O VENTANIA – Festival de Artes Performativas do Barlavento – está de regresso aos concelhos de Lagos, Lagoa e Portimão, voltando a apostar numa programação que aprofunda as questões da sustentabilidade no plano artístico.
Naquela que é a sua 3ª edição, o VENTANIA propõe-se a apresentar soluções para superar alguns dos grandes desafios que enfrentamos a nível global, mas também na região algarvia em particular.
Assim, o VENTANIA inaugura a edição deste ano em Lagos com uma instalação artística do projecto “WINDY”, que junta o trabalho do ceramista Ricardo Lopes a um ambiente sonoro criado pelo artista multidisciplinar Carlos Norton. Esta criação conta com a colaboração do trabalho desenvolvido pré-festival pela oficina “A Água na Terra”, em que uma turma de 3º ano da Escola EB1 e JI de Santa Maria de Lagos, coordenada pelo ceramista, se dedicou à exploração de uma técnica ancestral de irrigação subterrânea através de potes de barro não vitrificados, o que poderá vir a ser uma das soluções para a escassez de água no território.
Ainda na perspectiva da co-criação artística com a comunidade algarvia, o projecto de teatro físico e circo contemporâneo “UNS AMB ALTRES”, com a direcção artística do catalão Pau Portabella, irá percorrer os 3 concelhos do VENTANIA. O espetáculo, que aborda questões sociais fracturantes como a liberdade, a individualidade e a posição do indivíduo em sociedade, será protagonizado pelo recém-formado Coletivo Ventania – um grupo de artistas residentes no Algarve, versados em múltiplas artes performativas, que se uniram com o propósito de formar um projecto âncora de criação colectiva na região.
Já em Lagoa, a dinâmica do VENTANIA, de colaboração com as comunidades locais, volta a assumir lugar de destaque, ao contar com a participação dos alunos do Agrupamento de Escolas da ESPAMOL de Lagoa naquela que é a grande encomenda artística do Festival - “ANDROIDINÓPOLIS, a capital da Nova Ordem (Oratória Apocalíptica para Coro de Crianças e Ensemble)”.
Sendo uma criação artística do maestro e compositor Jorge Salgueiro com a colaboração do Algarve Grupo de Percussão e a residência artística do grupo Ventania Ensemble, ANDROIDINÓPOLIS é uma obra que pressagia um futuro distópico como forma de alerta para uma realidade não tão distante. Entre o medo e o amor, a dúvida e a esperança, a obra apela à acção urgente ao nível da sustentabilidade e das preocupações ambientais, fingindo, na sua estreia mundial em Lagoa, os passos rumo a um futuro melhor.
Entre artes plásticas, teatro físico, dança e música contemporânea, o VENTANIA volta a assumir-se como um festival sem igual no território nacional, como sempre assente nos ideais chave de desenvolvimento e promoção do activismo artístico.
O VENTANIA regressa em Setembro a Portimão onde, para além da programação habitual de dança contemporânea, vai contar com a adesão de mais uma área artística ao reportório performativo do festival – o teatro de marionetas.
Um festival promovido pelo TEL - Associação Teatro Experimental de Lagos, co-financiado pela Direcção Geral das Artes, Município de Lagos, Município de Lagoa, Município de Portimão e Junta de Freguesia de S. Gonçalo de Lagos, em parceria local com o ecossistema de artes performativas do Barlavento Algarvio.