Feira Grande de Janeiro: exposição no Centro de Memória e venda na Praça de São João

Feira Grande de Janeiro: exposição no Centro de Memória e venda na Praça de São João
Fotografia: D.R.

A tradição da “Feira dos Vinte” ou "Feira Grande de Janeiro" celebra-se na Praça de São João, no dia 20 de Janeiro, das 10h00 às 16h00, e no Centro de Memória que acolhe, até ao dia 19 de Janeiro, a exposição com todas as colheres decoradas pelos alunos das escolas e utentes de Instituições do concelho de Vila do Conde.

No dia 20 de Janeiro, sexta-feira, na Praça de São João, as colheres de pau decoradas com mensagens de amor estarão à venda pelos estudantes da Escola EB 2/3 Júlio Saúl Dias de Vila do Conde e haverá também animação com a participação de grupos musicais e encenações históricas de recriação da época.

Este evento retracta uma feira secular de grande tradição que conjuntamente com a feira de 3 de Agosto constituíam as duas feiras francas de Vila do Conde. A estas feiras ocorriam rapazes e raparigas que aproveitavam a ocasião para “travar conhecimentos e amizades” com essas conversas a decorrerem muitas vezes em rimas, passando esta Feira Grande de Janeiro a ser também designada por “Feira dos Namorados”.

De realçar a importância da participação das escolas, entre elas as do 1º ciclo, e das Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho de Vila do Conde na manutenção desta tradição secular.

Mais uma vez, o comércio local participa também na iniciativa, decorando as suas montras com colheres de pau e quadras alusivas à temática.

A Exposição das colheres de Pau no Centro de Memória pode ser visitada até quinta-feira, dia 19 de Janeiro, no seguinte horário: de segunda a domingo das 10h00 às 18h00 (ao sábado e domingo encerra das 13h00 às 14h30).

 

Escolas convidadas

  • Escola Secundária José Régio
  • Agrupamento de Escolas D. Afonso Sanches
  • Agrupamento de Escolas Frei João de Vila do Conde
  • Agrupamento de Escolas Dr. Carlos Pinto Ferreira
  • Agrupamento de Escolas D. Pedro IV

Instituições seniores convidadas

  • Associação de Protecção à Terceira Idade "A.F. Vila Cova"
  • Associação de Solidariedade Social "O Tecto"
  • Associação de Solidariedade Social de Mosteiró
  • Associação de Solidariedade Social de Vila Chã "Terramar"
  • Associação de Solidariedade Social Santa Cristina de Malta "Sancris"
  • Centro de Convívio Sénior da Junta de Freguesia de Gião
  • Centro de Convívio Sénior da União de Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada
  • Centro Social da Paróquia da Junqueira
  • Centro Social da Paróquia de Labruge
  • Centro Social da Paróquia de Mindelo
  • Centro Social da Paróquia de Touguinha
  • Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde
  • Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Vila do Conde

 

Enquadramento histórico da Feira Grande de Janeiro

A instituição da “Feira dos Vinte” recua no tempo, levando-nos até 1704, ano em que D. Pedro II, na sequência de uma solicitação das gentes de Vila do Conde, emite um alvará régio instituindo a Feira Franca de Santo Amaro, a realizar ao dia 20 de cada mês.

Às feiras acorriam lavradores, rapazes e raparigas das freguesias vizinhas, com os seus trajes de festa, bem como comerciantes de locais mais distantes, onde, para além das trocas comerciais, se trocavam também olhares e palavras galanteadoras... Com o passar dos anos, as feiras foram perdendo algum esplendor, no entanto o seu carácter socializante havia de permanecer, já que era um local privilegiado para travar “conhecimentos”, onde as conversas decorriam muitas vezes em rimas e onde as raparigas contabilizavam os rapazes com quem tinham namoriscado, o que acabaria por criar a designação da “Feira dos Namorados”.

As colheres de pau eram o “meio de transporte”, das mensagens apaixonadas que o rapaz oferecia à rapariga com quem mais simpatizasse e que num passado não muito distante, foram pretexto para começar namoros e amores. Passaram os tempos de pedir namoro em verso, mas os alunos das escolas do concelho, todos os anos, recriam esta tradição e, dando largas à imaginação, decoram e «transformam» as modestas colheres de pau em pequenas obras de arte, que posteriormente são vendidas na Feira Grande de Janeiro.