Eurocidade Cerveira-Tomiño apoia formalização do Caminho de Santiago Nossa Senhora do Norte
O Concello de Tomiño deu o primeiro passo para promover uma nova variante do Caminho de Santiago, com passagem pelo território transfronteiriço da Eurocidade Cerveira-Tomiño e que consta de arquivos históricos. Após um ano de investigação, a alcaldesa de Tomiño, Sandra González, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, e o arquitecto e investigador Antonio Soliño apresentaram, esta quarta-feira, o Caminho da Nossa Senhora do Norte a Santiago, numa sessão realizada no Salon de Plenos do Concello de Tomiño e que contou com a presença de autoridades e representantes do tecido associativo e hoteleiro galegos. O próximo passo é a formalização junto do Xacobeo e do Turismo de Galicia.
A proposta de uma nova variante de Caminho a Compostela fortalece a identidade transfronteiriça e permite alargar novas pontes de amizade entre a Galiza e Portugal, uma vez que esta variante começa em Barcelos, segue por Viana do Castelo, Caminha e Vila Nova de Cerveira e cruza para Tomiño para continuar por Gondomar, Vigo e Redondela até Vilavella, onde se funde com o Caminho Central a Santiago.
“Com um árduo trabalho realizado podemos documentar a passagem de peregrinos e peregrinas por Tomiño ao longo dos séculos. Por isso, hoje, iniciamos esta caminhada que não vai ser pequena, que vai levar tempo, mas que terminará com êxito com o reconhecimento oficial desta variante”, salientou a alcaldesa, Sandra González.
Já o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira afirmou que “esta nova variante reafirma o projecto da Eurocidade, no que concerne ao turismo, sustentabilidade ambiental e valorização da economia local, além de reforçar a relação histórica de trabalho e de amizade”. “Seguimos cimentando uma relação com a Galiza que é muito importante para nós e pensamos que hoje estamos a dar o primeiro passo de centenas de quilómetros caminhando juntos em prol deste projecto. Da minha parte, cabe apresentar este estudo aos concelhos portugueses implicados”, sublinhou Rui Teixeira.
A investigação documenta a passagem de peregrinos por Tomiño para Santiago desde pelo menos, 1295, ano que surge como a referência mais antiga conhecida. Como assinalou o investigador, Antonio Soliño, a origem da passagem do Caminho pelo território tomiñês está na vila da Barca, “entretanto já desaparecida situada na actual Goián, topónimo que certifica que era uma das passagens importantes do Minho”. E se algo caracteriza esta variante tomiñesa é “o alto valor do património construído pela arquitectura de origem medieval e barroca, e sobretudo pela sua arquitectura militar e pelo elevado número de elementos etnográficos, especialmente os caniços, cruzeiros”.
O estudo realizado vai ser apresentado ao Xacobeo e ao Turismo de Galicia para propor a formalização desta nova variante do Caminho de Santiago. Não obstante, toda a investigação será compilada num livro a ser apresentado em breve e colocado à disposição das comunidades.