Coimbra acolhe artistas de 5 países para "Dar a Ouvir" o som de todas as coisas

Coimbra acolhe artistas de 5 países para "Dar a Ouvir" o som de todas as coisas
Foto: DR

Entre 18 de Julho e 1 de Setembro, o Dar a Ouvir renova o convite à escuta atenta do mundo, através de um programa artístico que, em 2024, acolhe artistas de várias proveniências geográficas - Brasil, Eslovénia, Espanha, Portugal e Suécia - mas cujos trabalhos confluem no vasto domínio de investigação artística e académica em torno do som. Gil Delindro traz exposição “A Natureza não reza” a Coimbra.

 

Esta edição do projecto coorganizado pelo Serviço Educativo do Jazz ao Centro e pelo Convento São Francisco / Câmara Municipal de Coimbra contempla concertos, conversas, exposições, oficinas e performances sonoras que vão decorrer em vários espaços do Convento São Francisco e no Salão Brazil, unindo as duas margens através da ponte entre dois dos principais espaços culturais do Centro Histórico de Coimbra.

 

Esta edição aprofunda algumas das questões já presentes nas anteriores, nomeadamente através de um renovado interesse na escuta do não-humano. A paisagem sonora da cidade continua a ter um carácter central e fundacional, mas as representações sónicas dos ambientes urbanos e as comunidades humanas passam a partilhar o lugar de escuta com todas as outras coisas que compõem o mundo.

 

É precisamente esse o enfoque de um dos trabalhos que merece destaque na presente edição do Dar a Ouvir. “A Natureza não reza” é a primeira grande exposição individual em Coimbra do artista Gil Delindro, nascido no Porto e premiado internacionalmente pelas suas instalações e esculturas, onde mistura elementos orgânicos e captações sonoras provenientes de paisagens adversas. Para Delindro, “dizer que a Natureza não reza é acolher essa comunicação não-humana e dar-lhe um lugar de afecto, importância e reflexão. Em suma, trata-se de aceitar a nossa posição de vulnerabilidade, ao atribuirmos importância a algo que não pode ser totalmente compreendido através de conceitos verbais, sejam estes filosóficos, religiosos ou científicos”.

 

Abarcando vários trabalhos, já apresentados isoladamente em lugares como a Fundação de Serralves, o Festival Lisboa Soa e museus e festivais internacionais de referência, o carácter único desta exposição de Delindro torna-a um dos motivos mais fortes para visitar o Convento São Francisco durante o período em que estará patente, de 18 de Julho a 1 de Setembro.

 

“Se o não-humano, tal como o subalterno, pode falar, como o escutamos?” A pergunta a que Gil Delindro tenta responder guia igualmente o trabalho da artista sonora eslovena Petra Kapš, que vai apresentar no Dar a Ouvir o resultado da residência artística que fará na Aldeia do Xisto da Cerdeira, na Serra da Lousã. Petra Kapš especializou-se no campo da geoacústica, tendo um importante corpo de trabalho na confluência entre a arte sonora, a poesia, a performance e a arte radiofónica, desenvolvendo em vários contextos arquivos sonoros topográficos, intervenções no espaço público e explorações da memória através do som e da percepção.

A presença da artista eslovena é resultado de uma parceria que o Serviço Educativo do Jazz ao Centro mantém com a Associazione Culturale Interzona, uma organização italiana que organiza o Festival Liminaria, que possui muitas linhas em comum com o Dar a Ouvir. Assinalando a colaboração, Leandro Pisano, presidente da associação, estará também presente e participará de uma roda de conversa em que explicará, enquanto curador, como se desenvolveu o trabalho de Petra Kapš no Vesúvio, precisamente antes da sua residência na Cerdeira.

 

Nesta edição, o Dar a Ouvir inaugura, também, uma outra parceria internacional, desta feita com a Fundación Cerezales Antonino y Cinia, instituição cultural espanhola sediada em Cerezales Del Condado, uma pequena localidade a poucos quilómetros de Léon (Espanha). Sob proposta de Luis Martinez Campo, curador da Área de Som e Escuta da Fundación Cerezales Antonino y Cinia, o Dar a Ouvir acolherá uma residência artística da dupla Raquel G. Ibáñez e Ignacio Martínez, que apresentarão uma iteração da sua recente criação “Invoca Vento”, estreada recentemente em Cerezales Del Condado.

 

O MS02 (Mobiliário Sonoro) volta a ser disponibilizado ao público, contendo sons da cidade prontos a saltar das suas gavetas. MS02 (Mobiliário Sonoro 02) é uma instalação interactiva destinada à descoberta e interpretação de sons pertencentes ao Arquivo Sonoro do Centro Histórico de Coimbra (ASCHC), uma coleção de paisagens e marcos sonoros recolhidos pelo Jazz ao Centro Clube sob a direção artística de Luís Antero. Apresentado sob a forma de um armário e elemento pertencente a uma coleção de mobiliário-objectos sonoros desenvolvidos em torno do ASCHC, o MS02, a partir dos actos de abrir e fechar gavetas, propicia a exploração artística, lúdica e educativa do arquivo.

 

Num registo diferente, o Dar a Ouvir acolhe os concertos dos brasileiros Mbé & Lucas e Cinemascope, do trio sueco liderado por Nils Berg, com Josef Kallerdahl e Konrad Agnas. Enquanto que Mbé e Lucas apresentam “Mimosa”, um projeto de antropologia e arqueologia musical que resgata a sonoridade e o movimento dos corpos negros brasileiros, seus ritmos e linguagens múltiplas, o Cinemascope de Nils Berg apresenta o cine-concerto Basilicata Dreaming, resultado da viagem que Nils Berg e o videasta Donovan von Martens fizeram a Basilicata, uma região montanhosa no calcanhar da bota (Itália). Graças a uma encomenda de 5 parques nacionais da região, ficaram 10 dias e fizeram as gravações de campo (áudio e vídeo) que viriam a dar origem a Basilicata Dreaming. Neste trabalho, Nils Berg (saxofones, flauta), Josef Kallerdahl (baixo elétrico) e Konrad Agnas (bateria) tocam ao vivo e interagem com as imagens projetadas atrás do trio. Vemos e ouvimos as senhoras a cantar enquanto lavam a roupa no tanque público, agricultores cantando temas tradicionais, etc.

 

O Dar a Ouvir será também casa para os “Mil Pássaros”, um projeto da Companhia de Música Teatral, feito a muitas mãos, com a colaboração de educadoras, auxiliares de educação e as crianças de 48 salas de Jardins de Infância do Município de Coimbra. Integrou acções de formação dirigidas às educadoras e celebrou o mundo dos pássaros promovendo e acolhendo actividades nos Jardins de Infância como a Oficina dos Pássaros ou PaPI - Opus 8, uma peça de música teatral. O Gabinete do Pássaro acompanhou todo o processo, contribuindo para a boa qualidade das práticas artístico-educativas junto da comunidade pré-escolar e sempre em perfeita harmonia com as equipas de mediação da Divisão de Educação e do Convento São Francisco.

 

A instalação "Mil Pássaros” é o resultado de um processo de partilha. Uma "inúmera mão” de crianças e adultos fez nascer pássaros na ponta dos dedos que depois se juntaram em "murmuração” visual e sonora afinada pelo desejo dum mundo melhor. Estes pássaros de papel, ou orizuros, realizados de acordo com a arte do origami são, segundo a tradição japonesa, símbolo de paz e felicidade. E, diz-se, os desejos cumprem-se quando se fazem mil orizuros.

 

Gil Delindro (1989, Porto) é um artista Sonoro e Visual com amplo reconhecimento internacional.  Estudou arquitectura na FAUP e é licenciado em Arte Media pela FBAUP, tendo terminado o curso na Hochschule für Bildende Künste, Alemanha.

