Alexandra Bachzetsis regressa ao TBA
Notebook é a mais recente criação da coreografa e artista visual residente em Zurique Alexandra Bachzetsis. Bachzetsis vê a forma conceptual e física do corpo humano como um meio, um processo e uma substância. Ao fazê-lo, a artista recorre ao vocabulário dos media da cultura pop e comercial, como o cinema, a publicidade, o teatro e a coreografia, para reencenar e desconstruir em cena. Em Notebook, espectáculo co-produzido pelo TBA, o que vemos em cena reproduz o seu método de criação em constante diálogo e o seu fascínio pela fragmentação. Este espectáculo espelha o seu percurso de mais de duas décadas, fazendo referência a outras obras, a ideias não exploradas e até a projectos futuros. Alexandra Bachzetsis esteve no TBA em Fevereiro de 2022 com o espectáculo 2020:OBSCENE.
Alexandra Bachzetsis
NOTEBOOK
Alexandra Bachzetsis regressa ao TBA para apresentar o seu mais recente projecto a solo: Notebook, uma exploração profunda e luxuriante da sua própria biografia enquanto bailarina, coreógrafa e artista com um percurso de mais de 20 anos. A peça não foi criada isoladamente, mas em diálogo, um método desenvolvido por Bachzetsis especialmente para esta obra.
Em Notebook, abordam-se temas como a luxúria, a sexualidade, o excesso, a inocência, a dor e a efemeridade sob a forma de notas performativas que se manifestam numa pluralidade de vozes, imagens, corpos e objectos, resultante dos diversos encontros. O caderno de notas como companheiro indispensável do processo artístico, como arquivo privado do trabalho criativo e como depósito de ideias para projectos futuros imaginados reflecte, assim, a afinidade artística de Bachzetsis pelo fragmento, o esboço e o inacabado em processos de pensamento criativo e performativo. Aqui, o corpo torna-se um arquivo físico de outros corpos, a forma mais subversiva da apresentação da experiência, bem como um lugar de mediação permanente entre o passado e o presente, o acontecimento e a documentação, o ao-vivo e a medialidade, a originalidade e o citacional.
Na intersecção da dança, da performance, das artes visuais e do teatro, Alexandra Bachzetsis cria espaços nos quais o corpo se pode manifestar como um dispositivo artístico e crítico. Tem apresentado o seu trabalho em teatros e instituições de arte contemporânea, como a Tate Modern, o Museu Jumex, o MoMA e a documenta 13 e 14.
Saber mais em Teatro do Bairro Alto
22 e 23 Março
Artes Performativas
sexta e sábado 19h30
Sala Principal
12 Eur. (integrado no Passe Cultura apenas disponível na Bilheteira do TBA)
Duração 60 min.
Classificação etária: a atribuir pela CCE
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BIO
Alexandra Bachzetsis é uma coreógrafa e artista visual estabelecida em Zurique (Suíça). O seu trabalho desenvolve-se no cruzamento entre dança, performance, artes visuais e teatro, fazendo confluir os espaços em que o corpo, enquanto dispositivo artístico e crítico, é capaz de se manifestar. Esta abordagem essencialmente interdisciplinar reflecte a sua formação. Estudou e licenciou-se na Escola de Artes de Zurique e na Academia de Teatro Dimitri em Verscio (Suíça), completou o Programa de Educação em Performance do centro de artes STUK em Lovaina (Bélgica) e fez uma pós-graduação no Das Arts, o centro de pesquisa avançada em estudos de teatro e dança em Amesterdão (Países Baixos). Durante os anos de formação, Bachzetsis começou a trabalhar como bailarina em dança e performance contemporâneas, colaborando com Sasha Waltz & Guests (Berlim) e les ballets C. de la B. (Gante), entre outros. O trabalho de Bachzetsis foi desde então influenciado por colaborações, transferências e uma pluralidade de vozes e corpos, que são frequentemente usados como método para ela desenvolver novas criações.
Muito do trabalho de Bachzetsis envolve coreografias do corpo e particularmente a forma como a cultura popular providencia matéria-prima para gestos, expressões, identificações e fantasias à medida que criamos e recriamos continuamente os nossos corpos e a forma como nos identificamos. Neste âmbito, ela escrutina a influência mútua entre o uso do gesto e do movimento nos géneros “popular” ou “comercial”, por um lado (meios de comunicação online, vídeo clip e televisão), e nas “artes”, por outro lado (bailado, dança moderna e contemporânea e performance). Para Bachzetsis, a relação artificial e frequentemente precária entre tais géneros gera um questionamento do corpo humano e do seu potencial de transformação, seja conceptual ou efectivo. Em última instância, a forma como todos interpretamos e encenamos os nossos corpos e nós mesmos – através de estereótipos e arquétipos, através de escolhas e lugares-comuns, através de labor e espectáculo – é uma questão que continua a definir o trabalho de Bachzetsis.
Desde que começou a trabalhar de forma independente em 2001, criou mais de 24 peças, muitas vezes em colaboração, que foram apresentadas em teatros, festivais e espaços públicos em todo o mundo. Para além disso, o seu trabalho foi mostrado em vários espaços e museus de arte contemporânea, incluindo o Kunsthalle Basel (Basileia, 2008), Museu Stedelijk (Amesterdão, 2013 e 2015), Tate Modern (Londres, 2014) e Museu Jumex (Cidade do México, 2014), assim como em numerosas exposições internacionais, como a V Bienal de Berlim (Berlin, 2008), documenta 13 (Kassel, 2012) e a Bienal das Imagens em Movimento (Genebra, 2014). Bachzetsis foi nomeada para o prémio DESTE (2011) e recebeu um prémio dos cinquenta anos da Migros-Kulturprozent (2007), o Prémio de Arte Suíça (2011 e 2016) e o Prémio de Arte Performativa Suíça (2012). Em 2017, Bachzetsis participou em O Parlamento de Corpos e Contínuo, programas públicos da documenta 14. Em Janeiro de 2017, apresentou Massacre: Variations on a Theme no MoMA de Nova Iorque. Mais tarde nesse ano, o seu trabalho foi incluído nas exposições da documenta 14 em Atenas e Kassel. Apresentou as suas performances Private Song e Private: Wear a mask when you talk to me no High Line em Nova Iorque e em Serralves. Esta última, também apresentada no Teatro Maria Matos em Lisboa (2016). Apresentou a exposição individual An Ideal for Living (2018) no Centro Cultural Suíço de Paris e estreou a performance Escape Act (2018) no Pact Zollverein em Essen (Alemanha). O seu anterior trabalho, Chasing a Ghost (2019), foi uma encomenda do Instituto de Arte de Chicago e tem estado em digressão na Europa.