"Distopia”, de Xosé Luís Otero, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais

"Distopia”, de Xosé Luís Otero, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais

A paisagem, natural, profundamente urbana ou mesmo utópica, é um conceito permanentemente interpelado pela prática artística de Xosé Luís Otero (Nocedo da Pena, Ourense, Galiza, Espanha, 1966). Mas da paisagem interessa-lhe apenas o fragmento, como se nele capturasse uma determinada fracção de espaço e de tempo, um lugar e um momento.

Em essência, são verdadeiras reminiscências ou, como refere, “ossários de lembranças”, cuja experiência é materializada e documentada em exercícios de memória, que consolida como uma reconstrução.

As suas criações parecem materializar-se em múltiplas formas, muitas vezes como arquétipos de casas, colmeias ou ninhos, mas também de edifícios em ruína, cidades desabitadas ou extensos areais cobertos de algas, ao mesmo tempo que carregam referências muito concretas, apropriadas aos bosques, às atmosferas ou às paisagens marítimas da Galiza.

A exposição vem na sequência da recentemente apresentada no Museu de Arte Contemporâneo de Vigo e propõe ao olhar do visitante um campo visual muito diferenciado sobre sua produção mais recente, concretamente sobre os trabalhos inéditos realizados entre 2019 e 2021.