A geógrafa Kathryn Yusoff vem a Lisboa apresentar reparação especial
Revista Descla
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Professora de Geografia Humana na Universidade Queen Mary em Londres, Kathryn Yusoff tem-se especializado na investigação sobre as alterações climáticas, o extrativismo e o antropoceno. Do seu trabalho resultam os livros A Billion Black Anthropocenes or None e Geological Life, nos quais relaciona a história geológica dos países e o impacto natural do extrativismos coloniais. Selecionada para a equipa curatorial britânica para a Bienal de Veneza do próximo ano, Kathryn Yusoff vem agora a Lisboa para uma conferência com moderação da jornalista e realizadora Ana Naomi de Sousa.
4 Junho
(conferência)
Kathryn Yusoff
EARTH AS A MEDIUM OF STRUGGLE
Nesta conferência, a geógrafa Kathryn Yusoff vai partilhar a sua perspectiva sobre a terra como meio de luta que se define por sobrevidas coloniais e pelas suas realidades raciais tangíveis. A conferência, com moderação da realizadora e jornalista Ana Naomi de Sousa, reúne as questões do reparo material e das reparações espaciais pelos geotraumas inerentes ao colonialismo como pré-requisito dos seus futuros decoloniais.
Esta conferência, inicialmente agendada para 27 de Março, no âmbito do ciclo Fertilizar/Nutrir, ao acontecer em Junho fará a ponte entre esse ciclo e o seguinte: propondo reflectir sobre a terra, as suas histórias oprimidas na matéria e as reparações como modo de semear.
4 Junho
terça 18h30
(conferência)
Sala Principal
Entrada livre (sujeita à duração) mediante levantamento prévio de bilhete no próprio dia a partir das 15h (no máximo de dois bilhetes por pessoa)
Duração 90 min.
KATHRYN YUSOFF
É professora de Geografia Inumana na Faculdade de Geografia da Queen Mary University de Londres. A sua pesquisa examina as geologias raciais das rochas e como os materialismos inumanos moldam o ambiente, a raça e a subjectividade. É autora de A Billion Black Anthropocenes or None (University of Minnesota Press, 2018) e Geologic Life: Inhuman Intimacies and the Geophysics of Race (Duke University Press, 2024). Recebeu o Prémio de Criatividade em Geografia da Associação Americana de Geógrafos em 2022.
ANA NAOMI DE SOUSA
É realizadora e jornalista. Escreve sobre a política pós-colonial, espacial e cultural para diversas plataformas, incluindo The Guardian e Al Jazeera. É realizadora dos documentários The Architecture of Violence, Angola – Birth of a Movement, Guerrilla Architect, e Hacking Madrid – todos eles exibidos na Al Jazeera English – e colaborou com a agência Forensic Architecture em Saydnaya, um documentário interactivo sobre uma prisão militar síria para Amnistia Internacional. Colaborou com Decolonizing Architecture em projectos sobre arquitectura colonial e fascista em Itália, na Eritrea e na Etiópia, e sobre refugiados na Suécia. Está a realizar a sua primeira longa-metragem.
CITAÇÃO
I want to bring geologic materialism into the open so that it might find some redress as a site of witnessing in the geotrauma of colonialism and the geophysics of the day. Those who live this and fight for the visibility and remediation of the connection between racialized and environmental life know this already. As a geographer, I understand that there cannot be any livable environmental conditions without Black, Indigenous, and Brown freedom. There is no way to write about geology without race—matter, water, earth, air, oil, soil, phosphorus lightning, structure relations of power and possibility, and the sediment of anti-Blackness and settler colonialism—as geologic grammars organize the material conditions of life, its poverty and joy, in the rough textures of its resistance. But disciplinary silos and the political representation of ontological categories do their work. Only the privilege of whiteness and its organized categories of disavowal allow the erasure of the world it has raced—raced for extraction and exposure.
Kathryn Yusoff
O livro A Billion Black Anthropocenes or None está disponível para leitura online AQUI.
