Especialistas debatem “Histórias de um Império” no Museu do Oriente

O Museu do Oriente organiza um ciclo de conferências em torno da exposição “Histórias de um Império – Colecção Távora Sequeira Pinto”, aos sábados, de 30 de Abril a 4 de Junho, que reúne vários especialistas para abordar a produção artística resultante das relações entre Portugal e as culturas da Ásia, a partir do século XV.

“Histórias de um Império – Colecção Távora Sequeira Pinto” revela a riqueza e a complexidade da produção artística das redes comerciais criadas por Portugal, um pouco por toda a Ásia, num verdadeiro ensaio visual de peças de diferentes origens, tipologias e materiais, onde o diálogo permanente entre o Ocidente e o Oriente é o que melhor a caracteriza e identifica.

A primeira conferência (30 Abril), com o historiador João Paulo Oliveira e Costa, lança uma reflexão sobre a circulação de ideias entre a Europa e o mundo afro-asiático, vista pelos objectos. Segue-se, a 7 de Maio, Nuno Vassallo e Silva com os “Criadores de Maravilhas: novas raridades e curiosidades na produção do luxo entre a Ásia e a Europa”. Na sessão seguinte (14 Maio), a historiadora Alexandra Curvelo junta-se à investigadora Ulrike Körber para debater o tema “Em busca da laca. Os europeus e o encontro com as diferentes “lacas” asiáticas na Idade Moderna”.

O dia 21 de Maio é dedicado a uma visita guiada à exposição, para analisar in loco as peças que tantas questões e reflexões suscitam. A 28 de Maio, o historiador de arte Pedro Dias reflecte sobre o mobiliário luso-mogol de exportação para as Feitorias Portuguesas da Costa Oriental de África, nos séculos XVI e XVII. “Como reconhecer um português? Impressões asiáticas, 1500-1800” é a última conferência deste ciclo, que conta com Jorge Flores, investigador e especialista em História do Império Asiático-Português.

A Colecção Távora Sequeira Pinto começou a tomar forma na década de 1980, acompanhando a evolução do conhecimento face à cultura material resultante dos contactos culturais estabelecidos com a expansão marítima portuguesa, sobretudo no Oriente.

Ao invés de outras colecções focadas no período dos Descobrimentos, geralmente mais especializadas numa ou noutra expressão plástica, esta colecção distingue-se pela diversidade muito alargada de origens, tipologias e materiais, e pelo diálogo permanente entre o Ocidente e o Oriente.

Apesar do vasto reconhecimento da colecção, como o provam empréstimos a museus de renome em todo o mundo, “Histórias de um Império” é a primeira exposição unicamente focada nas obras da Colecção Távora Sequeira Pinto, e pretende reforçar o entendimento dos primeiros séculos da presença de Portugal na Ásia e as suas relações com a Europa ao longo do tempo.

Comissariada por Nuno Vassallo e Silva, “Histórias de um Império” está patente até 2 de Outubro.