5 minutos com Joaquim Chaves, Afonso Antunes e Francisco Ordonhas, candidatos ao título masculino da Liga MEO Surf

5 minutos com Joaquim Chaves, Afonso Antunes e Francisco Ordonhas, candidatos ao título masculino da Liga MEO Surf
Fotografia: D.R.

Joaquim Chaves, Afonso Antunes e Francisco Ordonhas são três dos candidatos ao título nacional masculino deste ano na Liga MEO Surf, juntamente com o líder do ranking Go Chill, Guilherme Ribeiro.
 
Percurso de Joaquim Chaves na Liga MEO Surf 2023
Liga#1 Figueira da Foz – não competiu
Liga#2 Porto e Matosinhos – 2º lugar
Liga#3 Ericeira – 1º lugar
Liga#4 Ribeira Grande – 1º lugar
Resultado atual: 2º classificado do ranking com 2.860 pontos
Requisito para campeão nacional: 3º lugar (sem depender de terceiros)
 
Num ano de grande afirmação na 1ª divisão do surf português, Joaquim Chaves, participou em três das quatro etapas já realizadas tendo vencido duas e ido à final na outra, demonstrando uma consistência notável na luta pelo principal título do surf português. Por sua vez, Afonso Antunes e Francisco Ordonhas estão ainda na corrida do ponto de vista matemático, embora a partir do momento em que Joaquim Chaves levante a licra de competição, passem a estar fora, automaticamente, da corrida ao título de campeão nacional. 
 
Percurso de Afonso Antunes na Liga MEO Surf 2023
Liga#1 Figueira da Foz – 2º lugar
Liga#2 Porto e Matosinhos – 13º lugar
Liga#3 Ericeira – 5º lugar
Liga#4 Ribeira Grande – 5º lugar
Resultado atual: 4º classificado no ranking com 2.530 pontos
Requisito para campeão nacional: 1º lugar (Guilherme Ribeiro não chegue ao 5º lugar e Joaquim Chaves não pontue)
 
Percurso de Francisco Ordonhas na Liga MEO Surf 2023
Liga#1 Figueira da Foz – 17º lugar
Liga#2 Porto e Matosinhos – 3º lugar
Liga#3 Ericeira – 5º lugar
Liga#4 Ribeira Grande – 5º lugar
Resultado atual: 6º classificado no ranking com 2.350 pontos
Requisito para campeão nacional: 1º lugar (Guilherme Ribeiro não alcance o 9º lugar e Joaquim Chaves não pontue)
 
Nesta mini-entrevista, falámos com Joaquim Chaves, Afonso Antunes e Francisco Ordonhas sobre a disputa do título nacional e as expectativas para o Bom Petisco Peniche Pro, a 5ª e última etapa da Liga MEO Surf 2023, que se realiza de 27 a 29 de Outubro, em Peniche. 
 
ANS – Chegas à última etapa do ano da Liga MEO Surf como candidato ao título. Faz-nos um balanço do teu ano competitivo.
Joaquim Chaves – Este ano tem sido, sem dúvida, o melhor ano competitivo da minha vida. Foi um ano em que consegui perceber como pôr o meu melhor surf na água e como competir de uma maneira mais inteligente. E isso reflectiu-se bastante na Liga MEO com duas vitórias e um 2º lugar e chegar à última etapa em posição de poder ser campeão nacional é óptimo, obviamente. Vou continuar a focar-me naquilo que fiz durante o ano para conseguir chegar à última etapa e fazer o meu melhor surf e competir da melhor maneira. 
 
Afonso Antunes - O meu ano competitivo tem estado a ser muito inconstante, com muitos altos e baixos, mas faz parte do processo.
 
Francisco Ordonhas - Este ano não começou bem. Comecei com um 17° na Figueira da Foz por um erro grave que não devia ter feito e que me custou o heat. Foi uma derrota muito difícil, mas como ainda faltavam quatro etapas e sabia que ainda tudo podia acontecer, não pus muita pressão em mim. A partir da segunda etapa consegui mostrar o meu surf e não cometer muitos erros alcançando resultados que nunca tinha conseguido fazer em anos anteriores e, portanto, estou muito contente com o que fiz até agora este ano.
 
ANS – Nas três etapas em que participaste tens um registo de consistência notável com duas vitórias e uma final na outra. Quais os fatores que levaram a alcançares estes resultados?
JC – Faltei à primeira etapa do ano e fui com um mindset diferente para as etapas seguintes. Fui sem pressão de ter de fazer alguma coisa por ter faltado à primeira etapa. Pelo contrário, fui com um mindset super tranquilo. É algo que eu já tenho trabalhado há algum tempo em conseguir competir tranquilo e voltar a ganhar essa felicidade a competir. Focar-me só naquilo que tenho de fazer e não num resultado específico. Acho que foi isso que me ajudou a alcançar estes resultados este ano. 
 
