Marca Açores leva a cabo acção de promoção da ilha de Santa Maria para valorização da gastronomia e produtos regionais

Marca Açores leva a cabo acção de promoção da ilha de Santa Maria para valorização da gastronomia e produtos regionais
Foto: DR

A ilha de Santa Maria foi palco de uma acção de prospecção e formação dedicadas à valorização da cozinha tradicional, com o levantamento dos produtos endógenos e do receituário popular, que visa a perpetuação das tradições e maior visibilidade da ilha e do seu património gastronómico. Esta iniciativa, da Secretaria Regional da Agricultura e Alimentação através do Gabinete de Gestão e Promoção da Marca Açores, com o apoio da Visit Azores, juntou os chefs André Cruz, do restaurante Feitoria (1* MICHELIN), João Sá, do restaurante Sála (1* MICHELIN), ambos em Lisboa, e José Pereira, do restaurante Õtaka, em São Miguel, numa viagem de descoberta dos costumes marienses.

 

Entre os dias 8 e 11 de Julho, os chefs visitaram produtores, cozinheiros locais, restauração e pequenos empresários com o intuito de descobrir o que de melhor se produz em Santa Maria. O apuramento das receitas tradicionais e o conhecimento dos produtos identitários da ilha permitiram uma partilha de experiências, de parte a parte, que incluiu também ações de formação orientadas pelos chefs que aportaram novas técnicas e ideias de enriquecimento deste legado gastronómico, cultural e agrícola.

 

“A identificação dos agroprodutos das ilhas açorianas e a sua promoção fora dos territórios tem sido um trabalho que temos vindo a construir, no âmbito da Marca Açores, numa valorização constante da alta qualidade do produto açoriano. No campo desta responsabilidade, decorreu a ação na ilha de Santa Maria, que permitiu um maior reconhecimento do valor do património gastronómico e agrícola mariense, com três chefs profissionais em contacto com a população e os responsáveis pela produção dos produtos certificados com a Marca Açores e a restauração local, como o “Ponta Negra”, o primeiro restaurante a receber a certificação Marca Açores na ilha de Santa Maria”, explica António Ventura, Secretário Regional da Agricultura e Alimentação.

 

No decorrer da iniciativa, foram realizadas visitas a vários pontos de interesse, com foco na qualidade do produto local, na autenticidade e na própria sustentabilidade da sua produção, de forma a consciencializar para a necessidade de manter as suas características ímpares.

 

“Encontrámos produtos únicos, como é o caso dos nabos, que nada têm a ver com os nossos nabos, e que têm bastante potencial na cozinha”, exemplifica o chef André Cruz. “É importante dar a conhecer estes produtos locais e garantir-lhes uma maior expressão fora deste território, promovendo também a sua produção, importante para a economia da ilha. Ao longo dos dias, conversámos com a população local e aprendemos com as suas histórias, o porquê destes produtos, as suas tradições e o enraizamento de práticas que no final nos levaram a criar um menu para o jantar final, que juntou toda esta sabedoria popular ao nosso conhecimento, enquanto chefs profissionais, e a nossa visão sobre como aproveitar ainda mais cada produto. Sem dúvida de que, no meu caso, por exemplo, trarei para o Feitoria um pouco desta ilha”, acrescenta.

 

Nascido em Santa Maria, o chef José Pereira, actualmente a viver em São Miguel, teve nesta experiência a oportunidade de fazer um balanço da oferta gastronómica atual da ilha e de perceber como os seus colegas encararam estas vivências. “É muito interessante perceber como quem vem de fora vê potencial em produtos a que nós estamos tão habituados que nos leva a prepará-los sempre da mesma forma. Como mariense, é com orgulho que vejo como a nossa cozinha, como é o caso das Sopas do Espírito Santo de Santa Maria, tão importantes para nós, ou mesmo o Caldo de Nabos, que conhecemos desde crianças, pode ter uma nova abordagem mantendo a autenticidade dos sabores. Acredito que a ilha tem muito para explorar e dar a conhecer a quem nos visita, com um destaque especial para a qualidade do que aqui se faz. A Marca Açores tem um papel importante nessa divulgação e consciencialização da importância de não se perder a nossa identidade”.

