30 actividades, 2 estreias e uma estratégia de proximidade marcam nova temporada do Teatro Viriato

30 actividades, 2 estreias e uma estratégia de proximidade marcam nova temporada do Teatro Viriato
Fotografia: D.R.

Henrique Amoedo assina a segunda temporada de programação enquanto director artístico do Teatro Viriato. Depois de uma programação repleta de ciclos temáticos que ocuparam os meses de Janeiro a Julho, que permitiu recuperar públicos e ter uma maior ocupação dos espaços, a temporada de Setembro a Dezembro procura reforçar a posição do Teatro Viriato enquanto lugar central da criação artística, de exemplo de democratização do acesso à arte e espaço de reflexão, de convívio e de proximidade com dos diferentes públicos.

"O objectivo que norteia o trabalho do Teatro Viriato é o de criar proximidade com as pessoas. Queremos que essa proximidade faça despontar no nosso público um sentimento de pertença. Queremos que as pessoas venham não só ver os espectáculos, mas para estar no Teatro Viriato. É este o nosso objectivo e está reflectido na programação e nas propostas diversificadas que apresentamos nesta temporada", afirma o Diretor Artístico do Teatro Viriato, Henrique Amoedo, que salienta que "não é por acaso que a maioria das actividades e espetáculos programados destinam-se ao público mais jovem, a famílias. E que irão ser apresentadas na sala de espetáculos mas também nas escolas, instituições e fora de portas".
 
Nos próximos quatro meses, acolheremos 30 atividades numa programação regular que inclui dança, teatro, cinema, fotografia, circo contemporâneo e cruzamentos disciplinares. Propostas que incluem duas estreias: “A Missão”, do Teatro da Cidade, e “Sophia”, da Gira Sol Azul. O texto de “A Missão” foi escolhido em cumplicidade com um grupo de espectadores que participou no “Clube de Leitura” que o Teatro da Cidade realizou no Teatro Viriato, em 2022. “Sophia”, um espectáculo com música de Ana Bento e Bruno Pinto, da Gira Sol Azul e direcção artística de Joana Craveiro do Teatro do Vestido, trata-se de um trabalho artístico construído com poemas e textos de Sophia de Mello Breyner Andresen. Duas estreias que contam com co-produção do Teatro Viriato, que tem vindo a assumir como bandeira o apoio à criação nacional. 
 
Apoio esse que também se materializa no Programa de Residências de Criação Mi Casa Tu Casa. Um espaço de experimentação, através do qual os artistas têm acesso a condições profissionais (cedência de espaço, apoio técnico e de produção) para desenvolverem os seus projectos artísticos, trazendo artistas até à cidade de Viseu, proporcionando um intercâmbio de informação entre os artistas e a cidade. Na temporada de Janeiro a Julho foram apoiados nove projectos, e na temporada de Setembro a Dezembro, serão mais sete projectos de residência. 
 
Reforçando a sua ligação com entidades da cidade, o Teatro Viriato estabeleceu parcerias com o Cine Clube de Viseu, Pausa Possível e Carmo’81. Fruto da parceria com o Cine Clube de Viseu, o “vistacurta” regressa para mais um ano no Teatro Viriato, com três propostas diferentes: a apresentação junto das escolas e instituições da região do filme premiado de Jorge Jácome, “Super Natural”, que realizou com a Dançando com a Diferença; a celebração do centenário do filme “Nanook, o Esquimó” com música ao vivo de Óscar Graça e Nuno Costa; e a sessão especial da oficina de música “Tatabitato” que se centrará em diversas animações realizadas em Portugal e que se destinam aos mais novos. A Associação Pausa Possível volta a ser curadora de um concerto de vanguarda experimentalista e traz ao palco do Teatro Viriato “Cucina Povera”, o projecto de Maria Rossi. A Carmo’81, que tem sido parceira do Teatro Viriato ao longo de 2023 na área da música, apoiou a programação de uma noite electrizante, em que o Teatro Viriato acolhe dois concertos. A abrir a noite, recebemos o projecto Goela Hiante, de Adolfo Luxúria Canibal e Marta Abreu, sendo seguido pelos Solar Corona no seu modo Elektrischine Maschine
 
As famílias serão uma prioridade em toda a temporada. Exemplo disso, é o espetáculo “Chá das Cinco - Peça para quatro amigas mais uma que nunca mais chega” a apresentar em Setembro, no Prado do Parque Urbano de Santiago, levando o Teatro Viriato para fora de portas. Dentro de portas serão também diversas as propostas: “OvO”, da Companhia norueguesa dybwikdans que desafia bebés a emergir em espaços sensoriais e móveis; “Espanto”, de Ana Madureira e Vahan Kerovpyan, que apela à importância da ligação cabeça-coração-acção; “Antiprincesas”, de Cláudia Gaiolas, neste caso centrado na mulher-mãe-guerreira Juana Azurduy e “CIR-K”, da Companhia Oliveira & Bachtler, que tem habituado o público viseense a impactantes espectáculos de novo circo. 
 
Em conjunto com a Dançando com a Diferença procuramos pensar, discutir e testar novas formas de acessibilidade, assim como procuramos criar novas formas de relacionamento com os projectos artísticos. Nesse sentido, de Setembro a Dezembro, nas sessões acessíveis, para além da Língua Gestual Portuguesa e da Audiodescrição já habituais na programação do Teatro Viriato, incluiremos sessões de Leitura Fácil, nomeadamente na apresentação do filme “Super Natural” nas escolas e instituições. No mês de Novembro, a Dançando com a Diferença apresenta em Viseu o espectáculo “Bichos”, uma coreografia de Rui Lopes Graça que conta com elementos do polo de Viseu da Dançando com a Diferença no elenco (Cátia Cardoso e Ricardo Meireles), e que tem como inspiração o texto de Miguel Torga. 
 
“K Cena – Projecto Lusófono de Teatro Jovem”, um dos projectos mais acarinhados pelo Teatro Viriato e responsável por formar tantos dos jovens artistas que integram hoje a cena cultural portuguesa, regressa também nesta temporada. Um projecto que tem vindo a apostar no desenvolvimento teatral de jovens a nível internacional e que nesta edição será coordenado por Graeme Pulleyn, prevendo a realização de diversas sessões que serão orientadas por artistas/companhias consagrados como: José Maria Vieira Mendes, Patrick Murys, Companhia Oliveira & Bachtler, Companhia Maior e Clara Andermatt. 
 
Pelo nosso palco passará ainda o incontornável músico, poeta e artista visual Arnaldo Antunes, que na companhia do pianista Vítor Araújo, apresenta em Viseu o seu mais recente trabalho, “Lágrimas no Mar”. O vocalista e letrista da banda Os Titãs convidou Vítor Araújo para criarem um espectáculo intimista, apenas com voz e piano. Um formato inédito para ambos, que com certeza será um dos momentos altos da programação do Teatro Viriato. 
 
Voltamos a receber Manel Cruz, que regressa aos palcos agora em nome próprio. Assistir a um concerto de Manel Cruz é poder cantar a plenos pulmões as suas letras icónicas, num espectáculo que terá tanto de emocionante como de irreverente. 

Convido a folhear o programa do Teatro Viriato para que possa ficar a par de toda a programação para Setembro a Dezembro.