Duas equipas portuguesas, em Renault 4L, vão participar no East African Safari Classic Rally

Duas equipas portuguesas, em Renault 4L, vão participar no East African Safari Classic Rally
Duas equipas portuguesas, em Renault 4L, vão participar no East African Safari Classic Rally. Disputa-se no Quénia e é o mais longo e duro rali de automóveis clássicos do mundo.
 
Uma aventura no sentido estrito da expressão! Quatro portugueses (um deles, ex-piloto de F1 e ex-bicampeão nacional de ralis), aos comandos de duas vulgares Renault 4L, vão participar no maior e mais duro rali de automóveis clássicos do mundo. Cerca de 5.000 quilómetros – mais do que a distância entre Lisboa e Moscovo! – disputados nas duras picadas africanas do Quénia. Uma odisseia de nove dias, em que as duplas Pedro Matos Chaves/Marco Barbosa e António Pinto dos Santos/Nuno Rodrigues de Silva “apenas” têm como objectivo chegarem ao pódio final e homenagearem os 60 anos do icónico modelo da Renault. A partida para o East African Safari Classic Rally está marcada para o dia 1 de Novembro.
 
Não têm a pretensão de trazer nenhuma medalha ou título para Portugal. Aliás, até ficariam admirados é se conseguissem fugir às duas últimas posições, pois os 34 cavalos de potência dos motores de origem e os 120 quilómetros hora de velocidade máxima das suas Renault 4L não permitem mais veleidades do que tentarem chegar ao final da prova. Mas esse, por si só, já constitui um imenso desafio, ou não fosse o East African Safari Classic Rally o maior e mais duro rali de clássicos do mundo. Uma prova que é reservada a automóveis históricos de duas rodas motrizes, anteriores a 1986, e que até tem motivado a participação de consagrados pilotos do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC).
Por isso, mais do que uma luta contra o cronómetro (sim, porque não se trata de um rali de regularidade), esta será uma prova de superação, até pelo facto das Renault 4L serem rigorosamente de série, excepção feita aos equipamentos de segurança exigidos pela FIA (Federação Internacional do Automóvel) e a alguns reforços com vista a enfrentar as duras picadas do Quénia.
 
Depois de uma carreira notável que lhe permitiu chegar à F1 e de também se ter sagrado bicampeão de ralis, Pedro Matos Chaves está de regresso à competição (com Marco Barbosa como navegador) para aquela que é, sem dúvida, a maior aventura da carreira. Curiosamente, 30 anos depois de se ter estreado na F1, ele que foi o segundo de quatro portugueses que cometeram a proeza de chegar à disciplina máxima do desporto automóvel.
Já António Pinto dos Santos e a famosa Renault 4L decorada com as cores do xisto da Aldeia Histórica do Piódão, há quase três décadas que são conhecidos pelas participações em diversas provas do WRC e, nos últimos anos, nos mais importantes ralis de clássicos do mundo. O engenheiro da Brisa-Autoestradas de Portugal, será navegado por Nuno Rodrigues da Silva, um histórico dos ralis nacionais que, em 1995, chegou a vencer a Taça FIA de Grupo N, fazendo dupla com Rui Madeira.
 
Realizado pela primeira vez em 2003, o lendário East African Safari Classic Rally disputa-se ao longo de nove dias, no Quénia. Uma prova que reacende o espírito do original Safari Rally, que colocou a África Oriental no mapa do automobilismo e que ganhou a reputação do mais difícil rali do mundo.
 
Para a edição de 2021, com partida marcada para o dia 1 de Novembro, estão inscritas 73 equipas, de cerca de uma dezena de nacionalidades. A Renault 4L da dupla Pedro Matos Chaves/Marco Barbosa vai ostentar o número 68 e a de António Pinto dos Santos/Nuno Rodrigues da Silva o número 69.