 

Outro dos pontos em destaque das visitas foi a recuperação da tradição da viticultura, com castas como Verdelho, Arinto dos Açores ou Terrantez do Pico, entre outras, que está a ser fomentada junto da população local, com o objetivo de aumentar a produção existente e apostar no vinho como produto de excelência, com uma oferta mais alargada, sobretudo à procura turística na ilha. Com uma cultura própria com mais de 600 anos, as vinhas são plantadas nas encostas, em socalcos que apenas o homem consegue aceder, sujeitas a condições extremas. Embora esta tradição remonte há mais de seis séculos, a ilha de Santa Maria viu apenas no dia 18 de Maio deste ano os seus primeiros vinhos certificados com a Indicação Geográfica Açores: um branco feito a partir da casta nobre açoriana Verdelho, um branco feito a partir de uvas tintas e um rosé.

 

Sem dúvida que o que mais me surpreendeu foi a qualidade dos vinhos. Sou um apaixonado por vinhos e confesso que fiquei bastante admirado e com vontade de explorar todo este potencial. Com produções ainda pequenas – o Verdelho teve apenas uma produção de 112 garrafas – esta exclusividade dá-lhes ainda mais carácter e autenticidade. Como chef, considero importante este tipo de ações que ajudem a divulgar o tanto que produzimos no nosso país e que ainda é desconhecido da grande maioria. A ilha de Santa Maria tem muito a descobrir, tanto pelo consumidor comum como por nós profissionais da cozinha, a quem cabe um pouco a responsabilidade de apresentar produtos nacionais tão ricos e singulares, com a Meloa de Santa Maria IGP”, relata João Sá.

 

A meloa, produto-estrela da ilha, tem características únicas, com a polpa de cor alaranjada e textura macia, de sabor doce, sumarenta e com um aroma forte. Estas especificidades valeram-lhe não só a classificação de Indicação Geográfica Protegida (IGP), como também a certificação Marca Açores, um selo que afiança a origem e a alta qualidade dos produtos açorianos. Esta certificação, promovida pelo Governo dos Açores, tem sido fundamental no garante da valorização da identidade açoriana, incentivando a população a conservar esta regionalidade, com a perpetuação de produtos locais, receitas tradicionais e serviços, como a restauração, a hotelaria ou empresas de dinamização turística, que garantem a preservação da cultura, tradições e natureza açorianas, com a singularidade de cada ilha. É o caso do queijo e do requeijão de ovelha, uma tradição exclusiva de Santa Maria, ao contrário das restantes ilhas que se dedicam ao queijo com leite de vaca, ou da doçaria, como os biscoitos de orelha. Também a extensa variedade de peixes que refletem a riqueza subaquática destas águas temperadas e cristalinas, com um clima único no Arquipélago que valeu a Santa Maria a designação de “Ilha do Sol”, é um potencial a explorar, importante para a referenciação da ilha como destino gastronómico.

 

Além da identificação das especificidades de Santa Maria, esta ação da Marca Açores teve também uma componente pedagógica, com a realização de workshops formativos orientados pelos chefs, dirigidos à restauração local inscrita. As sessões serviram sobretudo para transmitir novas técnicas e criar uma maior consciência do aproveitamento total do produto, como é o caso das carnes e dos peixes, e uma expressão mais alargada dos produtos e receitas regionais nos menus dos restaurantes, com novas abordagens mas mantendo a essência mariense.

