Artway Next apresenta Talkin(g) (A)bout My Generation do compositor Pedro Lima

Artway Next apresenta Talkin(g) (A)bout My Generation do compositor Pedro Lima
Foto: DR

PEDRO LIMA APRESENTA O ÁLBUM DE ESTREIA TALKIN(G) (A)BOUT MY GENERATION

INSTALAÇÃO SONORA: 3 FEVEREIRO, 18H – GNRATION, BLACKBOX, BRAGA

 

A Artway Next apresenta Talkin(g) (A)bout My Generation, o álbum de estreia de Pedro Lima a 3 de Fevereiro no gnration, em Braga, no âmbito do programa Radiografia, com lançamento exclusivo em vinil e formato digital.

 

Um disco que reúne um conjunto de obras escritas ao longo dos últimos anos e se assume como uma mediação artística sobre traços identitários de uma geração, em que os conflitos, a política, a internet, os memes, a identidade, a vida na selva digital e a (re)conquista do espaço têm sido factores estruturantes para a definição do futuro.

 

Natural de Braga, Pedro Lima é um destacado jovem compositor português. Formou-se no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian e, em 2017, ingressou no Mestrado em Opera Making & Writing, na prestigiada Guildhall School of Music and Drama. Com 21 anos, estreou a primeira peça para orquestra e um ano depois, venceu o Prémio de Composição da Sociedade Portuguesa de Autores. Após uma residência na Casa da Música em 2019, escreveu Talking About my Generation (2019), peça que dá agora nome ao disco de estreia do compositor.

 

No dia 3 de Fevereiro, às 18h, será apresentada a instalação sonora “Talking about who?”, que faz parte da apresentação do disco. Três das composições presentes no disco de Pedro Lima foram gravadas na Capela da Imaculada Conceição, em Braga. Recorrendo a uma técnica de posicionamento de microfones, Hugo Romano Guimarães foi capaz de captar não só os instrumentos, mas também as vicissitudes e a forma como o som viaja através deste espaço. Nesta instalação poderemos ouvir as idiossincrasias sonoras presentas nestas gravações, quase como se tivéssemos dentro da capela.

A instalação sonora ficará patente no espaço gnration, em Braga, até 10 de Fevereiro.

 

Em resposta ao aparecimento de um conjunto de jovens compositores em Braga, e como antecipação do futuro artístico da cidade, o gnration apresenta Radiografia, uma perspectiva sobre os novos e mais interessantes compositores bracarenses. Ancorados no vasto domínio da música contemporânea, os trabalhos dos diferentes autores apontam para diferentes coordenadas, da música operática à acusmática, e a diferentes tipologias de interpretação, de solos a ensembles de larga escala.

 

3 FEVEREIRO 2024 / 18h – Concerto de Apresentação do disco

 Blackbox, gnration, Braga

Bilhetes à venda em gnration.pt ou bol.pt

 

16h - Mesa Redonda "Talking about my generation"

Pedro Lima - compositor, performer

Marta Pais Oliveira - escritora

Daniel Fraga - designer de IA, filósofo e autor

Hugo Romano Guimarães - engenheiro e técnico de som

Luís Tinoco - compositor, professor de composição

 

Moderação:

Vanessa Pires - agente artística & directora Artway / Next

 

17h - abertura da instalação sonora

18h – Concerto de Apresentação do disco

Nota: para o concerto é necessário bilhete. Os restantes eventos são de entrada livre

 

 

ALINHAMENTO DISCO:

 

(1) Talkin(g) (A)bout my Generation (2019) / chamber orchestra & live electronics

(2) Como se fosse um filho  (2023) / piano, violino, violoncelo & live electronics

(3) (eu diria que nevava)  (2021) / soprano saxophone (with reverb) & pre-recorded voice

(4) Three Questions from a Lover to a Saint (2020) / vibraphone, megaphone & electronics

(5) new beliefs (2023) / solo guitar

 

 

Notas sobre a peça, por Pedro Lima:

De uma necessidade de partilhar algumas ideias que tenho sobre o mundo contemporâneo surgiu a vontade para escrever esta peça. Não estou honestamente interessado em avaliações qualitativas ou juízos morais sobre aquilo que está certo ou o que está errado.

Deixo isso para os outros.

Habitando a selva de Londres, onde diariamente me confronto com ideologias modernas, sinto-me, mais do que nunca, provocado para responder criativamente a características inseparáveis da geração milenial. E só Deus sabe a maravilhosa adrenalina que me aflui quando penso em multidões, quando penso no consumo, quando penso em mísseis, quando penso no fim. Estamos sem volante há algum tempo, não sei se o recuperaremos outra vez mas, afinal de contas, de que importa? Esta obra é uma reacção a tudo isto, é uma aliteração musical e também uma estória que procura combinar o drama com o humor.!

 

“Talkin(g) (A)bout My Generation” é uma mensagem onde o próprio veículo - a peça - se tornou a mensagem que queria que fosse. Ter o Remix Ensemble, um grupo de excelência absolutamente comprometido com a modernidade a estrear esta obra, é um luxuoso prazer que impregna a música de um sentido ainda mais visceral. É dedicada a toda minha geração.

