A importância da cortiça: Um material natural que fomenta a sustentabilidade
No que respeita a materiais, a cortiça esteve sempre entre as preferências da Mazda, nomeadamente pelo facto da marca ter nascido, há mais de 100 anos, como fabricante de produtos de cortiça. A Mazda redescobre, assim, as suas raízes, empregando-as no MX-30 , o seu primeiro veículo totalmente eléctrico a bateria, mas não o faz apenas por uma questão nostalgia. Com efeito, este material frequentemente subestimado apresenta um surpreendente conjunto de características que o tornam numa excelente opção para a indústria automóvel.
A cortiça e o MX-30: Encontro entre o passado e o futuro
O MX-30, modelo que estreia a solução eléctrica na Mazda, representa um importante progresso para a concretização da sua abordagem multi-soluções em termos de sustentabilidade. Equipado com uma bateria de iões de lítio de 35,5 kWh de dimensões compactas, esse novo modelo não se distingue apenas por ser “zero emissões”, sendo também capaz de manter em níveis mínimos a própria pegada global de carbono do veículo, uma vez que o teor de CO2 emitido durante o seu processo de produção é significativamente menor. Mas não só, pois, para além disso, o MX-30 integra um conjunto de materiais inovadores e sustentáveis, desde couro vegetal, a fibras feitas de um material respirável, gerado a partir de garrafas PET recicladas, sem esquecer, obviamente, a cortiça.
“Aplicámos cortiça em zonas do veículo onde normalmente recorremos a borracha: na consola central e nos puxadores interiores das portas. Isto confere ao modelo um requinte visual e táctil próprio da natureza”, refere Jo Stenuit, Director de Design da Mazda Motor Europe.
Mas o apelo visual está longe de ser a única razão pela qual a cortiça emergiu como o material de referência no MX-30. Em comparação com a borracha, a cortiça é uma opção mais sustentável e altamente funcional em diversos aspectos.
Durável, confortável, sustentável
No que diz respeito a materiais naturais, a cortiça é, certamente, uma das opções mais versáteis e amigas do ambiente actualmente disponíveis. Derivada da casca do sobreiro, a sua extracção não causa quaisquer danos às próprias árvores, exemplares que apresentam uma casca regenerativa, significando que, uma vez desprovida da sua casca exterior, a árvore voltará a reproduzir, por completo, essa camada protectora, sem sofrer efeitos secundários negativos.
Normalmente, um sobreiro cresce durante 25 anos sem quaisquer perturbações, antes de lhe ser feita a primeira colheita, sendo que, a partir daí, cada sobreiro pode ser descascado de nove em nove anos, processo que, com o próprio amadurecimento dos exemplares, resulta num aumento da qualidade da casca e dos produtos de cortiça daí resultantes. Um exemplo: para a obtenção de rolhas de elevada qualidade, só se pode recorrer a casca de sobreiros com pelo menos 40 anos de vida.
Ao mesmo tempo, os montados de sobro, que cobrem 2,2 milhões de hectares da região mediterrânica entre Portugal e a Tunísia, constituem um habitat natural para mais de 200 espécies diferentes e são considerados um dos 36 hotspots de biodiversidade existentes em todo o mundo. Mas não é tudo, já que essas florestas servem, também, como enormes sorvedouros de CO2: um hectare de sobreiros tem capacidade de retenção anual de 14,7 toneladas deste gás nocivo. Por este motivo, a cortiça é um dos poucos materiais que possui uma pegada de carbono negativa, já que a quantidade de CO2 capturado é significativamente maior do que o nível de CO2 emitido durante a produção do material.
Deste modo, a cortiça enquadra-se perfeitamente na perspetiva de sustentabilidade expressa no Mazda MX-30, não sendo este o único atributo deste incrível material. A cortiça é, também, virtualmente impermeável a líquidos e gases e demonstra uma elevada resistência à fricção, o que se deve à estrutura especial alveolar das células da cortiça, bem como a uma substância chamada suberina, que constitui cerca de 45 por cento do material. Naturalmente hidrofóbica, actua como vedante contra a penetração de água e outros líquidos, características essenciais para aplicações interiores em automóveis, onde os materiais se mantêm em utilização durante largos anos. A suberina contribui ainda para as excelentes propriedades de isolamento térmico e acústico, tornando a cortiça hipoalergénica, noutra grande vantagem para a sua utilização no habitáculo de um veículo.
A cortiça é, também, incrivelmente leve, uma vez que 60 por cento da sua massa total é composta por gás: com apenas 0,16 gramas por cm2, o material natural supera as características de muitos plásticos e borrachas actualmente disponíveis no mercado. Por sua vez, a sua textura natural e propriedades maleáveis, proporcionam um toque atractivo e agradável, tornando-a num excelente apontamento de design e num acolhedor ponto de contacto dos ocupantes do MX-30.