10.ª edição do K Cena estreia peça no Teatro Viriato
O K Cena – Projecto Lusófono de Teatro Jovem chega à sua 10.ª edição, com a apresentação da peça “Gráficos da Cidade e das Coisas”, criado a partir dos gráficos que o escritor Gonçalo M. Tavares criou para o Teatro Viriato durante o primeiro ano de pandemia. Com orientação do encenador Graeme Pulleyn, assistência de Filipa Fróis e co-criação de 12 jovens actores, a peça sobe ao palco nos dias 10 e 11 de Março, para público escolar e público geral.
Ao longo de cinco meses, os 12 jovens actores participantes neste projecto exploraram, fizeram experiências, conversaram e reflectiram sobre os “Gráficos da cidade e das coisas” de Gonçalo M. Tavares. Em ensaios virtuais e presenciais, desenvolveram um pensamento e uma imagem clara, irónica, crítica e com humor sobre o trabalho do escritor português. "O que vamos ver em palco são cenas, ou 'pensamentos', como são chamados na peça, que foram criados pelos jovens através de improvisações, inspirados nestes insólitos gráficos e textos do Gonçalo. Tentámos captar nas nossas cenas a essência da reflexão que o Gonçalo nos propõe, a ironia, o humor, a poesia, a sátira, a crítica … o parar por um momento para ver e ouvir com outra atenção, para pensarmos no passado, para vivermos o presente e para sonharmos o futuro”, explica o encenador Graeme Pulleyn.
De acordo com Graeme Pulleyn, os participantes aceitaram prontamente o desafio de trabalhar a partir dos gráficos do escritor. “Os jovens reagiram aos 'Gráficos' desde o início, do processo com grande entusiasmo e começaram logo a surgir propostas de cenas insólitas e surpreendentes. Espero que o espírito e a espontaneidade deste trabalho laboratorial e experimental do início do processo ainda se sintam na versão que agora apresentamos no palco”, refere.
“A reacção dos responsáveis dos grupos parceiros aos 'Gráficos' foi muito positiva. Afinal de contas a pandemia é a mesma em Lisboa, Viseu, Salvador da Bahia, Mindelo, São Tomé, ou qualquer cidade do mundo e as questões que o Gonçalo levanta também se aplicam em diferentes cidades e países. A partir daí cada grupo reagirá à sua maneira, de acordo com a sua cultura local e a sua estética particular. Estou muito curioso para ver como a mesma obra poderá ser interpretada em diferentes sítios”, afirma Graeme Pulleyn.