(Pedro Lima, compositor, 2019)

 

BIOGRAFIA | PEDRO LIMA

 

Pedro Lima Soares tem-se revelado como uma das vozes mais activas, desafiadoras e pertinentes, no contexto da música contemporânea nacional. A sua música procura explorar universos sonoros próprios de um meio ecléctico, adjacente a alguém que cresceu a ouvir música electrónica, hiphop e integrou uma banda de rock-progressivo no decurso do seu crescimento. A composição dita “erudita” revelou ser a tela em branco de perfeitas dimensões, e lá se têm materializado uma série de “investigações” timbricas, harmónicas, estruturais, e nas suas partituras manifestam-se ideias singulares que assumem diferentes formas e expressões que variam mediante o contexto onde pretendem existir.

A relação com o texto tem sido primordial, seja na colaboração com outros escritores, ou enquanto mero processo de ignição para uma qualquer peça de música instrunental (assim diz o próprio). A colaboração que tem desenvolvido com o libretista Gareth Mattey, desde os anos vividos en Londres, é de importância cabal e tem-se revelado nas ideias, nas palavras, nas fonéticas e a na forma como todas estas interferem na concepção de um discurso musical refrescado. "Talkin(g) (A)bout my Generation” é uma celebração disso mesmo.

Explorar fronteiras e (quiçá) derrubá-las tem sido uma das bandeiras no âmbito do seu trabalho e é na diversificação prolífera do que produz que tem encontrado o seu estilo e a sua voz.

 

Forma-se no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian com o seu primeiro mestre, Paulo Bastos. Segue-se uma jornada em Lisboa onde aprofunda os seus estudos na área da escrita musical com João Madureira, António Pinho-Vargas, Carlos Caires, mas é com Luís Tinoco que desenvolve a relação mais aprofundada, prosseguindo para um mestrado dedicado unicamente à composição.

 

No ano de 2017 viaja para Londres onde vai completar, com distinção, na prestigiada Guildhall School of Music and Drama, o mestrado em Opera Making & Writing, sob a tutela de Julian Philips e Julian Anderson. Deste curso nasce a (feliz) colaboração com o libretista inglês Gareth Mattey, escritor com quem, desde então, tem vindo a escrever várias obras lírico-musicais.

 

A primeira peça que escreve para orquestra, ONCE AGAIN: Eternal Goodbyes (2015), é estreada na mítica Konzerthaus de Berlim, no ano de 2015, com apenas 22 anos. Nesse mesmo ano é finalista do “Concurso da Banda Sinfónica Portuguesa” com a sua obra Sopro do Côncavo (2015) que, desde então, já foi apresentada múltiplas vezes dentro e fora do país. Este trabalho encontra-se editado em CD pela editora portuguesa mpmp.

 

Vencedor do Prémio de Composição da Sociedade Portuguesa de Autores em 2016 com o trabalho (…) e tu, de min voaste (2016); Jovem Compositor Residente na Casa da Música, na temporada de 2019, onde compõe Talkin(g) (A)bout my Generation (2019) para o Remix Ensemble obra essa que, anos mais tarde, viria a ser premiada e recomendada na categoria “under 30” (menos de 30 anos) na Tribuna Internacional de Compositores que ocorreu na Sérvia, em 2021.

 

Entre o catálogo de música de cena e vocal destaca-se a ópera de câmara Reel Voman (2018), a ópera comunitária O tempo somos nós (2022), com jovens reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria e a Orquestra Gulbenkian e ainda a cantata cénica Delícia de Morangos e Chantilly (2023), numa colaboração com o Quarteto Contratempus e a Banda Sinfónica Portuguesa.

 

Pedro também se tem destacado em trabalhos de criação musical provenientes de parcerias alternativas, como aquela que aconteceu com o Grupo Folclórico da Corredoura (Guimarães) da qual nasceu o espectáculo O meu Velho diz que morre (2022) com coreografia de Maria R. Soares; o espectáculo LUZ (2021), performance imersiva e duracional em colaboração com Manuela Ferreira e José Álvaro Correia, ou com a composição electrónica para o percurso audio-walk ACUSTICIDADE, projecto da Braga Media Arts em colaboração com o colectivo ondamarela.

 

A sua música tem vindo a destacar-se nos principais palcos nacionais e, em virtude disso, tem tido a oportunidade de colaborar com agrupamentos e artistas de renome como a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica do Porto, Orquestra Metropolitana, Orquestra de Guimarães, Remix Ensemble Casa da Música, Drumming G P., Quarteto Contratempus, Sinfonietta de Braga, Sond'Arte Trio, Pluris Ensemble, Peter Rundel, Pedro Neves, .Jan Uierzba, Martim Sousa Tavares, Baldur Branninann, Arte Total, ondamarela, Braga Media Arts, gnration, Theatro Circo, Centro Cultural Vila Flor, Miquel Bernat, João Lima, João Miguel Braga Simões, José Diogo Martins, Daniel Paredes, Luís Salomé, Francisco Fontes, Alex Lowe, Maria Fontes, Catarina Carvalho Gomes, Teresa Salgueiro, entre outros, e ainda Antena 2.

 

Apoio: República Portuguesa – Cultura / Direcção-Geral das Artes

RTCP – rede de teatros e cineteatros portugueses