Catarina Mourão e João Canijo voltam a Famalicão
Nos próximos dias 19 e 20 de Maio, tem lugar a réplica 7.3 do CLOSE-UP – Observatório de Cinema de Famalicão com que se encerra o Episódio 7, dedicado ao mote A Família, que foi o eixo de todo o programa. Destaque para a produção portuguesa, para o encerramento do integral dedicado a Catarina Mourão e para o díptico de João Canijo, recentemente premiado no Festival de Berlim. Ambos os realizadores estarão presentes em sessões que os próprios comentarão e dialogarão com o público.
Todas as informações das sessões disponíveis em http://www.closeup.pt e http://www.casadasartes.org
Os realizadores serão Catarina Mourão e João Canijo.
Catarina Mourão, estará presente nas sessões de Pelas Sombras e À Flor da Pele, estudou Música, Direito e Cinema (Mestrado na Universidade de Bristol e Doutoramento pela Universidade de Edimburgo, bolseira da FCT em ambos). Fundadora da Apor DOC (Associação pelo Documentário Português). Dá aulas de Cinema e Documentário desde 1998 em diferentes Licenciaturas e Mestrados. Em 2000 cria com Catarina Alves Costa a Laranja Azul, produtora independente de cinema. É neste contexto que realiza os seus filmes que têm sido sempre premiados e exibidos em festivais internacionais. As suas áreas principais de investigação são o documentário, a memória, o sonho, o arquivo e a autobiografia. O Close-up dedicou à cineasta uma integral da sua obra neste 7.º episódio.
João Canijo, estará presente na sessão de Mal Viver, entre 1980 e 1985, iniciou-se no cinema, tendo sido assistente de realização de Manoel de Oliveira, Wim Wenders, Alain Tanner ou Werner Schroeter. Três Menos Eu (1988) foi a sua primeira longa-metragem, entretanto seleccionada para o Festival de Roterdão daquele ano. Trabalhou esporadicamente como encenador, tendo dirigido peças de David Mamet e Eugene O'Neill. Realizou, entre outros, Sapatos Pretos (1998), Ganhar a Vida (2001), Noite Escura (2004), Mal Nascida (2007), Fantasia Lusitana (2010) e Sangue do Meu Sangue (2011). Os seus mais recentes filmes, Mal Viver e Viver Mal, estrearam no Festival de Cinema de Berlim, onde o realizador foi premiado com o Urso de Prata de Melhor Realizador.
Programação:
19 de Maio, às 14h30, no Pequeno Auditório – PELAS SOMBRAS de Catarina Mourão (sessão para escolas, 3.º ciclo e secundário, com a presença da realizadora)
Sinopse
Lourdes Castro (1930-2022) foi uma das maiores artistas portuguesas da segunda metade do séc. XX e início do séc. XXI. Fascinada pelo seu trabalho, Catarina Mourão quis fazer um filme com a artista e Pelas Sombras foi realizado na localidade madeirense do Caniço, na casa que Lourdes construiu com o marido, o artista Manuel Zimbro, quando, depois de muitas décadas a viver em Paris e em Berlim, decidiram voltar para Portugal. E Catarina fascina-se de novo, com a “magia no quotidiano das coisas”, e filma Lourdes no seu espaço e na sua quietude, a tratar das plantas, a revisitar os seus álbuns de família, os livros de artista. Os gestos de todos os dias, o respirar.
19 de Maio, às 21h30, no Pequeno Auditório – MAL VIVER de João Canijo (com a presença do realizador)
Sinopse: Num hotel familiar junto à costa norte de Portugal, vivem várias mulheres da mesma família de gerações diferentes. Numa relação envenenada pela amargura tentam sobreviver no hotel em decadência. A chegada inesperada de uma neta a este espaço claustrofóbico provoca perturbação e o avivar de ódios latentes e rancores acumulados. Com Anabela Moreira, Rita Blanco, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto.
20 de Maio, às 15h30, no Pequeno Auditório – VIVER MAL de João Canijo
Sinopse: Um hotel junto à costa norte de Portugal, acolhe os seus clientes, num fim de semana. Um homem vive dividido entre a atenção a dar à sua mulher e o espaço que ocupa a sua mãe no meio deles. Uma mãe promove o casamento da filha para facilitar a sua relação amorosa com o genro. Outra mãe vive através da filha, impedindo-a de tomar as suas próprias decisões. Três núcleos familiares em final de ciclo de aceitação. Com Nuno Lopes, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Rafael Morais, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Carolina Amaral e Leonor Vasconcelos.
20 de Maio, às 17h30, no Pequeno Auditório – À FLOR DA PELE de Catarina Mourão (com a presença da realizadora)
Sinopse: O Campeonato Europeu de Futebol estava a decorrer. Todos os olhos estavam postos em cima dos estádios, jogadores e desafios. Decidi desviar ligeiramente o meu olhar, e perceber o que se estava a passar ao lado dos estádios, fora das televisões: rapazes e raparigas a crescer, a lutar, crianças a parecerem adultos, adultos a comportarem-se como crianças, um país mergulhado na recessão e apatia à espera da vitória da Selecção Portuguesa para aconchegar o ego. Mas no fim nada mudou e a vida continuou... Em complemento será exibido Malmequer, Bem-me-quer ou O Diário de uma Encomenda, um filme sobre o processo de realização de um documentário, mas sobretudo um diário em flashback da experiência da realizadora em confronto com um filme que lhe é encomendado pela televisão.