 

A culminar esta iniciativa, decorreu um jantar no restaurante Ponta Negra preparado pelos três chefs, juntamente com os elementos inscritos nos workshops, com produtos identitários da ilha como os nabos ou a Meloa IGP, harmonizado com os vinhos de Santa Maria e as cervejas artesanais produzidas na ilha. Este momento de partilha e celebração entre os responsáveis pela iniciativa e a população envolvida nas múltiplas ações ao longo da semana acentuou a vontade de garantir que a ilha de Santa Maria continue a ser tão singular e um destino apetecível não só pela natureza envolvente como também pelos seus sabores. Para essa noite, os chefs serviram vários pratos, como Lírio, citrinos e molho alimado de pimenta da terra e Meloa da Santa Maria; Prego especial de Santa Maria e molho de pimenta da terra; Badejo ao sal e nabos marienses; borrego no alguidar com inhame da terra ou Tarte de requeijão, queijo fresco e meloa, entre outras sugestões.

 

Esta ação vem na continuidade da promoção realizada o ano passado nas ilhas das Flores e do Corvo, com moldes semelhantes, num esforço da Marca Açores para divulgar, promover e preservar o alto valor do arquipélago dos Açores, como destino de natureza e gastronomia.

 

Sobre os chefs convidados

 

André Cruz

 

Formado pela Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, em Cozinha e Pastelaria, André Cruz destaca do seu percurso as passagens pelo Bica do Sapato e o VírGula, ao lado do chef Bertílio Gomes. Depois de ter entrado em 2009 no Feitoria Restaurante & Wine Bar, em 2014, decide fazer uma pausa e embarcar numa aventura gastronómica pela América do Sul que o levou até ao renomado restaurante Gustu, da chef Kamilla Seidler, na Bolívia, e ao Boragó, no Chile, do chef Rodolfo Guzman. De regresso a Portugal, ingressa novamente no Feitoria, em 2015, com a responsabilidade de souschef. Mais tarde, em 2022, assume a liderança da cozinha do restaurante e apresenta o seu primeiro menu de autor, o Semente, reconhecido dias depois como “Chef Revelação 2022”, pelos prémios Mesa Marcada, e integra ainda a lista dos “20 chefs que vão dar que falar”, do Guia Boa Cama Boa Mesa, do Expresso. O seu trabalho garantiu ao Feitoria a manutenção da Estrela MICHELIN, permitindo ainda a integração do restaurante no reconhecido guia La Liste e no 50 Best Discovery.

 

João Sá

 

Apaixonado por gastronomia e vinhos, começou a sua aventura culinária em tenra idade, com apenas 14 anos. Ao longo da sua carreira profissional, trabalhou com chefs como Abraham Garcia, Ljubomir Stanisic e Jerónimo Ferreira. Aos 23 anos, abre o seu primeiro restaurante em Sintra onde põe em prática o seu lado irreverente, mudando a carta todas as semanas ao longo de quatro anos, sem nunca repetir um prato. Hoje em dia, é no seu restaurante Sála, recentemente reconhecido com uma estrela pelo guia MICHELIN, que explora uma culinária “viajante”, guiada pelas suas raízes africanas e pela cidade de Lisboa, marcada pela sua abertura ao mundo e pelas influências externas.

 

José Pereira

 

José Pereira nasceu na ilha de Santa Maria onde passou a sua infância e juventude. Saiu da ilha rumo ao continente para estudar informática, mas de imediato se apercebeu que aquela não era a sua vocação. Decidiu mudar para o curso de Produção Alimentar em Restauração, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Durante o curso, e após o mesmo, fez estágios e trabalhou em hotéis e restaurantes na grande Lisboa. Em 2010, teve uma oportunidade em Genebra, na Suíça, e durante sete anos integrou a equipa do Four Seasons Hotel des Bergues, trabalhando nos seus dois restaurantes, Il Lago e Izumi. Ali, teve a oportunidade de trabalhar no terreno com grandes chefs, conhecer novos produtos e adquirir conhecimento técnico que consolidaram os seus gostos e a forma de ver a gastronomia. O desejo de regressar a Portugal fê-lo explorar as possibilidades na ilha de São Miguel e foi no centro de Ponta Delgada que, em 2018, abriu o seu primeiro negócio, o restaurante Õtaka. Mais recentemente lançou um novo projeto, o restaurante Ají.

