Exposição de fotografia de José António Quintanilha inaugura sexta-feira na Sala da Cidade
Sexta-feira, 22 de Setembro, ficou marcado pela inauguração, em simultâneo, de duas exposições na cidade de Loulé: “Tinha uma pedra”, de Miguel Horta, na Galeria Municipal do Convento de Santo António, e “A uma distância certa”, de Diogo Pimentão, na Associação Alfaia. A abertura das duas iniciativas está marcada para as 18h00.
Este momento resulta da cooperação entre a Câmara Municipal de Loulé, através das suas Galerias Municipais, e a Associação Alfaia, concertando acções com o aumento de ofertas simultâneas de actividades e parcerias. O objectivo é promover a participação do público que já habitualmente aflui a Loulé pela sua forte dinâmica cultural e incentivando novos públicos a visitar a cidade e o concelho.
Os dois espaços encontram-se a cerca de 300 metros de distância entre si, permitindo que o público circule a pé pelas exposições, descobrindo e desfrutando destas duas propostas de arte contemporânea ligadas pelo Desenho enquanto prática artística autónoma. Os dois artistas, ainda que abordem o Desenho de forma substancialmente diferente, têm pontos de nítida convergência nas exposições que apresentam em Loulé.
Diogo Pimentão (Lisboa, 1973) esteve em formato de curta residência na Alfaia, onde produziu algumas das obras que integram esta exposição. O artista vive e trabalha em Londres, desde 2012. Estudou desenho no Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual), em Lisboa. O seu trabalho está representado na maioria das colecções públicas e privadas de arte contemporânea nacionais.
A força do trabalho de Pimentão reside na sua curiosidade e no seu fascínio pela materialidade do papel. As suas construções situam-se na fronteira entre o desenho e a escultura. À primeira vista, alguns objectos minimalistas parecem ter sido moldados em metal e não em papel dobrado. As superfícies de grafite cintilam à luz, brilhando, aparentando chumbo polido. As obras de Pimentão desafiam todas as propriedades do que aparentam ser, levantando muito mais perguntas do que respostas. A realização da obra é ritmicamente e performativamente parte integrante desta, uma performance que, por vezes, é assumida como tal e assim partilhada com o público.
O desenho de Miguel Horta (1959) é também ele um mapeamento do seu percurso, espelhando com nitidez o contacto com a técnica da gravura e com a palavra dita e escrita e com a performance. A exposição “Tinha uma pedra” parte de uma exploração em torno da poesia de Carlos Drummond de Andrade. A pedra foi o objecto eleito para esta pesquisa, o pretexto para que o lápis vá falando sobre o papel. É certo que traz a geologia e o universo consigo, mas projecta muito mais, irmanando o público.
Miguel Horta frequentou o Ar.Co, a Cooperativa Gravura e o ateliê de ilustração de Maria Keil, nas área da pintura, desenho e performance. Conta com um percurso expositivo variado, em Portugal e noutros países. Esteve representado em diversas colecções de arte contemporânea, nomeadamente na colecção do CAM/Fundação Calouste Gulbenkian, Kiscelli Museum (Budapest), FCT – Monte da Caparica, BMW (Regensburg – Alemanha), Fidelidade Grupo Segurador, Fundação Mário Soares. Autor/ilustrador de infantojuvenil e mediador cultural. Tem realizado actividades de narração oral nos mais variados contextos. É também formador e mediador para a Inclusão.
As duas exposições, com curadoria de Miguel Cheta, terão entrada gratuita e contarão com a presença dos artistas na inauguração.
“A uma distância certa” pode ser visitada até 18 de Novembro, de quinta e sexta-feira, das 14h30 às 18h00, e ao sábado, das 10h30 às 13h30 e das 14h30 às 18h00
Já “Tinha uma Pedra” vai estar patente ao público até 28 de Outubro, no seguinte horário: de terça-feira a sábado, das 10h00 às 13h30 e das 14h30 das 18h00.