Museu das Termas Romanas abre portas ao público
Localizadas na margem direita do rio Tâmega, as Termas Medicinais Romanas são o mais importante complexo termal português, mas também um dos mais monumentais da Europa. O seu destaque é-lhe conferido pela grandiosidade das estruturas, quer pela sua dimensão, quer pela qualidade arquitectónica e respectivo estado de conservação.
O visitante pode encontrar um edifício que ruiu em pleno funcionamento no século IV, ficando “congelado no tempo”, até ser descoberto em 2008, por um acaso, aquando de escavações no local para a construção de um parque de estacionamento subterrâneo.
A intervenção de musealização e resolução do problema técnico, resultante da condensação interior, permitiu encontrar uma solução técnica, com o apoio do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), tendo em vista a mitigação dos problemas decorrentes da existência de água a 73ºC no seu interior. Noutra dimensão, foi possível concretizar um conjunto de trabalhos de conservação, restauro e musealização de todas as estruturas arqueológicas existentes, promovendo as condições necessárias para a reactivação do sistema hidráulico de abastecimento de águas termais, condutas, tanques e piscinas.
No que concerne à musealização, a intervenção contemplou a colocação de painéis explicativos com a reconstituição das ruínas, que descrevem o balneário e que contam 2000 anos de história do Largo do Arrabalde, uma mesa táctil interactiva com a evolução dos balneários nas diversas fases, bem como uma exposição de artefactos, que permitirá dar a conhecer a evolução do local, desde a construção do primeiro balneário até à actualidade.
De referir que as Termas Medicinais Romanas de Chaves foram classificadas como Monumento Nacional, em Dezembro de 2012, por se apresentarem “como o mais importante complexo termal português, de dimensões apenas comparáveis, em termos provinciais, às de Aquae Sulis (atual cidade de Bath, em Inglaterra)”, uma descoberta “da maior importância patrimonial”.
O complexo termal de Aquae Flaviae foi edificado em várias fases. Da primeira fase, datada do século I, já pouco resta, tendo sido as grandes obras de remodelação feitas nos finais do século II ou inícios do século III, que lhes deram grandiosidade e as projectaram pelo mundo romano. As estruturas agora musealizadas retractam, precisamente, essa fase do seu apogeu. Vale a pena visitar estas magníficas ruínas e conhecer o extraordinário engenho romano que aproveitou as águas minerais que brotam do solo a uma temperatura de 73ºC e cujo sistema hidráulico, quase dois mil anos depois, ainda funciona em pleno.