 

O seu processo de trabalho tem por base a pesquisa intensiva de campo: destacam-se: o deserto do Sahara (The Weight of Mountains, 2015), floresta tropical do Brasil (Resiliência, 2017), norte rural do Vietname (Blind Signal, 2019), glaciar do Rhône (La Becque 2019), Vulcões de Auvergne (Intramuros 2020) e Northumberland National Park ( VARC 2022).  Recebeu prémios e mecenato de instituições como:  EPO ( European Patent Office), EMAP (European Media Art Platform), EDIGMA (prémio media art, PT),  Berlin Masters Award (DE), ENCAC (Rede Europeia de Criação Audiovisual), Fundação Calouste Gulbenkian (PT), Berlin Senate for Kultur &  Europa (DE), Goethe Institute (DE), OSTRALE (DE), STEIM foundation (NL), Ford Foundation (Resiliência, Brasil), Fundação Françoise Siegfried Meier (La Becque, Suíça), EOFA (Embassy of Foreign Artists, Suíça), VARC (Visual Arts in Rural Communities, UK), Teatro Municipal do Porto, (Reclamar Tempo, PT), SHUTTLE (PT), entre outros. 

 

É co-fundador da Rural Vivo, uma associação interdisciplinar dedicada a atividades ecológicas, educativas e culturais na Reserva Natural do Gerês classificada pela UNESCO, cujo principal objectivo é combater a perda de oportunidades culturais nas aldeias rurais do Norte de Portugal e a inovação na preservação ecológica da região. 

 

Tem trabalho publicado em disco pela Tzadik (Nova Iorque), Sonoscopia (Porto) e Ausland (Berlim), entre outros.

 

Sobre o projecto Mil Pássaros

 

O projecto Mil Pássaros Coimbra tem sido desenvolvido nos jardins de infância do concelho com o objetivo de promover o bem-estar e incentivar a qualidade das práticas artístico-educativas junto da comunidade pré-escolar. O projecto envolveu 48 turmas de 31 jardins de infância de um total dos 34 que integram a rede pública concelhia, 48 educadores dos jardins de infância, além de 127 assistentes operacionais e familiares das mais de 1.000 crianças, dos três aos seis anos de idade, beneficiadas por esta ação.

 

A instalação Mil Pássaros vai reunir mais de 1000 pássaros de todas as cores e feitios, conhecidos como orizuros. A exposição artístico-musical, criada pela CMT, que resulta de um processo de partilha das crianças com os seus pais e educadoras, uma vez que todos juntos construíram os orizuros que, segundo a tradição da arte japonesa, são um símbolo de paz e felicidade.

 

O projeto Mil Pássaros proporciona experiências musicais e artísticas, coloca em diálogo as crianças, as suas famílias e educadoras, e promove, assim, a construção de bases educativas para resultados a longo prazo, levantando questões que urge abordar desde a primeira infância.

 

O projeto intitula-se Mil Pássaros porque se inspira numa lenda japonesa, segundo a qual um desejo se torna realidade quando se consegue construir mil pássaros – seguindo a técnica de origami, apelidados de orizuros – enquanto se pensa nesse desejo. Orizuro é um pássaro construído em papel seguindo a referida técnica de origami, que se tornou um símbolo de desejo de paz e da necessidade de espírito de união na construção de um mundo harmonioso depois do bombardeamento de Hiroshima.

 

Nils Berg

 

Pioneiro do jazz sueco, Nils Berg (saxofone tenor, mellotron, compositor e diretor artístico) é uma das vozes mais influentes do jazz nórdico. 

 

Com uma forte base na flora cultural sueca, com raízes profundas na tradição pop e folk, está sempre a avançar, a lutar contra os clichés, a seguir o corpo e a alma da música.

 

Munido de curiosidade e respeito, tornou-se conhecido como um explorador constante, navegando por géneros que vão desde a música indígena, dança contemporânea e rock de estádio.

 

Em palco, apresentará o projecto Cinemascope, juntamente com Konrad Agnas, na bateria e Josef Kallerdahl, no contrabaixo, baixo eléctrico e voz. 

