Nelson Oliveira 13.º a 2 segundos do Top 10 no Mundial de contrarrelógio
Nelson Oliveira voltou a demonstrar ser um dos melhores contra-relogistas do pelotão internacional, terminando no 13.º lugar o exercício individual do Campeonato do Mundo de Estrada, disputado hoje, na Bélgica.
A prova de 43,3 quilómetros, entre Knokke-Heist e Bruges, era totalmente plana, não se adaptando às características dos corredores portugueses. Ainda assim, Nelson Oliveira, revelando estar no excelente momento de forma, imprimiu um ritmo constante, negociou as curvas no limite e bateu-se com os melhores. O corredor português pedalou à média de 52,260 km/h, concluindo a prova em 49’42’’78. Nelson Oliveira fez uma boa gestão do esforço, ganhando terreno à concorrência na fase final, o que esteve perto de lhe garantir o ambicioso objectivo de ficar nos dez primeiros numa prova tão plana como a deste mundial. O anadiense ficou apenas a 2 segundos do décimo lugar.
“Vim para esta prova com um plano e consegui executá-lo em termos de performance. O resultado é que não foi o desejado, porque queria estar nos dez primeiros. Sabíamos que era um ‘crono’ muito plano, não totalmente adequado às minhas características. Apesar disso, creio que fiz um bom contra-relógio, fiquei apenas a 2 segundos do objectivo. Infelizmente, há pequenos detalhes que falham, mas isso não é culpa minha nem da Federação. Agora há que seguir em frente e pensar no próximo domingo”, afirma Nelson Oliveira.
O seleccionador nacional, José Poeira, acompanhou a prova de Nelson Oliveira e gostou do que viu. “Fez uma excelente prova, tanto em termos físicos como técnicos. Houve curvas tão bem feitas, no limite, que até me arrepiei”, conta o responsável técnico. Rafael Reis também teve um desempenho de qualidade. Apesar de não estar acostumado a distâncias tão longas, o palmelense geriu bem as capacidades, parando o cronómetro nos 51’22’’35, o que lhe valeu a 30.ª posição em 55 participantes. “Dei o máximo que podia em todos os momentos. Se em alguma altura desse mais iria pagar a factura mais tarde”, explica o português, terceiro mais bem classificado entre os ciclistas que não representam equipas do WorldTour.
A luta pelo pódio foi emocionante. E um balde de água fria para os adeptos belgas. Nos pontos intermédios, Wout van Aert foi o mais rápido e preparava-se uma festa de aclamação pelos milhares de adeptos que se juntaram no centro histórico de Bruges. Só que Filippo Ganna surpreendeu tudo e todos. Depois de no Campeonato da Europa, há pouco mais de uma semana, ter sofrido o dissabor de perder o título após ser o mais veloz nas cronometragens intermédias, o italiano geriu, desta vez, melhor o esforço. Ao km 13,8 cedia 7 segundos para van Aert, ao km 33,3 já perdia apenas um segundo para o belga. Na meta Filippo Gana registou 47’47’’83 (média de 54,355 km/h), sagrando-se bicampeão mundial da especialidade. Wout van Aert gastou mais 5,37 segundos, ficando com a medalha de prata, e Remco Evenepoel fechou o pódio, a 43,34 segundos do vencedor.
O segundo dia de competição, nesta segunda-feira, volta a ter participação portuguesa. Daniela Campos vai disputar o contra-relógio de elite feminina, partindo às 14h13 para a prova de 30,3 quilómetros, entre Knokke-Heist e Bruges.