Teatro O Bando apresenta “1001 Noites – Irmã Mapuche”

“1001 Noites - Irmã Mapuche” - o terceiro espectáculo do Teatro O Bando em torno das 1001 Noites - está a ser apresentado ao público até ao dia 8 de Junho, aos sábados e domingos, às 11h00 e 17h00, na sede d´O Bando, no Vale de Barris, Palmela.
Esta criação teatral, pensada com e para a infância e juventude, cruza os escritos árabes com a visão ancestral do povo Mapuche, originário das terras que hoje se dividem entre a Argentina e o Chile, para assim encontrar respostas para o futuro, olhando as raízes profundas destas culturas aparentemente distantes.
Ao ar livre, com os pés na terra, tendo uma árvore como elemento central, o público é guiado pelas personagens e pelas narrativas inventadas por Xerazade para questionar a origem e a consequência da aceitação da expressão “o homem mais poderoso do mundo”.
Encenado por João Neca, o elenco do espectáculo conta com Rita Brito (Xerazade) e Fabian Bravo (Xariar) — dupla que percorre toda a tetralogia — e com os artistas do coletivo uruguaio Tatuteatro: Maricruz Díaz (Dinarzade) e Gabriel Valente (Vazir). Criado em parceria com o Tatu teatro, cuja trajectória é profundamente ligada à resistência cultural latino-americana, o espectáculo é também resultado de uma residência artística com Joel Maripil, indígena Mapuche, responsável por integrar ao processo elementos da língua Mapuche.
É um convite para escutar os animais, sentir a terra, partilhar histórias e imaginar futuros possíveis com todas/os as/os que ainda sabem ouvir a voz da Terra.
«Em 1001 Noites - Irmã Mapuche, propomos um encontro entre os vários seres que habitam a Terra, entre o mito e a geopolítica, entre palavra e resistência. Parte de uma urgência: falar da vida que insiste em florescer apesar da opressão. Repensando as formas como fomos apagando as histórias dos povos que nos antecederam, queremos agora repensar os mecanismos históricos que perpetuam essa violência.
Através da oralidade, da música, do corpo e da escuta, Xerazade reencontra a sua irmã Mapuche. Juntas, questiona o presente à luz das raízes que este povo ainda guarda: a língua, a terra, os rios, os animais e a sabedoria que brota da floresta. Mergulhamos num mundo em transformação, onde as mudanças climáticas, os colonialismos invisíveis e o Antropoceno moldam novos medos - mas também novas possibilidades de renascimento».