“Queimada” junta FeMa, Francis Salema, Malinwa e Mia Lobo

Já se encontra disponível “Queimada”, música que marca a união artística de quatro cantores — FeMa, Francis Salema, Malinwa e Mia Lobo — num exercício de desconstrução e reconstrução do cancioneiro popular português, filtrado pela pop contemporânea e pelas texturas da electrónica mais sensível. O tema, produzido por Nuno Rancho, nasce de uma residência artística realizada em Novembro de 2023 no espaço SERRA (Leiria), no âmbito das Academias MIL, e foi finalista da Mostra Nacional de Jovens Criadores do Gerador em 2024.
“Queimada” é uma canção sobre luto — os seus vários estágios — e sobre a forma como nos podemos reinventar depois das perdas. Sobre um pulsar hipnótico de baixo e percussão, quatro vozes muito distintas entrelaçam-se para criar uma tapeçaria melódica densa, íntima e transformadora. O mantra do refrão resume a essência da faixa: uma ode à resiliência, uma celebração da possibilidade de recomeço. É um tema que nasce da dor, mas aponta à luz.
Apesar das abordagens estilísticas e líricas distintas, os quatro autores e intérpretes partilham o mesmo fascínio pela palavra, pela narrativa melancólica, pelo poder de contar histórias. “Queimada” é o reflexo disso — uma composição que, partindo da tradição, encontra na vanguarda o seu futuro.
Os artistas: quatro vozes, quatro caminhos, um território comum!
FeMa é o alter ego de Diogo Félix (Alcobaça, 2000), um artista multidisciplinar com formação em canto, guitarra e teatro, e percurso académico em Biologia. Com dois EPs lançados e uma sonoridade marcada por influências do shoegaze, fado e música celta — que baptizou de ‘Tugaze’ — FeMa constrói canções como paisagens emocionais. Com vários destaques nos espaços nacionais, actua em mais de 30 palcos por ano e é considerado uma das vozes emergentes mais promissoras da nova geração musical portuguesa.
Francis Salema é músico, estudante de sociologia, activista e artista trans. Cresceu no bairro das Galinheiras, em Lisboa, e estudou violoncelo e guitarra desde tenra idade. As suas composições, cruas e confessionais, abordam temas como toxicodependência, disfunção relacional, saúde mental e transfobia, revelando uma voz artisticamente vulnerável e socialmente provocadora. Tem actuado em eventos como o Festival A Porta, Avante!, Festival Política e a Mostra Nacional de Jovens Criadores, e lançou no passado 25 de Abril o seu primeiro single "Maçãs Podres", contra a violência policial.
Malinwa é o projecto autoral de Hugo Santos, natural de Leiria, e explora as fronteiras entre espiritualidade, crítica social e estética sonora livre. Com os discos “1997” (2022) e “Linha do Oeste” (2024), constrói uma identidade artística profundamente reflexiva, abordando temas como compaixão, amor, união e humanidade. A sua música é contemplativa, expansiva e livre de convenções estilísticas.
Mia Lobo escreve e canta como quem se liberta. A sua música é um acto de purga emocional, onde harmonias e vozes múltiplas espelham uma vivência interna intensa. Composição e interpretação cruzam-se num espaço de intimidade radical, onde a língua materna se torna veículo de reintegração emocional e poética.
“Queimada” é, acima de tudo, um manifesto colectivo. Uma canção sobre renascimento, sobre o poder transformador da arte, e sobre como quatro vozes podem erguer-se em uníssono para lembrar que, mesmo depois do fogo, ainda há manhãs por cantar.
Ficha Técnica “Queimada”
Música e letra: Diogo Félix, Francis Salema, Hugo Santos, Maria João Lameiras
Produção: Nuno Rancho
Voz: Diogo Félix, Francis Salema, Hugo Santos, Maria João Lameiras e Nuno Rancho
Instrumental: Diogo Félix, Francis Salema, Hugo Santos, Maria João e Nuno Rancho
Mistura e Masterização: Nuno Rancho
Apoio técnico: Filipa Antão, João Silva, Mariana Lois, Rubén Lopes, Sara Fernandes
Apoio institucional: Festival MIL, SERRA
Design de capa e material promocional: Lisa Teles