 

Sobre a Marca Açores

 

Com o objectivo de levar a essência dos Açores além das suas águas, a Marca Açores espelha a tradição combinada com os conceitos atuais de inovação e criatividade, num convite claro a que se conheça e reconheça a origem singular dos produtos e serviços deste arquipélago no Atlântico.

 

Certificados pela sua natureza de cariz único e autêntico, os valores da Marca Açores nascem com a paisagem, as pessoas, os sabores, os objetos e as tradições que compõem a história de cada ilha, que se espelha numa representação gráfica que emite um selo de origem, o selo Marca Açores – Certificado pela Natureza, impulsionador da promoção externa e interna da Região.

 

Com a natureza como pilar central deste projecto, o elevado valor ambiental, a diversidade e a exclusividade natural dos Açores estão na origem desta marca territorial, que faz sobressair a região açoriana no panorama nacional e internacional, com objetivos concretos de promoção externa, mas também interna, servindo de eixo agregador de serviços e marcas, unindo a uma só voz a identidade de todos os parceiros.

 

A Marca Açores serve assim o propósito de fomentar a exportação das 9 ilhas, tanto a nível turístico como dos seus produtos regionais, considerando-se também os serviços que beneficiam desta promoção para ganhar mais notoriedade e alcançar outros mercados.

 

A atribuição do selo Marca Açores está disponível para produtos alimentares e não alimentares, artesanato, serviços e estabelecimentos, permitindo a identificação da origem, estimulando por essa via, a preferência pelo consumo dos produtos açorianos. Integram atualmente o projeto Marca Açores cerca de 300 empresas com mais de 6 mil selos. A certificação decorre de um processo de candidatura, validado pelo Governo Regional dos Açores, através do Gabinete de Gestão e Promoção da Marca Açores.

 

Sobre a Ilha de Santa Maria

 

Com uma identidade marcada pelo território, de clima ameno e de características mediterrânicas que dão origem à designação de “Ilha do Sol”, Santa Maria é a mais antiga ilha dos Açores, com cerca de 8 milhões de anos, sendo também a primeira a ser descoberta. Da vasta riqueza subaquática que habita as suas águas cristalinas, às encostas, baías, florestas e praias de areia clara, com destaque para o inigualável Deserto Vermelho, constituído por cinzas vulcânicas com mais de 4 milhões de anos, é um destino de aventura, natureza e balneário, outrora procurado e saqueado por piratas.

 

Esta ilha que, juntamente com São Miguel, constitui o grupo Oriental do arquipélago, tem apenas um concelho, Vila do Porto, o primeiro local a receber o foral de vila nos Açores, no século XV, pouco tempo após o descobrimento da ilha de Santa Maria, que ocorreu entre 1427 e 1432. Num conjunto de cinco povoações, Vila do Porto, Almagreira, Santa Bárbara, Santo Espírito e São Pedro, a população ascende a pouco mais de 5.400 habitantes. Uma das maiores expressões do território são as edificações de igrejas e ermidas, que traduzem a devoção dos marienses, sobretudo ao Divino Espírito Santo, mantendo vivas as tradições religiosas, que assumem um carácter distinto nesta ilha. As festas do Espírito Santo, que decorrem a partir do 7º domingo depois da Páscoa, são a maior expressão popular e religiosa da ilha, com a oferta das famosas Sopas do Espírito Santo em todas as freguesias, numa tradição que remonta ao continente, há mais de 700 anos.

