M.Ou.Co. respira a cada dois meses música e saúde sob a forma de tertúlia
A importância da respiração na interpretação musical é o tema de arranque do primeiro ciclo das Tertúlias de Música e Saúde do M.Ou.Co., que, a 9 de fevereiro, às 19h00, levará à Musicoteca deste espaço multicultural do Porto dois convidados – especialistas nas respetivas áreas -, para abordar e debater exigências, riscos e especificidades na execução instrumental deste movimento que anima nosso corpo ao longo da vida e que reage a tudo que fazemos e sentimos. Felipe Bastos, baterista, e Filipe Carreira, profissional de educação física, natação e surf, são os convidados para esta primeira sessão.
Enquanto especialista em Fisioterapia Preventiva e Ergonomia, Flora Vezzá, responsável pelo Departamento de Música e Saúde do M.Ou.Co. e dínamo da Clínica da Performance, habituou-se a ver “menorizados pormenores tão simples” como a respiração, as pausas e aquecimentos na interpretação musical. Que “não são desperdício de tempo”: o nosso corpo “é o instrumento que produz a música – um instrumento que precisa de cuidado e atenção, que funciona como um sistema altamente integrado. Tudo que afeta o corpo – esforços, emoções, ansiedade – afeta a respiração, e vice-versa. A consciência das relações entre ela e o desempenho do instrumento pode ser o ponto de partida para que o músico atinja a excelência”, explica.
Os músicos trabalham arduamente, durante anos a fio, para criar uma ‘memória muscular’. A respiração é ‘parte’ basilar desta memória e o período de aprendizagem é o melhor para despertar no executante o cuidado com a sua eficiência e saúde. “É durante a fixação dos padrões de movimento necessários para tocar que o iniciante deve ser orientado sobre o que é mais favorável, não apenas para as posturas e movimentos, mas para seu desempenho, as rotinas de estudo e preparação”, explica Flora Vezzá, que moderará a iniciativa.
As Tertúlias de Música e Saúde pretendem, por isso, ser mais uma pedra no xadrez do ensino saudável de instrumentos musicais e na saúde individual de performers. As sessões destinam-se especialmente a profissionais de música, estudantes, professores, clínicos e demais interessados pelas áreas em debate.
“Estamos a criar uma programação intimista para estimular um debate interdisciplinar inovador, com foco na promoção da saúde e do acesso a conhecimentos e a conteúdos que possam ser utilizados como ferramentas para o autocuidado dos profissionais e dos candidatos a profissionais de música. A respiração é apenas o mote de arranque da iniciativa, ao qual se seguirão outros, de dois em dois meses”, contextualiza Flora Vezzá.
No encontro de 9 de fevereiro, o baterista Filipe Bastos e o especialista de educação física Filipe Carreira, farão breves apresentações sobre o tema, abordando-o de formas complementares e contrastantes, para posterior exploração e aprofundamento no momento de debate, com a assistência.
As Tertúlias de Música e Saúde têm lugares limitados e a participação obriga a uma inscrição prévia.
Criada para dar suporte especializado a qualquer executante musical, a Clínica da Performance do M.Ou.Co. (localizada no n.º 67 da Rua de Frei Heitor Pinto) reúne profissionais especializados no atendimento a questões relacionadas com a ergonomia e as ciências da performance, a psicologia e a fisioterapia. Inserida numa unidade hoteleira com especial predileção pela cena musical, providencia o apoio necessário para que as relações do músico com seu instrumento e a prática musical sejam otimizadas, prevenindo e resolvendo problemas.