Gruta de Alcobertas , um tesouro ainda pouco conhecido
A Gruta de Alcobertas está situada numa das encostas da Serra dos Candeeiros, mais concretamente junto à vila de Alcobertas, no concelho de Rio Maior, localidade que deu o seu nome à Gruta. Em 1878, o historiador Pinho Leal referiru esta galeria subterrânea na sua obra “Portugal Antigo e Moderno”, como sendo uma das mais bonitas grutas da Europa.
Este espaço subterrâneo possui uma extensão de 210 metros e em certos locais atinge os 9 metros de altura. A gruta é constituída por quatro galerias principais, chamadas de “Sala dos órgãos”, “Sala das estátuas”, “Sala da catedral” e “Grande salão”.
O interior da Gruta de Alcobertas destaca-se pelas formações rochosas de várias cores e transparências, e oferece uma experiência visual muito agradável aos seus visitantes. A sua fauna também é merecedora de atenção, por lá encontramos um pequeno crustáceo de nome Proasellus spinipes. Este invertebrado apenas vive em grutas e a sua alimentação depende da actividade dos morcegos, também presentes no espaço.
Por lá foram encontradas ossadas humanas juntamente com diversos artefactos, datáveis do Paleolítico Superior, que demonstram que a gruta serviu de abrigo ao Homem à cerca de 15 000 anos atrás. Também foram encontradas provas arqueológicas da sua ocupação durante o período Neolítico. Todos os achados são de grande importância histórica e encontram-se actualmente em Lisboa, no Museu dos Serviços Geológicos de Portugal.
As obras levadas a cabo na década de 70, para abertura ao público do espaço, danificaram alguns afloramentos. Após alguns actos de vandalismo, nomeadamente furtos de estalagmites e estalactites, decidiu encerrar-se a gruta em 1986.
Uma parceria da Federação Portuguesa de Espeologia com a Cooperativa Terra Chã permitiu reabilitar o espaço. Este belo local é hoje visitável através de marcação prévia e com acompanhamento de técnicos da Cooperativa Terra Chã, responsáveis pela preservação do espaço.