auéééu e Fernando Roussado apresentam nova peça que junta teatro e escultura

auéééu e Fernando Roussado apresentam nova peça que junta teatro e escultura
Fotografia: Joana Linda

Os auéééu regressam ao Teatro do Bairro Alto depois da experiência de cocriação do espectáculo A Nossa Cidade. A proposta desta vez centra-se potencialidade que poderá haver no encontro entre a materialidade da escultura e os corpos do teatro. Seis pessoas propõem-se a entrar em cena sem qualquer expectativa sobre o objecto final, sem intenções de finalizar qualquer acção. O objectivo não é a eficiência, mas sim uma tentativa que nunca é concluída. 

Uma esfera de calcário de meia tonelada, uma actriz e quatro actores dos auéééu, o escultor Fernando Roussado, marmelos vindos do cinema de Víctor Erice, blocos de tempo e outras coisas de encher o olho: este espectáculo aposta no encontro e na interferência entre o espaço da escultura e o corpo do teatro. O público que entrar na sala sabe tanto quanto quem está em palco. Ou quase. Aqui desafiam-se os princípios da racionalidade, da certeza, da conquista; contraria-se o controle, a hierarquia e a hegemonia; o jogo é virar as costas ao que acabou de ser criado e continuar a busca, reclamando a liberdade do risco e do abismo.

Os auéééu, companhia fundada em 2014 por nove actores, nascem da vontade de pensar a criação em colectivo, numa relação de poder horizontal em que se valoriza a diversidade e o caos. Com uma linguagem estética multidisciplinar, que se baseia numa pesquisa literária, filosófica, cinematográfica e performativa, a companhia procura desenhar territórios de encontro através de um corpo que sente e pensa enquanto escreve. Os auéééu foram uma das três companhias que encenaram no TBA, em 2021, A Nossa Cidade de Thornton Wilder.

Fernando Roussado interessa-se pelo trabalho da matéria enquanto possibilidade de relação com a realidade e tem vindo a explorar o fazer-direto enquanto mediação das tensões latentes entre o querer e o poder. É assistente convidado na FBAUL e o seu doutoramento intitula-se A Indefinição de Escultura.

27 - 29 Janeiro
sexta e sábado 19h30
domingo 17h30

ACESSIBILIDADE
28 Janeiro 19h30
Sessão com Audiodescrição

12 eur
Sala Principal
Duração 90 min.
M/16