Maior evento anual de ciclismo para pessoas com deficiência em Cascais

Maior evento anual de ciclismo para pessoas com deficiência em Cascais

O Circuito Estoril, no concelho de Cascais, vai receber o Campeonato do Mundo de Paraciclismo entre os dias 9 e 13 de Junho. É o maior evento mundial anual de ciclismo para pessoas com deficiência. Esta prova marca ainda a maior participação nacional em mundiais de paraciclismo.

Portugal vai receber os melhores paraciclistas do mundo entre os dias 9 e 13 de Junho, para disputar o Campeonato do Mundo de Paraciclismo. Serão mais de 300 atletas, de 39 países, a competir pelos 53 títulos mundiais que vão ser atribuídos até ao final da prova.

Tal como os Jogos Paralímpicos de Tóquio, os mundiais não se realizaram no ano passado e foram adiados para 2021. Desta forma, o evento que decorrerá no Circuito Estoril é a oportunidade perfeita para os atletas se prepararem para os Jogos Paralímpicos, que se irão realizar entre os dias 24 de Agosto e 5 de Setembro de 2021.

Em competição vão estar quatro categorias distintas que vão disputar as provas de fundo, contra-relógio individual e team relay (ou corrida de estafetas por equipa). As duas primeiras vão ocupar toda a extensão do Circuito do Estoril, com uma distância de 8,3 quilómetros. Já o team relay vai realizar-se numa parte do circuito, localizada entre o início da recta principal e a segunda curva, com 1,9 quilómetros. Ambos os percursos serão percorridos em várias voltas, sendo que o número irá variar consoante a classe em competição.

Estas classes são atribuídas através de uma avaliação, realizada por médicos especializados da UCI (União Ciclista Internacional). Entre as cinco categorias que existem actualmente, são quatro aquelas que vão estar em competição no Campeonato do Mundo de Paraciclismo, visto que a categoria D, relativa aos surdos, não integra este evento. As categorias dividem-se em Handbike (H), Bicicleta (C), Triciclo (T) e Tandem (B), sendo atribuídos números em cada uma delas, consoante a classificação funcional do atleta. Quanto mais baixo o número, menor o grau funcional do paraciclista.

No Campeonato do Mundo de Paraciclismo vai decorrer ainda uma prova de team relay (estafetas por equipas), na qual participam atletas da classe H, em equipas femininas, masculinas e mistas, que competem em simultâneo.

Neste Mundial estarão presentes 13 portugueses que têm aqui uma oportunidade única de se desafiarem ainda mais, competindo ao mais alto nível, juntamente com as estrelas da modalidade. Além disso, este Campeonato do Mundo de Paraciclismo ficará marcado pela maior participação de sempre de atletas nacionais a este nível, o que só é possível porque a prova se disputa em território nacional.

A armada portuguesa é encabeçada pelos quatro corredores que integram diferentes níveis dos programas de alto rendimento paralímpico. Os mais experientes são Luís Costa (classe H5) e Telmo Pinão (C2), os únicos portugueses que já competiram em Jogos Paralímpicos. Bernardo Vieira (C1) e Flávio Pacheco (H4) também têm vindo a construir uma importante experiência internacional ao longo das últimas três temporadas.

Com menos rodagem ao mais alto nível, mas com iguais ou ainda maiores níveis de motivação, vão apresentar-se no Circuito Estoril outros nove corredores portugueses. A dupla Ana Silva e Isabel Caetano é uma surpresa de última hora e vão vestir as cores nacionais na classe B feminina. Além de Flávio Pacheco, Portugal contará com Carlos Neves e Rúben Garcia na classe H4. João Pinto competirá em H3, Paulo Teixeira alinhará em C3 e João Monteiro em C4. Serão dois os portugueses nas provas de C5, Hélder Maximino e Manuel Ferreira. O melhor resultado português de sempre foi conquistado por Luís Costa, medalha de bronze na prova de contra-relógio de classe H5, em 2017.