Reabertura da exposição “Primeiras Impressões de uma Paisagem”, de João Nisa

Reabertura da exposição “Primeiras Impressões de uma Paisagem”, de João Nisa
Em conformidade com o anúncio por parte do Governo da reabertura de espaços como galerias de arte, museus, monumentos e similares, a instalação “Primeiras Impressões de uma Paisagem”, de João Nisa, inaugurada a 8 de Janeiro, reabre a 5 de Abril, e estará patente nos espaços da Solar - Galeria de Arte Cinemática, até 2 de maio. Concebida a partir de uma selecção do material do filme com o mesmo nome, actualmente em fase de conclusão, a instalação vídeo é composta por 6 projecções.
 
Após ter sido apresentada durante apenas cinco dias, antes da entrada em vigor do confinamento geral, a exposição de João Nisa, filmada no interior do Aqueduto das Águas Livres, nos arredores de Lisboa, volta agora a estar aberta ao público. O projecto assenta na utilização de um troço dessa estrutura arquitectónica como uma série de dispositivos de “camera obscura”, de modo a elaborar um estudo da paisagem envolvente, mediado pelas características particulares da forma de produção das imagens. A instalação apresentada na Solar propõe um percurso ao longo de um conjunto de projecções, procurando criar as condições para que cada uma delas possa ser apreendida em toda a sua singularidade, num contexto que acentua a forte dimensão perceptiva e sensorial do projecto.
 
João Nisa nasceu em 1971, em Lisboa, onde vive e trabalha. Concluiu o curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema (Lisboa), e a licenciatura e o mestrado em Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Dedicou-se à investigação das relações entre o cinema e a arte contemporânea, tendo escrito ensaios para publicações nacionais e internacionais sobre o trabalho de diversos cineastas e artistas. Foi professor na Escola Superior de Artes e Design (Caldas da Rainha), onde leccionou, durante cerca de dez anos, disciplinas relacionadas com a história do cinema e com o vídeo e o cinema experimental. Realizou o filme “Nocturno”, uma descrição visual e sonora do espaço abandonado da antiga Feira Popular de Lisboa, exibido em diversos festivais internacionais e programas. Tem vindo a desenvolver um trabalho no Aqueduto das Águas Livres, do qual a instalação “Primeiras Impressões de uma Paisagem” e o filme homónimo que se lhe seguirá constituem o primeiro resultado concreto.
 
“Primeiras Impressões de uma Paisagem” poderá ser vista nos espaços da Solar entre 5 de Abril e 2 de maio. Paralelamente, no âmbito do Projecto Cave, dedicado à obra de artistas emergentes, estará também patente na Solar a instalação sonora “A intersecção entre a rua Augusta e a rua da Conceição no dia 2 de Abril de 2020”, de João Farelo, gravada durante o período de pandemia e que pretende mostrar como uma cidade continua a viver apesar das ruas desertas e do seu aparente adormecimento.