 

Com uma geografia recortada, as atividades vulcânicas deram origem a profundas fendas e túneis, visíveis na Furna dos Anjos, com uma semicratera vulcânica repleta de socalcos com vinhas que dão origem à Reserva Natural da Baía de São Lourenço. Rodeada por ilhéus e rochedos, locais de nidificação de espécies de aves protegidas, ao longo da ilha o encontro com a grandeza da natureza é permanente, num convite a atividades como caminhadas, espeleologia, mergulho, parapente, windsurf, esqui aquático ou surf, ao mesmo tempo que as praias convidam a banhos em águas temperadas. No centro da ilha, o Pico Alto, assume o ponto mais alto, com 590 metros, onde se encontram espécies de flora endógena.

 

Com várias zonas de natureza protegida e reservas naturais, Santa Maria oferece um postal vivo, com natureza, tradições, produtos e receitas muito próprias, que fazem desta um dos destinos mais completos do nosso país.

 

Sopas do Espírito Santo

 

Inseridas nas festas do Espírito Santo, as Sopas traduzem a grande devoção dos marienses, sobretudo ao Divino Espírito Santo, mantendo vivas as tradições religiosas, que assumem um carácter distinto nesta ilha. As Sopas do Espírito Santo são o ponto alta desta fé, que promove a dádiva alimentar à população da ilha na sequência de promessas, muitas delas dos muitos emigrantes que partiram sobretudo para os Estados Unidos, Canadá e Brasil. Feitas com carne de vaca, cebola e repolho, as tradicionais Sopas de Santa Maria destacam-se pela sua simplicidade e originalidade, que acompanham com pão e hortelã, exprimindo uma cultura própria da ilha. A sua oferta é extensível a toda a população, convidada a juntar-se a esta grande festa, presente em cada uma das freguesias, e que são uma herança da dádiva de comida aos pobres pela Rainha Santa Isabel. Os Impérios, localmente conhecidas as festas do Espírito Santo, são promovidos pelos “Imperadores”, sejam particulares ou colectivos, como forma de pagamento de promessas e garantias de proteção divina.

 

Caldo de Nabos

 

É um dos pratos mais típicos da gastronomia mariense, hoje em dia apenas preparado nas casas particulares. Os nabos são endógenos da ilha e diferentes dos habituais nabos consumidos no resto do país, com sabor e forma distintos. Para atenuar o seu sabor amargo, a população local habituou-se a escaldá-los e a cozê-los em duas águas, ficando então prontos para integrarem o Caldo de Nabos, semelhante ao cozido à portuguesa, confecionado com carne de porco em salmoura, toucinho e chouriço, couves e batata-doce. No final, o prato é servido com fatias de pão caseiro que se molham no caldo. Produzidos unicamente nas terras de Santa Bárbara, a semente destes nabos quando transportada para outras terras degenera e não produz os mesmos nabos, sendo por isso difícil de encontrar este prato fora desta ilha.

 

Lista de parceiros e produtos da iniciativa certificados pela Marca Açores

 

Açorcactus

 

Produtor de Figo da Índia, aderente ao selo da Marca Açores.

 

Contactos:

Bairro das Lombas, Lote 8 9580-479 Vila do Porto

918 650 724

acorcactus@gmail.com

 

Agromariensecoop

 

Constituída em Janeiro de 2006, a Agromariensecoop – Cooperativa de Produtos Agro-Pecuários da Ilha de Santa Maria é uma organização de produtores, inicialmente constituída por sete produtores de Meloa de Santa Maria, com a missão de promover os produtos agro-alimentares típicos da ilha. Com foco na aproximação aos vários mercados, trabalha ao longo de toda a cadeia, desde produção, preparação/embalamento, transformação e comercialização, seja localmente ou no exterior. A Meloa de Santa Maria IGP e o vinho constituem alguns dos produtos no âmbito destas ações.

