No âmbito do SOLE – Serralves Online Experience, a Fundação de Serralves dá início à rubrica #1MinutoParaMuitasImagens, uma série de ensaios vídeo, de muito curta duração, sobre a obra do cineasta de Manoel de Oliveira.
No episódio introdutório, António Preto, director da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, explica-nos a urgência desta emersão no universo fílmico de Oliveira partindo do próprio título da rubrica. O título #1MinutoParaMuitasImagens é uma evocação da série que Agnès Varda criou em 1983 (“Une minute pour une image”) e que, ao longo de 14 anos e mais de 170 episódios, foi pretexto para pensar a fotografia através de um contacto directo com as imagens.
Agora, as “muitas imagens” provêm da extensa filmografia de Manoel de Oliveira e o propósito é pensar o cinema – e os filmes do realizador – a partir do confronto de imagens e sons pertencentes à sua obra. Sem nunca recorrer à palavra (escrita ou falada), optando antes pela análise de fragmentos e aproximação de excertos, estes curtos ensaios propõem possibilidades de diálogo entre diferentes filmes do realizador, através das quais se procuram destacar recorrências formais e temáticas da sua filmografia ou, inversamente, quebras e cisões internas dessa obra.
Tendo acompanhado a transição do cinema mudo para o sonoro, do preto e branco à cor, do analógico para o digital, e participado activamente na discussão dos contornos estéticos que foram definindo a arte em que se singularizou, a obra de Manoel de Oliveira é uma síntese de toda a história do cinema. Seria, certamente, necessário muito tempo só para dar uma vaga ideia da inventividade que caracteriza o seu cinema: qualquer tentativa de cobrir as múltiplas facetas que convergem nos 4294 minutos (mais de 71 horas) que constituem a filmografia do realizador, seria não só um exercício em vão como uma batalha perdida. E não bastará 1 minuto para evidenciar isso mesmo?
É este o exercício que esta rubrica propõe, ao longo de vários episódios, que irão sendo disponibilizados, nos próximos dias, no Instagram, no Facebook e no canal youtube da Fundação de Serralves e que orientarão o nosso olhar sobre diversas recorrências na obra do cineasta.