no entanto, não há provas concretas de tal. A Capela dos Ossos de Silves é parte integrante da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, edifício classificado como Imóvel de Interesse Público.

A Capela dos Ossos de Faro localiza-se junto ao exterior da Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Faro. A igreja principal é um belo monumento de arquitetura barroca, com decorações interiores de ouro, proveniente do Brasil. A sua construção foi terminada no início do século XVIII, sob o reinado de D. João V.

Apesar da beleza presente na Igreja construída pela Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, é a pequena Capela dos Ossos a atração principal do espaço. O solo está repleto de sepulturas, pois o local foi em tempos idos um cemitério. Ao entrar na exígua capela encontramos mais de mil ossadas humanas, sobretudo crânios e tíbias, cuja disposição culmina num altar com uma imagem de Cristo.

Diz-se que os restos que por ali repousam pertencem aos antigos monges carmelitas, expostos para lembrar o povo da efemeridade da vida humana.