 

Meloa de Santa Maria IGP

 

Produto icónico da Ilha de Santa Maria, distingue-se da Meloa da Graciosa, também IGP, devido sobretudo às características específicas do solo. A sua cultura foi introduzida na ilha de Santa Maria pelos colonizadores, por volta do século XVI, e foi mantida ao longo dos tempos até que, na década de setenta, os emigrantes marienses oriundos do continente americano trouxeram variedades híbridas que levou a apuramento da variedade da meloa que melhor se adaptava às condições de Santa Maria e às próprias exigências da população local. Com um formato redondo a oval, a casca é intensamente reticulada de cor esverdeada tornando-se amarela-esverdeada na maturação. A polpa tem uma cor alaranjada e é de textura macia, aromática e com um sabor doce e sumarento quando madura, sendo esta uma característica muito própria das variedades cultivadas em Santa Maria, tal como o seu aroma forte. Tem uma média de 800g e 13 cm de diâmetro. A classificação da Meloa de Santa Maria como Indicação Geográfica Protegida (IGP) permite um maior envolvimento da população na sua produção e impacto na economia da ilha.

 

Vinhas da Baía de São Lourenço

 

Com condições ainda mais adversas para a viticultura do que nos Biscoitos da ilha Terceira ou nos lajidos do Pico, as vinhas em Santa Maria são plantadas nas encostas, em socalcos inacessíveis às máquinas que se desdobram arriba acima, o que as torna numa paisagem deslumbrante a céu aberto e com vista para o mar. As plantações, cultivadas em socalcos, são separadas por sebes ou por muros em pedra basáltica. O vinho aqui produzido, por mais de 30 produtores, é proveniente de pequenas parcelas de vinha que mantém viva a tradição secular de produção do Vinho de Santa Maria. A 18 de maio deste ano, a ilha de Santa Maria viu os seus primeiros vinhos certificados com a Indicação Geográfica Açores, que homenageia quase 600 anos de uma viticultura própria, realizada em condições extremas e que, apesar de algum abandono, tem conseguido persistir no tempo. Os vinhedos são plantados em socalcos desde as baixas do mar até onde a encosta permite o cultivo, com uma inclinação superior a 45º e sem qualquer tipo de mecanização. Um tipo de viticultura peculiar, que ainda existe em algumas partes do mundo, e que a Organização Mundial da Vinha e do Vinho definiu como “Viticultura Heróica”. As vinhas são uma mistura entre as paisagens vinhateiras do Douro e as da ilha do Pico. São Lourenço e Maia são as baías da ilha onde a atividade vitivinícola ainda persiste.

 

Contactos:

Agromariensecoop

Ribeira S. Domingos, S/N, 9580-485 Vila do Porto

296 820 320 / 296 820 329

info@agromariensecoop.com

 

Ângelo de Chaves Braga

 

Tem produção própria de animais e é, juntamente com o Ilha do Sol, um dos dois talhos na ilha com selo Marca Açores.

 

Contactos:

Rua Dr. Luís Bettencourt, 24, 9580-529 Vila do Porto

296 882 676

geral@achbraga.pt

 

A Nossa - Cervejeira Artesanal de Santa Maria 

 

A Nossa – Cervejeira Artesanal de Santa Maria é uma empresa familiar e é oficialmente a primeira fabricação de cerveja da ilha de Santa Maria. Fundada em 2003, pelo alemão Marc Oliver, casado com uma mariense, o projeto, que parte da empresa-mãe Outromundo, surge da paixão do proprietário pela cerveja artesanal, sendo este de Munique, a capital mundial da cerveja. Com início numa brincadeira e apenas para consumo privado, o sucesso levou-o a encarar o projeto como profissional, estendo a produção a vários tipos de cerveja. Com base nas tradicionais alemãs lagers e weizen, acrescenta ainda as craft-beer IPAs, cervejas belgas e cervejas com toque tropical e frutado, como a Azorean IPA ou a Melon Ale. A empresa tem dois estabelecimentos, “A Travessa”, em Vila do Porto, e o Beach-Parque, na Praia Formosa.

