O valor do artesanato português

O valor do artesanato português
Fotografia cedida por: Associação de Artesãos da Serra da Estrela

O Homem, ao longo dos tempos, desenvolveu a capacidade de criar as ferramentas e os utensílios de que necessitava. Assim, podemos afirmar que o artesanato faz parte da história da humanidade, praticamente desde o seu início. Foi no período neolítico, ocorrido entre os anos 10 000 e 5000 a.C., que o ser humano aprendeu a trabalhar a pedra e a tecer fibras animais e vegetais, altura em que surgiram as suas primeiras criações.

Nos dias de hoje, nos quais a indústria e a produção mecanizada parecem ter retirado a essência e a alma de tanta coisa, o artesanato ganha expressão. As manifestações artísticas que nascem pelas mãos dos artesãos fazem mais sentido que nunca e são uma verdadeira materialização de cultura.

Cada região tem o seu artesanato, e este é como que um narrador da história do território que representa. O artesanato do litoral relaciona-se com a ligação das gentes ao mar, no interior surgiu como resposta à necessidade das pessoas lidarem com as adversidades naturais. Em certos locais recorda os povos que outrora por lá viveram, noutros celebra as singularidades dos lugares. O nosso artesanato é cultura, é história e acima de tudo faz parte de nós.

Apesar de tantas artes e ofícios antigos terem surgido por necessidade, actualmente, é a genuinidade dos produtos artesanais que os coloca tão em voga. Uma criação artesanal é sinónimo de qualidade e identidade própria, tal é amplamente reconhecido, como prova a certificação de tantos produtos. O verdadeiro artesanato utiliza recursos endógenos e surge pelas mãos de quem o domina e conhece como ninguém.

Cabe a nós e as futuras gerações manter vivo este património, não deixar cair em esquecimento estes saberes e artes antigas, que passaram de geração em geração. O artesanato é sem margem para duvidas uma das mais fiéis representações da cultura das populações.