Grande rio, enorme património - Uma rota pela cultura à volta do Mondego

Grande rio, enorme património - Uma rota pela cultura à volta do Mondego
Vista sobre o Mondego, fotografia: Município de Tábua

Por esta rota existe imenso para visitar, desde museus a castelos, assim como outros espaços cheios de história e interesse patrimonial. Diversidade e encantos não faltam enquanto descemos as Beiras ao lado do nosso Mondego.

Pela serra e arredores

O pão sempre fez parte da gastronomia portuguesa. Seia, ciente disso, dedicou-lhe um museu, o complexo edificado é um dos maiores do mundo dedicados a este alimento. Não só para miúdos, mas também para graúdos, uma visita ao Museu do Brinquedo, é aconselhável. A sua coleção possui cerca de 4500 brinquedos provenientes de diversos países e época variadas.

Agricultura e pastoreio sempre estiveram patentes no modo de vida levado pelos habitantes da Serra da Estrela e arredores. Celorico da Beira possui o Museu do Agricultor e do Queijo, criado com o objetivo de transmitir às gerações atuais e também futuras as dificuldades e desafios que as gentes da serra sempre ultrapassaram.

Museu do Agricultor e do Queijo, fotografia: Município de Celorico da Beira

A cidade da Guarda, durante a época medieval, albergou uma das mais importantes comunidades judaicas do país. A judiaria deste local ainda hoje possui traços de antigamente, uma zona peculiar e diferente, a lembrar a importância que os judeus tiveram em tempos no desenvolvimento da cidade. Considerada uma das mais emblemáticas igrejas de Portugal, a Sé Catedral é um edifício majestoso com uma arquitetura marcada pela combinação do gótico com o manuelino. Foi classificada como monumento nacional e é um dos locais mais visitados na cidade.

Fornos de Algodres concentra um importante património pré-histórico, o Dólmen de Corgas da Matança, que data do período neolítico. Ruínas medievais e romanas também foram encontradas na região, sendo que o município possui um roteiro turístico para quem quiser visitar os locais de maior interesse.

Acabou a serra, mas não o encanto

O santuário de Nossa Senhora do Castelo, localizado em Mangualde, possui no topo das suas imensas escadas a Igreja com o mesmo nome. Este é um monumento de arquitetura neoclássica, cuja importância levou a que o santuário fosse considerado monumento de interesse público em 2013.

Uma monumental escadaria de estilo barroco, imagens de madeira em tamanho real juntamente com as onze capelas da paixão de Cristo, estão presentes na Via Sacra construída no Santuário da Nossa Senhora das Preces em Oliveira do Hospital. As suas fontes, lagos, assim como a flora presente, merecem também a atenção dos visitantes.

Santuário de Nossa Senhora das Preces, fotografia: Município de Oliveira do Hospital

A história do homem e do Mondego cruzam-se em Carregal do Sal, o Dólmen da Orca é um dos vários vestígios do megalítico existentes no concelho, que foi classificado como monumento nacional. O circuito Pré-Histórico Fiais/Azenha permite aos seus visitantes percorrer uma rota ao longo destes achados milenares.

Descemos o Mondego até Santa Comba Dão. A Ponte sobre a Ribeira das Hortas chama a si as atenções no largo do município, apesar de não confirmada, crê-se que a sua origem seja Romana. Foi reconstruída em 1735. De arquitetura barroca e com construção datada do século XVIII, a Igreja Matriz de Santa Comba Dão, com as suas duas imponentes torres sineiras, é mais uma atração no município.

Do Baixo Mondego à sua foz

Mas não há só paisagens de cortar a respiração em Penacova, o Mosteiro do Lorvão é considerado um dos mais antigos da Europa. Sofreu ao longo dos séculos várias mudanças que originaram uma mistura de estilos arquitetónicos, destacando o renascentista, o rococó e o barroco.

Mosteiro de Lorvão, fotografia: Município de Penacova

Coimbra sempre foi considerada uma cidade estudantil. A Universidade, fundada em 1290, é uma das mais antigas da Europa. A torre setecentista presente no Paço das Escolas é uma das suas referências, este edifício de beleza ímpar possui a entrada principal ornamentada ao estilo maneirista, com a imagem dos seus mecenas, D.Dinis e D.João III. Dotada de um património material e imaterial único, a Universidade de Coimbra foi classificada de património mundial.

O Jardim Botânico de Coimbra possui uma área superior a 13 hectares e alberga no seu interior espécies diversas, algumas bastante raras. Com origem no século XVIII, por iniciativa do Marques do Pombal, foi criado para complementar o estudo de História Natural e da Medicina, ministrado à época na Universidade de Coimbra.

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha é um monumento de estilo gótico com origens no seculo XIII. As inundações por via do aumento de caudal periódico do Rio Mondego, que afetavam o espaço constantemente, levaram à construção de um novo edifício no século XVII. Surgiu então o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, também apelidado de Convento Rainha Isabel de arquitetura barroca. Ambos os espaços são merecedores de uma visita.

Presente nas memorias de infância de várias gerações, o parque lúdico-pedagógico do Portugal dos Pequenitos é uma das principais atrações de Coimbra. Em funcionamento desde 1940, esta obra idealizada por Bissaya Barreto destaca-se pelas representações em miniatura de casas e monumentos do território nacional e países de expressão portuguesa.

Ao chegar a Montemor-o-Velho, o seu castelo surge imponente junto à margem do rio. Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910. Na Torre da Menagem encontramos vestígios da ocupação romana, o castelo acaba por sofrer grandes remodelações no século XIV, o que leva a que a maioria das suas construções actuais datem dessa época.

Castelo de Montemor-o-Velho, fotografia: Revista Descla

Famosa pela imensidão do areal das suas praias, a cidade da Figueira da Foz tem muito para mostrar, a Serra da Boa Viagem oferece paisagens e vistas extenuantes bem como agradáveis espaços de lazer aos seus visitantes, localizando-se apenas três quilómetros a norte da urbe. Edificado para ajudar à defesa da foz do Mondego em finais do século XVI, o Forte de Santa Catarina foi classificado como imóvel de interesse público, para além da sua curiosa estrutura triangular, pois a geografia assim o exigiu, destaca-se também o bonito farol construído em inícios do século passado.