José Gil versa sobre a Arte de pensar…A Literatura e a Filosofia

José Gil versa sobre a Arte de pensar…A Literatura e a Filosofia
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JOSÉ GIL VERSA SOBRE A ARTE DE PENSAR…A LITERATURA E A FILOSOFIA

 

Foi perante um Cine-Teatro Garrett completamente lotado que José Carlos de Vasconcelos lançou a Conferência de Abertura do 25.º Correntes d'Escritas, que teve como convidado especial José Gil, professor universitário, filósofo e ensaísta português.

 

Dedicada ao tema “Literatura e Filosofia”, a conversa não podia ter melhor interlocutor. Considerado um dos 25 grandes pensadores do mundo, em Janeiro de 2005, pela conceituada revista francesa “Le Nouvel Observateur”, José Gil considera que a literatura mundial está “profundamente impregnada de filosofia, desde sempre. De Homero a Fernando Pessoa, a escrita literária foi alimentando-se dos mais variados temas filosóficos”.

 

É a própria “vocação interna da literatura” que a atrai para a filosofia, segundo o conferencista, que se questionou de “onde vêm as afinidades e forças de atracção entre as diferentes formas de literatura, poesia, prosa, teatro e filosofia”. “A literatura mergulha e trabalha na expressão não verbal para extrair emoção, pensamento e sentido e com ele deslizar imperceptivelmente pelo Cosmos. Cabe apenas à filosofia criar conceitos no sentido estrito”, porque “toda a criação é singular e todo o conceito enquanto criação filosófica é uma singularidade”, reflectiu o ensaísta.

 

Para José Gil, tanto o escritor como o filósofo “têm o mesmo objectivo, de captar o real. Agarram uma outra realidade, invisível, subtil, mas de modo diferente. Enquanto o primeiro recria um mundo fazendo nascer o pensamento do movimento dessa realidade ficcionada, o filósofo faz nascer o mundo do movimento dos conceitos. O escritor pensa mundos, o filósofo pensa o mundo”, concluiu o doutorado em filosofia na Universidade de Sorbonne com a tese Le Corps comme champ du povoir.

 

O Correntes d’Escritas prossegue esta tarde, com a abertura da exposição de arte comunitária do projecto Memórias da Ruralidade, de Elisa Ochoa, lançamentos de livros, duas sessões de Conversas Correntes e as duas primeiras Mesas deste ano.

 

Na Casa Manuel Lopes, pode assistir a um espectáculo de teatro – “A Casa” – e à apresentação do Espaço Luís Sepúlveda.

 

De modo a permitir que todos os cidadãos tenham acesso à programação do Correntes d’Escritas, em plenas condições de igualdade e de inclusão, esta edição contará com um intérprete de Língua Gestual Portuguesa em cada Mesa, resultante de uma parceria entre Município e a Associação de Surdos do Porto.

 

Para os que não tiverem oportunidade de assistir presencialmente, os vídeos completos ficam disponíveis no canal do YouTube da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Acompanhe todas as notícias relativas à 25.ª edição do Correntes d’Escritas aqui e consulte o programa aqui. A entrada é livre.

 

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