Primeira criação do ColecTA – Colectivo Teatral do Algarve já está em andamento e quer “contar o Algarve através de um corpo poético”

Primeira criação do ColecTA – Colectivo Teatral do Algarve já está em andamento e quer “contar o Algarve através de um corpo poético”
Fotografia: D.R.

Teve início, no passado dia 11 de Setembro, em Loulé, a primeira residência de criação do ColecTA’23 – Colectivo Teatral do Algarve, uma iniciativa da Mákina de Cena, dirigida por Nuno Pino Custódio, que irá - ao fim de 9 semanas de intenso trabalho, distribuídas por três concelhos do Algarve – Loulé, Lagos e Lagoa, culminar numa criação teatral que reúne em palco 9 actrizes e actores algarvios, oriundos de diferentes estruturas artísticas da região.


O espectáculo que resultará desse processo de criação tem estreia marcada para o dia 10 de Novembro no Cineteatro Louletano e, em 2024, continuará na estrada, tendo já datas marcadas para Lagoa, Lagos e Faro, cidades co-produtoras do projecto, durante os meses de Fevereiro e Março.


Angelo Lorusso, Carolina Santos, Laura Pereira, Letícia Blanc, Mauro Coelho, Rafaella Ambrozio, Sara Vicente, Tânia Silva e João Tátá Regala, integram o elenco internacional desta primeira edição do ColecTA, realizada em parceria com a ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, A Fera Teatro, Ar Quente, Artis XXI, Sin-Cera Teatro, Te.Atrito, TEL - Teatro Experimental de Lagos, ETIC Algarve e Casa da Cultura de Loulé.


“Quando para sul / onde o azul / luar” é, para já, o título escolhido para o projecto de arranque do colectivo, que pretende “contar o Algarve com um corpo poético”, alicerçando-se numa “pesquisa do Barlavento ao Sotavento, sustentada numa realidade próxima, íntima, fechada, mas que se manifesta pela distância universal da arte do teatro”, segundo Nuno Pino Custódio.


“A jornada que atravessa todo um território – como se uma pedra rolasse de uma serra e desembocasse inexoravelmente na orla costeira e caísse ao mar, do interior do montado mais solitário ao litoral absurdamente mais concentrado –, é a de uma realidade que se sustenta periclitantemente na tensão de uma corda a dois palmos do chão feita de contrastes, polaridades, paradoxos, conflitos, desarranjos, mas também harmonias, virtudes, um senso de plenitude. Um corpo colectivo feito de actrizes e actores do e no Algarve – um Coro na dimensão mais espacial e épica que se possa compreender – empreende uma viagem iniciática que se desdobra numa consciência próxima, local,
escondida, mas que se quer retransmitir universalmente. De norte para sul, do interior para o litoral – movimento excêntrico onde a plasticidade dos corpos em acção no espaço se desenvolve e se partilha –, o Algarve conta-se poeticamente a partir da linguagem da encenação onde ver é “ver enquanto se está a ser visto”, e onde o teatro é um dispositivo que só funciona na medida em que humaniza”, continua o encenador.


O ColecTA – Colectivo Teatral do Algarve é um projecto de capacitação profissional de âmbito regional, onde a criação não surge isolada, mas integrando um conjunto de 4 workshops no âmbito das artes performativas (teatro, iluminação, cenografia e figurinos e produção). Com uma primeira edição em 2023, pretende-se que o colectivo cresça, implementado uma actividade criativa cíclica e receptiva a outros participantes, com nova edição prevista para 2025/26.


Este é um projecto concebido pela Mákina de Cena, estrutura louletana financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direcção-geral das Artes e pelo Município de Loulé, em co-produção com o Cineteatro Louletano, Auditório Carlos do Carmo de Lagoa, Centro Cultural de Lagos e Teatro das Figuras.