 

Konrad Agnas continua a ser um dos bateristas mais procurados da Suécia. Ao longo da última década, estabeleceu-se como baterista virtuoso e co-líder de, entre outros, Hederosgruppen, Orakel, Agnas Bros, Bakgrundsmusik, Johan Lindström Septett, Krypto Grotesk e Moon Juice. Actuou em todo o mundo com artistas como Nadah El Shazly, Sara Parkman, Rebecka Törnqvist, Pat Metheny e Pugh Rogefeldt.

 

Josef Kallerdahl é um dos baixistas de jazz mais conhecidos da Suécia. A sua voz forte e expressão única levaram-no a festivais e clubes em Nova Iorque, Tóquio, Joanesburgo, Cairo, Xangai, Banguecoque, Cidade do México, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Tbilisi, Beirute, Baku, Kiev, Istambul, Reykjavik, Havana, Londres, Paris, Roma, Berlim... Tanto como acompanhante de MUSICMUSICMUSIC, New Tide Orquesta ou Lina Nyberg, ou como líder de banda com Josef & Erika e Here's To nós. Em 2024, Josef foi galardoado com o prestigiado prémio "Jazzkannan" da associação sueca de jazz.

 

poiesis

 

poiesis (a.k.a. Petra Kapš) (SI) é uma artista, compositora e investigadora especializada nos domínios da bio e geo-acústica, hidroacústica, arte sonora, perceção auditiva, performance sonora interativa em espaços concretos e acústicos, realidade aumentada digitalmente, transmissão via web e rádio.

 

O seu trabalho criativo atravessa a arte sonora, a rádio, a poesia espaço-temporal, a performance e a fotografia. Ela emprega o seu meio primário, as palavras, para se expandir para os reinos sonoros sonoro da poesia espaço-temporal.

 

Petra Kapš envolve-se numa prática performativa de gravação de campo, explorando e encenando possibilidades dentro do espaço radiofónico da autora e mergulhando na auralidade da memória espacializada e poços temporais. No meio das dimensões digitais, a autora dá uma importância significativa à presença física do corpo.

 

Nos últimos anos, tem dado contributos notáveis para a evolução da arte interactiva, práticas artísticas interactivas, sónicas e performativas. A sua experimentação e desenvolvimento de meios baseados na localização, em relação às experiências sensoriais auditivas, bem como o desenvolvimento de arquivos sonoros topográficos, intervenções subtis em espaços públicos e a exploração da memória através do som e da percepção, realçam a interação dinâmica entre a antiguidade e o contemporâneo.

 

Petra Kapš trabalha na Eslovénia e no estrangeiro. É membro fundador da CENSE (Central European Network for Sonic Ecologies) e membro de Jata C e radio.earth.

 

Raquel G. Ibáñez (Madrid, 1989), licenciada em Belas Artes pela UCM. Artista e curadora, a sua linha de trabalho está ligada às potencialidades da acustemologia através do estudo dos limiares - genealogias, simbologias e ficções que se desprendem das referidas experiências de fronteira. Para o efeito, utiliza a escuta como metodologia, a exploração do som a partir da hipertextualidade e das suas impossibilidades de tradução, e o confronto entre experiências acusmáticas e imagens visuais.

 

Tem desenvolvido projectos para diferentes instituições e espaços, tais como CA2M, MNCARS, Azkuna Zentroa, Matadero Madrid, La Casa Encendida, MACBA, TEA Tenerife, Hangar, hablarenarte, MIAC Lanzarote, Can Felipa, CentroCentro, FCAYC, Tsonami Arte Sonoro, CCESantiago, GAM - Centro Cultural Gabriela Mistral, GAM - Centro Cultural Gabriela Mistral, Tsonami Arte Sonoro, CCESantiago, GAM - Centro de Arte Sonoro, Centro Cultural Gabriela Mistral, FCAYC ou Supermarket Art Fair Stockholm, entre outros.

 

Participou em festivais de práticas sonoras e música experimental, como Recreo (GAM Chile), Soundtiago (UDLA Chile), From Darkness With Love (Madrid, Espanha), Temple III (Madrid,Espanha) e o festival ROTA (AADK Espanha).

