Festival Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas

Festival Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas
Fotografia: Alba Muriel

É com imenso prazer que vimos apresentar a 11ª edição do Festival Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas –, em Idanha-a-Nova (Cidade Criativa da Música UNESCO), a primeira edição da segunda década em que continuaremos a provar que estar fora do lugar é o melhor lugar para estar!

Com a direcção artística de Filipe Faria, produzido pela Arte das Musas em parceria com o Município de Idanha-a-Nova - UNESCO Creative City of Music - e financiado pela Direcção-Geral das Artes, o Festival está na rua… e as portas do território estão abertas… Voltamos a pisar mesmo as ruas e a terra, e a sentir o vento… “Este é o ano do regresso ao futuro. Depois de tanto tempo em suspensão, a ver os nossos lugares (e os dos outros) pela janela, voltámos. Nestes anos não chegámos a habitar realmente as coisas. Ou parecia mesmo que não. Experimentámos menos. Sonhámos que sim, acordámos no mesmo lugar. Vimos todos os nossos lugares através das janelas, por vezes conseguimos ouvir, por vezes mesmo falar… mas, tantas vezes, o lugar onde estávamos não era o lugar onde queríamos estar.”, escreve Filipe Faria, director artístico do Fora do Lugar.

O primeiro passo da nova década volta a trazer a Idanha-a-Nova – provavelmente o lugar mais bonito do mundo –, o mundo todo… “Em Idanha-a-Nova, continuaremos a trilhar um caminho feito de legados, mas de rosto voltado para o futuro. Nestas terras, onde semeamos tradição e colhemos inovação, o Fora do Lugar encaixa na perfeição. A visão desempoeirada dos conceitos de lugar, tempo e cultura que caracteriza o festival propicia vivências únicas e memoráveis.”, escreve Armindo Jacinto, Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.

A 11ª edição propõe música, conversas, caminhadas, encontros entre os músicos que nos visitam e os que cá estão, exposições, natureza, cinema, gastronomia, programa educativo… 26 propostas em 9 dias de programação, de 17 de Novembro a 3 de Dezembro de 2022.

Músicos, consorts e projectos vindos de Argentina, Brasil, Suíça, Espanha, França e Portugal enchem de sons a assinatura Fora do Lugar… uma proposta de diálogos entre o erudito e o popular, entre o antigo e o novo… o lugar onde se encontra toda a criatividade humana… Uma celebração do efémero como condição de partida para experiência da arte dos sons… Tudo o que vivemos no Fora do Lugar é, ao mesmo tempo, novo e antigo. Ao mesmo tempo uma promessa e os seus ecos. Estes lugares e este território são a linha que cose os dias, que cose toda a experiência.

Em 2022 voltamos a contar com parcerias estratégicas de programação com o Centro Cultural Raiano (ao abrigo do Programa de Apoio à Programação da RTCP, co-financiado pela DGARTES), com a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves – com o CineEco Seia – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela – e com o DocLisboa – Festival Internacional de Cinema.

Na abertura do Festival, no dia 18/11, na Catedral de Idanha-a-Velha, podemos ouvir “a música do sul do mundo” de Martín Sued, bandoneonista argentino e um dos maiores criadores da sua geração, acompanhado pelo brasileiro Gabriel Selvage com o seu violão de sete cordas.

No dia 19/11, no Lagar de Monsanto, podemos ouvir o projecto Sephardica (Espanha), de Emilio Villalba, com um programa dedicado à música das mulheres sefarditas.

No dia 25/11, no Centro Cultural Raiano em Idanha-a-Nova, ouviremos o ensemble Myrtho (França/Suíça), de Laetitia Marcangeli, com um programa “ao gosto de Eros”, uma viagem amorosa por temas gregos, córsicos, franceses e sefarditas.

No dia 26/11, na Ermida da Senhora da Azenha, a Armonía Concertada da icónica soprano argentina María Cristina Kiehr, acompanhada pelo alaudista Ariel Abramovich, traz-nos um livro de música de vihuela imaginário.

No dia 2/12/2022, na Igreja Matriz de Penha Garcia, o ensemble espanhol La Guirlande, de Luis Martinez, interpreta um programa dedicado integralmente a J. Haydn (1732-1809) e ao período que o compositor vienense esteve ao serviço da corte da família Esterházy, uma das mais ricas e influentes famílias do império austro-húngaro.

No dia 3/12/2022, na Catedral de Idanha-a-Velha, a gambista espanhola Pilar Almalé encerra o programa deste ano com o seu quarteto franco-espanhol e a sua “nova música antiga”.

Pelo caminho teremos, ainda…

Um Concerto Secreto no qual o público inscrito desconhece o conteúdo - músico e programa - e o local… As coordenadas são partilhadas com 24 horas de antecedência.

Quatro sessões do Programa Educativo com os Interruptores de Baltazar Molina, percussionista e multi-instrumentista.

Duas Conversas Caminhadas, encontros entre músicos e público inscrito pelas aldeias da região de Idanha-a-Nova: “Devemos parar para ouvir? Porque não caminhar para ouvir? Com um mapa na mão, os nossos convidados falam de si próprios, do que os trouxe aqui, porque é que fazem o que fazem... Falam de História e de histórias, de origens e destinos, de geografias distintas ou semelhantes... Ao caminhar somos distraídos por outros sons, histórias paralelas, um cão a ladrar na aldeia, um restolho no campo... Vemos outras histórias, habitamos outros lugares, sentimos o cheiro da comida de um vizinho. No final, talvez possamos, até, criar outras conversas…”

Três Encontros abertos ao público entre os músicos que nos visitam e os que já cá estão. Entre Martín Sued (Argentina) e Gabriel Selvage (Brasil) e a Filarmónica Idanhense, entre o ensemble Myrtho (França/Suíça) e o grupo de adufes do Rancho de Penha Garcia e entre Almalé (Espanha/França) e as Adufeiras de Idanha-a-Nova: “Um encontro que é um cruzamento, uma troca, uma contaminação positiva de histórias, hábitos, idiossincrasias, ideias, motivações, paixões, sons. Um encontro onde ouvimos falar, cantar e tocar... talvez dançar. Uma forma de tropeçarmos na música de cada um, de tantas geografias, de nos surpreendermos e de juntarmos peças à nossa bagagem. Um encontro para nos conhecermos.”.

Duas Caminhadas de Observação de Aves (a 4ª e a 5ª) com os parceiros Fora do Lugar, SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

Três inaugurações de exposições dedicadas à Arte Visigótica e aos projectos “Antes dela dormir” e “Aqui estão as palavras todas”, da autoria de Filipe Faria, integradas no Museu dos Sons Perdidos.

Dois momentos em torno da gastronomia regional… Tertútila com Sopa e Jantar Pobre, interpretado por Paulo Longo (Centro Cultural Raiano).

Duas propostas dedicadas ao cinema documental: “Oh dear Sara”, de Patricia Franquesa, em parceria com o DocLisboa – Festival Internacional de Cinema – e Curtas Metragens Internacionais em parceria com o CineEco Seia – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela.