Artigo Opinião - Células estaminais e síndrome mielodisplásica

Artigo Opinião - Células estaminais e síndrome mielodisplásica
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Foto: Andreia Gomes - Directora Técnica e de Investigação e Desenvolvimento e Inovação da BebéVida

 

A síndrome mielodisplásica é caracterizada por um distúrbio da produção de células hematopoiéticas, consequência de um conjunto de neoplasias que atinge as células sanguíneas precursoras da medula óssea. Estas alterações podem levar a uma maturação deficiente das células da medula óssea, baixa contagem de células sanguíneas, e risco elevado de evoluir para leucemia mielóide aguda.

 

Os sintomas da síndrome mielodisplásica podem incluir palidez, fraqueza e fadiga (anemia); febre e infecções, e aumento de hematomas, petéquias e sangramento da mucosa. O diagnóstico é realizado por exames de sangue, análise da medula óssea e biópsia.

 

O tratamento da síndrome mielodisplásica, normalmente, é reservado para pacientes sintomáticos para que se consiga uma melhoria dos sintomas. Desta forma, o tratamento pode passar por cuidados de suporte, quimioterapia e transplante de células de células estaminais.

 

O transplante de células estaminais hematopoiéticas a partir de dadores é uma opção cada vez mais importante. Esta importância ainda ganhou mais relevo desde que o transplante de sangue do cordão umbilical foi introduzido como uma opção terapêutica para doenças hematológicas em adultos.

 

Um estudo prospectivo de fase II avaliou a eficácia e segurança de transplante de sangue de uma única unidade de sangue do cordão umbilical em pacientes adultos com leucemia e com síndrome mielodisplásica.

 

O transplante com a unidade de sangue do cordão umbilical foi considerado eficaz e, para alem disso, o enxerto de neutrófilos foi observado em 57 pacientes (92%), as incidências cumulativas de não recaída a 2 anos foram de 18%. O presente estudo mostrou resultados de sobrevida muito e prognóstico foram favoráveis após o transplante com sangue do cordão umbilical. Desta forma, os autores concluem que o sangue do cordão umbilical é uma opção viável para pacientes que podem não ter dadores compatível de medula óssea.

 

Este estudo evidencia as características das células estaminais do cordão umbilical como o maior número de células estaminais hematopoiéticas por unidade de volume, a menor imunogenicidade, a menor incidência e a gravidade de doença do enxerto contra o hospedeiro. Estas características associadas a uma colheita não invasiva, indolor e sem qualquer tipo de risco para o dador (mãe e bebé), capacidade de criopreservação sem afectar a qualidade, são algumas vantagens diferenciadoras do sangue do cordão umbilical.

 

Assim, ao guardar o cordão umbilical em detrimento de o descartar, podemos ter acesso a potenciais tratamentos, uma vez que as aplicações actuais das células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical apresentam um grande crescimento e foco pela comunidade médica.