 

Co-fundadora de El Banquete e da plataforma de música electrónica Possible Others. Desde 2020 é colaboradora da AMEE, Associação de Música Electroacústica de Espanha. Atualmente é membro de Una fiesta salvaje, um colectivo de investigação sobre escrita performativa residente em colectivo de escrita performativa residente no CRA Matadero Madrid (2020-2023) e La Casa Encendida (2024-2025). 

 

Ignacio Martínez (León, 1982), desde muito cedo se interessou pela música em geral e pela música popular e tradicional em particular. Aos 13 anos, começou a ter aulas de dulzaina e gaita de foles na Escuela Municipal de Música del Ayuntamiento de León durante 2 anos. O resto da sua carreira musical é autodidata. A gaita de foles, a flauta e os assobios são os seus principais instrumentos. Nos últimos anos interessou-se também por outros instrumentos tradicionais, como o saltério, a flauta Maragata, a pandeireta e o albardão, entre outros. Atualmente, dedica-se à composição de melodias com o grupo leonês Cecina Folk, à experimentação musical e colaboração com artistas de diferentes disciplinas. Tem um álbum a solo de folk experimental, Imaginación (2009), e participou em várias gravações.

 

Nascido e criado na favela da Rocinha, Mbé (palavra yorubá que significa “existir”) é o nome do projeto solo de Luan Correia: músico, produtor e engenheiro de som ligado à cena da música experimental carioca.

 

A sua música translúcida e comovente, com particular apreço pelo uso de gravações de campo e o poder identitário da colagem como linguagem artesanal, revelou uma voz importante da expressão artística negra independente no Brasil. O seu primeiro álbum “ROCINHA” foi lançado em março de 2021 pela editora QTV e conta com participações de Juçara Marçal, Luizinho do Jêje, José Mekler, entre outros.

 

Faz-se acompanhar do cúmplice Lucas Pires em palco.

 

 

Lucas Pires é programador visual e artista sonoro fluminense. O seu trabalho investiga as possibilidades sonoras de fitas cassete a partir de colagens, loops e ruídos. Além de discos solo assinados como Lucas, Mortuário e aka Mortuário, ele é membro do grupo de arte multimédia DEDO, com quem lançou quatro álbuns e ocupou salas de cinema, casas de espectáculos, galerias, museus e desfiles. Pires também produziu filmes, discos, bandas sonoras e performances e desenvolveu o design de capas, cartazes e ações de comunicação de artistas como Ava Rocha, Tantão e os Fita, Negro Leo e Marcela Lucatelli, além de artes para o selo carioca QTV, do qual faz parte.

 

Este concerto conta com o apoio do Programa de Cooperação Ibero-Americana Ibermúsicas.

 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA 

 

Dia 18 de Julho, quinta-feira

18h00

Convento São Francisco

Inauguração das exposições no Convento com visita guiada 

por Gil Delindro, Companhia de Música Teatral e Pedro Martins + Tiago Martins

 

19h00 

Convento São Francisco - Café Concerto

Roda de conversa 

com a presença de artistas e curadores convidados para a edição de 2024, mediada por Pedro Martins

 

Até dia 1 de Setembro

Convento São Francisco 

Exposição

"A Natureza não reza"

Gil Delindro 

Quarta a segunda | 15h00 às 20h00 (última entrada às 19h30)

 

Até dia 1 de Setembro

Convento São Francisco 

Exposição

Mil Pássaros 

Companhia de Música Teatral

Quarta a segunda | 15h00 às 20h00 (última entrada às 19h30)

 

Até dia 1 de Setembro

Convento São Francisco 

Exposição

MS02 (Mobiliário Sonoro 02)

Cristiana Bastos, Pedro Martins e Tiago Martins

Quarta a segunda | 15h00 às 20h00 (última entrada às 19h30)

 

