Sons da Mongólia no Museu do Oriente
Uma interpretação contemporânea da música tradicional da Mongólia é o que Egschiglen traz ao Museu do Oriente, no dia 10 de Dezembro, às 19.00, num concerto que percorre a história do seu país através de arranjos harmoniosos e instrumentos e técnicas vocais típicos da Ásia Central.
Variada e expressiva, a música de Egschiglen, grupo fundado em 1991, é feita de contrastes e com uma grande capacidade evocativa. O estilo de canto khoomii, que consiste em produzir, ao mesmo tempo, um som muito agudo e muito gutural, parece quase sobre-humano. No entanto, a música soa familiar, expressando sentimentos humanos intemporais como o amor, tristeza e gratidão.
A música de um país é inspirada na sua paisagem e no modo de vida do seu povo. A Mongólia, no coração da Ásia, é um território vasto, aproximadamente doze vezes maior que Portugal. É um país com pastos intermináveis e a beleza árida do deserto de Gobi. Nas montanhas nevadas de Altai e Changai, rios cristalinos atravessam florestas e planícies. Grande parte dos mais de dois milhões de mongóis vive, ainda hoje, uma existência nómada, em harmonia com a natureza e seu ritmo, juntamente com suas "cinco jóias": cavalos, camelos, vacas, ovelhas e cabras. A música dos mongóis respira a liberdade e o poder deste estilo de vida despojado e próximo da natureza.
Reforçando a sua vertente multicultural e o diálogo entre civilizações, o Museu do Oriente organiza o ciclo Músicas Escondidas para dar a conhecer a tradição musical de países como o Iraque, a Síria, o Curdistão, o Irão, a Mongólia e o Afeganistão. São assim reveladas ao público músicas da antiga Rota da Seda que era, também, uma rota de poetas e cantores.
O último concerto do Ciclo Músicas Escondidas realiza-se no dia 4 de Fevereiro de 2022 e apresenta Daud Khan Sadozai e a magia da música clássica afegã.