Como o crédito em Portugal está a adaptar-se à era digital
A banca tem estado a atravessar uma fase de transformação absolutamente revolucionária.
À medida que o mundo se vai conectando cada vez mais a nível digital, também o setor financeiro procura adaptar-se o mais rapidamente possível, de forma a espelhar as mais recentes inovações em matéria tecnológica.
Este artigo irá explorar essa mesma transformação, a par da evolução digital a que o crédito em Portugal tem estado a sujeitar-se para acompanhar as novas tendências.
Infraestruturas e transformação digitais
Os bancos portugueses têm vindo a investir cada vez mais em infraestruturas de Tecnologias da Informação (TI) e em iniciativas de transformação digital; em contrapartida, os seus objetivos consistem em:
● Ajustar as estruturas operacionais;
● Automatizar processos;
● Melhorar a relação com os clientes;
● Expandir a oferta de produtos e serviços;
● Dar prioridade à eficiência;
● Aumentar a rentabilidade.
O progresso da banca móvel
A banca móvel (ou mobile banking, originalmente) já ultrapassou em larga escala a banca online (ou online banking); à medida que as necessidades dos consumidores evoluem, as instituições bancárias focam-se cada vez mais na construção e consequente melhoria de aplicações móveis.
Estas apps não só oferecem um superior nível de conveniência, como fazem também com que bancos e financeiras aumentem o seu volume de negócios sem que tenham de incrementar os custos associados.
A banca móvel substitui-se ao sistema bancário tradicional ao fornecer mecanismos automatizados que beneficiam tanto os próprios bancos, como os consumidores.
As cisões associadas ao domínio do digita
É impossível discutir digitalização sem ter igualmente em conta determinados fenómenos sociais como a infoexclusão.
A substituição repentina de pontos de contacto humanos por máquinas coloca desafios substanciais, particularmente quando segmentos da sociedade se digladiam para se manterem ao ritmo desta transição digital.
Preocupações com a cibersegurança
Com o crescimento digital, também o risco de ataques informáticos aumenta consideravelmente; a proliferação de ligações digitais acaba por proporcionar novos pontos de entrada para potenciais piratas informáticos (ou hackers, como são também conhecidos).
As instituições bancárias e financeiras devem, como tal, dar prioridade à cibersegurança, de modo a conseguirem efetivamente proteger as suas mais-valias e manter a confiança dos consumidores.
Atualmente, as ameaças à banca passaram de assaltos à mão armada presenciais e rebentamento de caixas automáticos à fraude digital através do roubo de informação pessoal com recurso, precisamente, a mecanismos digitais como mensagens de texto via telemóvel e e-mails com hiperligações perigosas em nome dos próprios bancos, algo que, na grande maioria das vezes, deixa os clientes confusos em relação à sua legitimidade, podendo acabar por ser burlados.
Alterações climáticas e inovação
Os bancos estão neste momento a ser confrontados com os desafios inerentes às alterações climáticas e às ramificações geopolíticas que daí advêm; por exemplo, a União Europeia espera vir a atingir o objetivo de reduzir as emissões de gases que contribuem para o efeito de estufa em 55% até 2030, o que requer investimentos significativos.
Os bancos que se recusam a encarar a realidade de que é necessário aprimorar o seu desempenho energético são marginalizados pelo mercado.
Além do mais, investir na sustentabilidade implica que as instituições bancárias mantenham informação relativa à avaliação de risco de alta qualidade que seja facilmente comparável e económica.
O setor bancário na era pós-pandemia
A pandemia de COVID-19 acabou por, ainda que inesperadamente, fazer as vezes de um catalisador para a transformação digital do setor financeiro.
Os bancos perceberam já que não podem depender exclusivamente de estratégias anacrónicas no que toca aos seus projetos digitais – muito pelo contrário, deverão focar-se nas rápidas inovação e humanização das experiências digitais que proporcionam aos respetivos clientes.
Mais ainda, a alteração comportamental registada entre consumidores, quando combinada com um incremento da literacia digital entre os jovens, levou a banca tradicional a repensar a sua abordagem.
Contornar os obstáculos colocados perante a banca digital
São inúmeros os desafios que, entretanto, surgiram no horizonte bancário:
● Segurança
À medida que a banca online vai proliferando, conquistar a confiança do consumidor é fundamental.
As instituições financeiras desempenham um papel preponderante na melhoria da literacia digital, de modo a impedirem que os seus clientes sejam vítimas de atos criminosos como burlas.
● Questões técnicas
Os consumidores contam atualmente com serviços ininterruptos a qualquer hora e em qualquer lugar, pelo que os bancos devem assegurar que as suas plataformas são estáveis e eficientes.
● Relações institucionais personalizadas
Existe uma forte necessidade de equilibrar a eficácia das transações online com a prestação de serviços personalizados como aconselhamento financeiro.
● A mutação do panorama bancário
A ascensão de tecnológicas financeiras (fintechs) e neobancos (ou neobanks) veio intensificar a concorrência; os bancos tradicionais podem aproveitar o seu potencial em matéria de conhecimento da legislação para fomentarem parcerias com estas novas alternativas no que toca ao robustecimento dos mecanismos de segurança digital.
Em conclusão
A era digital constitui-se como um período tanto de oportunidades, como de desafios relativamente à concessão de crédito em Portugal.
As instituições financeiras que procurarem estrategicamente suplantar estes mesmos desafios assumirão a liderança da transformação digital.
O foco deverá estar na criação de operações eficazes e de experiências excecionais, embora mantendo um toque de humanidade neste crescente domínio digital.
O futuro da banca está no equilíbrio perfeito entre a proeza tecnológica e o toque humano.