Dia 19 de Julho, sexta-feira

19h00

Convento São Francisco - Caixa de Palco

Performance sonora 

“Invoca viento” de Raquel G. Ibáñez + Ignacio Martínez

 

Dia 19 de Julho

22h00 

Salão Brazil

Concerto

Mbé & Lucas

 

Dia 20 de Julho, sábado

das 15h00 às 17h00

Instalação Mil Pássaros - Foyer 

Oficina 

Pássaros Imaginários 

Famílias com crianças- M/4

Bilhete: 2 euros 

 

Dia 20 de Julho, sábado

17h00

Convento São Francisco - Sala Conventual

Apresentação/performance de livro 

de Marta Cerqueira e Simão Costa

 

Dia 21 de Julho, domingo,

18h00

Convento São Francisco - Sala D. Afonso Henriques 

Concerto

Basilicata Dreaming de Nils Berg Cinemascope

 

Dia 22 de Julho, segunda, das 09h30 às 12h30

Instalação Mil Pássaros - Foyer 

Oficina 

Pássaros Imaginários

(dos 4 aos 10 anos) 

Bilhete: 2 euros 

 

Dia 25 de julho, quinta, das 09h30 às 12h30

Instalação Mil Pássaros - Foyer 

Oficina 

Pássaros Imaginários

(dos 11 aos 14 anos) 

Bilhete: 2 euros 

 

Dia 31 de Agosto, domingo, às 17h00

Sala D. Afonso Henriques (Antiga Igreja)

Performance sonora de Gil Delindro

Programa partilhado com o Festival CEM PORTAS 

 

As oficinas dos dias 22 e 25 de Julho incluem visita guiada à exposição “Dar a Ouvir: O Som de todas as coisas”. Os participantes da oficina do dia 25 de Julho deverão, se possível, trazer um smartphone.

 

PROGRAMAÇÃO CONVERGENTE 

 

Dia 27 de Agosto, terça, às 19h00

Praça do Comércio

Concerto

Arquivo Sonoro I (Joana de Sá, Meta e Rita Dias)

em parceria com Festival Verão a 2 Tempos

 

Dia 31 de Agosto, sábado, às 19h00

Convento São Francisco 

Concerto

Arquivo Sonoro II (João Hasselberg, Rui Maia e Pedro Melo Alves)

em parceria com Festival Verão a 2 Tempos

 

Sobre o Dar a Ouvir 

 

Dar a Ouvir é um projecto desenvolvido pelo Serviço Educativo do Jazz ao Centro, em coorganização com o Convento São Francisco / Município de Coimbra.

 

O projecto nasceu a partir de um convite do JACC ao paisagista sonoro Luís Antero, a fim de constituir o Arquivo Sonoro do Centro Histórico de Coimbra (ASCHC), decorria o ano de 2013, pouco tempo depois do Jazz ao Centro Clube ter encontrado casa no Salão Brazil.

 

O ASCHC parte do princípio de que as paisagens sonoras são importantes para a compreensão do modo como o som caracteriza um espaço ou lugar. Questões como "Quais os sons que a nossa cidade incorpora? Quanto deles já desapareceram irremediavelmente? O que podemos aprender acerca da especificidade das comunidades de uma cidade (comunidades espaciais, bairros, comunidades profissionais, etc.) através da dimensão sonora?” têm estado no centro do trabalho do Arquivo Sonoro. 

 

Em 2016, com o dispositivo interativo MS01 (Mobiliário Sonoro), o ASCHC passou a estar disponível ao público para uma exploração artística, educativa e lúdica. Fruto de uma parceria entre o Jazz ao Centro Clube e o Computational Design and Visualization Lab. do Cognitive and Media Systems Group, do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra, o MS01 esteve na base do aparecimento, em 2017, do Dar a Ouvir.

 

No contexto do Dar a Ouvir, o ASCHC tem sido fundamental para dar a conhecer a cidade de Coimbra a partir da cultura auditória, procurando sensibilizar para a escuta e para o som como possibilidade de descoberta e conhecimento, enquanto objecto social e criativo, num processo em que os sentidos se complementam.