ANS - Começaste o ano de forma positiva com a final na Figueira da Foz a mostrar muito bom surf. Fala-nos da importância dessa etapa para ti.  
AA – A etapa da Figueira foi, sem dúvida, importante para a minha auto-estima durante um determinado tempo, mas às vezes nem tudo corre como planeado e é tentar aprender e crescer com esses momentos.
 
ANS – Como referes, o ano até não te começou bem com esse 17º lugar na Figueira da Foz, mas deste a volta e nas etapas seguintes fizeste bons resultados e mostraste bom surf. A que se deveu essa mudança?
FO - Na primeira etapa pus muita pressão em mim para fazer um resultado e mostrar que consigo fazer bons resultados na Liga MEO Surf. Mas essa pressão fez-me perder o foco no meu surf. Por isso, consegui perceber que cometi esse erro e mudei a minha mentalidade para as etapas seguintes o que acabou por funcionar.
 
ANS - Estás surpreendido por chegarem quatro surfistas à etapa final na luta pelo título? Em que posição te colocas nesta luta?
JC – É óptimo termos quatro surfistas a lutarem pelo título. É uma liga muito competitiva. E tenho a certeza que vai ser uma luta muito saudável ainda apor cima em Peniche que é um sítio onde tenho óptimas lembranças onde ganhei o meu primeiro título nacional de Esperanças na praia de Supertubos. Há um nível de surf muito bom na Liga MEO Surf e vou fazer o possível para ser eu a ganhar o título, obviamente.  
 
AA - Termos quatro surfistas a disputar o título é algo que já começa a ser normal na Liga MEO Surf, o nível está cada vez mais elevado. Para ser sincero não me vejo como grande candidato ao título, não que não acredite que o consiga ganhar, mas vai ser muito difícil com os resultados do Guilherme e do Joaquim era preciso quase um milagre.
 
FO - Acho que qualquer um dos surfistas que estão nesta posição merecem estar aqui, mas também sei que estou muitos pontos atrás do primeiro lugar e, portanto, não me sinto pressionado de forma alguma porque sei que quanto menos pressão tiver melhor vai correr.
 
ANS - Qual o surfista que consideras a maior ameaça nesta disputa e porquê?
JC - O surfista que considero mais perigoso neste momento pelo trajecto que tem feito tanto competitivamente como na evolução do seu surf é o Guilherme Ribeiro, que actualmente está em primeiro lugar no ranking. Obviamente que todos os surfistas no top 10, e não só, são muitos perigosos e conseguem fazer notas altas e eliminar os candidatos ao título. Mas vou estar focado só e unicamente no meu surf e naquilo que vou ter de fazer. Por isso, na minha cabeça, vai ser um pouco indiferente com quem é que vou competir. 
 
AA - Sem dúvida que se chegar à final gostava que fosse o Guilherme para irmos à desforra da Figueira da Foz. Ahah!
 
FO - Acho que o Joaquim Chaves é quem está na melhor posição porque só tem três etapas a contar, o que quer dizer que nesta última etapa vai sempre fazer pontos e não precisa de substituir nenhum resultado, e por isso, já tem algum avanço em relação a mim e aos outros.
 
ANS – Quais as tuas expectativas para a derradeira etapa em Peniche no final do mês?
JC – Estou muito entusiasmado. Já não surfo em Peniche há algum tempo nem em ondas parecidas a essas. Por isso, nestas duas últimas semanas tenho estado a treinar bastante no tipo de ondas que vou surfar lá. Vai ser mais uma experiência, nunca estive na posição de estar tão perto de ser campeão nacional. Por isso, vou tentar aproveitar ao máximo esta nova oportunidade e nova experiência e focar-me naquilo que tenho de fazer. Tenho a certeza que estou pronto. 
 
AA - As minhas expectativas para a etapa de Peniche vão ser iguais as da etapa da Figueira da Foz, heat a heat, onda a onda e é deixar fluir. Cada vez mais tenho aprendido que tudo vem no tempo certo, não vale a pena querer acelerar o processo, o que tiver de acontecer acontecerá!
 
FO - Espero conseguir mostrar o que consigo fazer outra vez e como consequência fazer um bom resultado nesta última etapa.

A Liga MEO Surf 2023 é uma organização da Associação Nacional de Surfistas e da Fire!, com o patrocínio do MEO, Allianz Seguros, Joaquim Chaves Saúde, Bom Petisco, Go Chill, Corona, Somersby, Waikiki, Rip Curl, o parceiro de sustentabilidade Jerónimo Martins, os apoios locais dos Municípios da Figueira da Foz, Porto, Matosinhos, Mafra, Ribeira Grande e Peniche e o apoio técnico da Federação Portuguesa de Surf.