 

Contactos:

A Travessa

Rua Dr. Luís Bettencourt 97, 9580-529 Vila do Porto

Reservas: 296 882 213

 

Cagarrita – Padaria e Doçaria Tradicional Mariense

 

A Cagarrita criada em 2017, foi pensada pela sua fundadora, Rosa Cabral, durante mais de 20 anos, para dar a conhecer a riqueza da ilha de Santa Maria com produtos que se distinguem pelo sabor e pela sua história, como é o caso dos Biscoitos de Cerveja, Bolo do Colombo ou as tradicionais Júlias. Para além de preservar a tradição, a Cagarrita tem trabalhado no sentido de dar uma nova imagem aos produtos da ilha, com propostas mais arrojadas.

 

Contactos:

Rua de Ponta Delgada 9580-530 Vila do Porto

919 428 633

https://acagarrita.pt

 

Cooperativa de Artesanato de Santa Maria

 

A Cooperativa de Artesanato de Santa Maria foi constituída em 1989, com o intuito de dinamizar a economia da pequena freguesia de Santo Espírito e não deixar perder as tradições artesanais de Santa Maria, nas áreas de tecelagem, do fabrico de pão e da doçaria, onde se destacam as Cavacas, os Biscoitos de Orelha e os Melindres, típicos doces marienses. Com uma produção circunscrita à ilha de Santa Maria, os Biscoitos de Orelha são um produto de referência da gastronomia local, com presença habitual nas ocasiões festivas, como as festividades do Espírito Santo, casamentos ou Natal. A moldagem do Biscoito de Orelha de Santa Maria é exclusivamente manual e requer grande destreza, particularmente no enrolar da massa sobre os dedos da mão esquerda e no corte das orelhas, para lhe conferir o formato triangular, original e característico, reservado às doceiras de Santa Maria.

 

Contactos:

Termo da Igreja, S/N, Santo Espírito, 9580-238 Vila do Porto

296 884 888

coop_artesanato@sapo.pt

Horário: De 2ª a 6ª feira, das 8h às 12h30 e das 13h30 às 16h, sábados das 9h às 14h

 

Mantamaria

 

Nadar com as jamantas é uma das actividades mais conhecidas e procuradas para se fazer em Santa Maria. De snorkeling ou mergulho, nadar com as jamantas na Baixa do Ambrósio atrai todos os anos visitantes de várias partes do mundo, deslumbrados com a imponência destes animais que podem chegar aos 8 metros de comprimento, muitas vezes chamados de “morcego dos mares” ou “raia do Diabo”. Estas são uma das principais atrações das águas que rodeiam a ilha, povoadas por inúmeras espécies de peixes em grandes cardumes, enriquecidas sobretudo no verão com a visita do tubarão baleia, que pode ser avistado em alto mar, muitas vezes rodeado de milhares de atuns. O centro de mergulho Mantamaria tem certificação Marca Açores e proporciona passeios de barcos ou mergulho e atua sobretudo na Baía do Ambrósio, na Reserva Natural das Formigas e no Banco Dollabarat, conhecidos por oferecerem águas com as melhores visibilidades dos Açores e encontros com grandes cardumes de peixes pelágicos, mantas e jamantas, tubarões e muitas outras espécies.

Contactos:

Marina de Vila do Porto, 9580-541 Vila do Porto

918 685 447 / 917 287 286 / 296 882 907

info@mantamaria.com

 

Mascote Wine

 

A Mascote Wine oferece uma seleção de vinhos regionais, com a valorização dos sabores, adegas e diversos produtos da região. A par das tendências de mercado, preserva sobretudo a autenticidade dos vinhos regionais. Na garrafeira, conta com cerca de 300 referências de vinhos diferentes, muitos deles vindos diretamente das adegas dos pequenos produtores. A par dos vinhos, a Mascote Wine tem uma oferta única na ilha, complementada com tapas e petiscos, entre estes o pão caseiro de Santa Maria, o doce de Meloa de Santa Maria, o queijo regional do Faial ou mesmo os enlatados regionais, como o Atum de São Jorge ou o peixe fumado da ilha Terceira. Com origem no Café Mascote, de 1954, um ponto de encontro entre população local e emigrantes, o Wine Bar e Garrafeira preserva intacto o interior do café.

 

Contactos:

Rua Teófilo de Braga, nº21, 9580-535 Vila do Porto

+351 926 877 337

mascotewine@sapo.pt

 

Peixaria Filipe & Gorete:

 

A Peixaria Filipe & Gorete na Vila do Porto em Santa Maria é um negócio de família que começou por ser um serviço ambulante de venda de peixe, crescendo para estabelecimentos fixos que hoje se encontram no Mercado Municipal de Vila do Porto e no Supermercado O Ângelo, estando também planeada a abertura de um terceiro espaço comercial.  A venda é realizada diretamente ao público em loja aberta, fazem serviço de entregas em restaurantes e a clientes particulares. Fazem ainda importação e exportação de peixe da época capturado na ilha de Santa Maria.

 

Contactos:

Peixaria do Mercado

Mercado Municipal - Rua do Cotovelo, 296 882 403

 

Peixaria "D'o Ângelo”

Supermercado "O Ângelo" - Rua Dr. Luís Bettencourt 24,

296 883 222

geral@peixariafilipegorete.com

 

Queijaria Ilha Santa Maria - ARCOA

 

A Queijaria Ilha Santa Maria produz dois produtos únicos no Arquipélago dos Açores, o queijo e o requeijão de ovelha. Com produção própria, possui uma criação de ovelhas em regime extensivo, que permite a extração diária de leite para a produção destes dois produtos e também de iogurtes. A tradição do pastoreio de ovelhas em Santa Maria é antiga, estimando-se que em 1928 existiam cerca de 4.000 animais na ilha, destinados sobretudo para o consumo da lã e da carne. Ao longo dos anos, e dadas as condições distintas do solo, a produção de queijo curado de ovelha foi crescendo, tornando-se num produto único e distinto de Santa Maria. Foi apenas em 2021 que se iniciou a comercialização ao público do primeiro queijo fresco da Queijaria Ilha Santa Maria, tornando-se numa referência a par do seu queijo curado de ovelha. A Queijaria produz ainda requeijão de ovelha e queijos e iogurtes com leite de vaca.

 

Contactos:

ARCOA, Lugar de São José - São Pedro - 9580-330 Vila do Porto

 

Restaurante Ponta Negra

 

O Ponta Negra é um restaurante e bar de praia, onde é possível desfrutar de uma refeição enquanto se aprecia a vista mar e a Baía de São Lourenço a partir da sua ampla esplanada. Com uma carta variada de peixe fresco, as especialidades recaem nos pratos de marisco e nas sobremesas.

 

Contactos:

São Lourenço s/n, Santa Bárbara, 9580-114 Vila do Porto

+351 296 098 148                         

 

Talho Ilha do Sol

 

Com produção própria de animais, a empresa Talhos Ilha do Sol tem 13 anos e é um dos dois talhos na ilha de Santa Maria com a certificação Marca Açores.

 

Contactos:

Mercado Municipal Vila do Porto, 9580-522 Vila do Porto

296 883 003

 

INFORMAÇÕES ÚTEIS

 

Gabinete de Gestão e Promoção da Marca Açores

 

Moradas:

 

São Miguel - Quinta de São Gonçalo, 9500-343 Ponta Delgada

 

Terceira - Rua Direita, nº 52, 2º piso, 9700-066 Angra do Heroísmo

 

Lisboa - Av. Elias Garcia, nº 57, S/L, 1049-017 Lisboa

 

Contactos:

 

296 309 100 | marcaacores@azores.gov.pt

 

Online:

 

https://www.marcaacores.pt/

 

https://www.facebook.com/marcaacores

 

https://www.instagram.com/marcaacores_/

 

Catálogo Geral Marca Açores