Binaural Nodar | Com a memória do passado e o olhar no futuro
Binaural Nodar está a completar 20 anos de actividade
Com a memória do passado e o olhar no futuro. É desta forma que a Associação Cultural Binaural Nodar se prepara para assinalar os seus 20 anos de actividade. A data completa-se em Novembro próximo e até lá será dinamizado um conjunto de actividades comemorativas.
Um desses exemplos pode ser já visto nas redes sociais da colectividade, com a divulgação de documentos que pretendem relembrar pessoas, comunidades e momentos. Incorporar a efeméride no ciclo de residências artísticas previstas para este ano e trazer à liça material que tem sido recolhido e que ainda não está sistematizado são outros dos objectivos.
Conforme explica Luís Costa, coordenador da Binaural Nodar, pretende-se “por um lado, continuar a estar com as pessoas e, por outro, olhar para trás, para o que já se fez e dar-lhe valor”. Com este espírito “que nos abraça num trabalho contínuo e permanente”, o arquivo digital da associação conta com perto de 2 mil documentos e pode ser visto em https://www.archive.binauralmedia.org/.
Paralelamente, a associação, que tem sede em Vouzela, vai concretizar o seu plano de actividades para 2024, que tem a água como temática em destaque. A etnoecologia e a forma como as comunidades rurais se relacionam com os recursos naturais, em termos culturais e construtivos, estarão entre as áreas a abordar, incluindo através da recolha de material para o arquivo digital, das oficinas de som que estão previstas para o Verão e das residências artísticas programadas.
Um projecto estruturado e reconhecido
Em jeito de balanço, Luís Costa recorda uma “organização com novos projectos, que foi integrando camadas de actividades, mas que não perde as suas raízes”. “Foram 20 anos muito intensos, que reflectem várias fases em termos territoriais, de intervenção, equipas e de foco do seu conjunto de iniciativas. Começámos muito orientados à volta da aldeia de Nodar e para o acolhimento de residências artísticas; e fomos gradualmente introduzindo novas tipologias, como ateliês, recolhas de som e a organização de documentação, que foi evoluindo para um arquivo digital. Começámos também a fazer as nossas próprias criações artísticas, a produzir conteúdos”, realça o coordenador.
O responsável não tem dúvidas de que, “apesar dos altos e baixos, os objectivos têm vindo a ser cumpridos e o conceito da Binaural Nodar continua a ser válido, o que se reflecte num projecto estruturado e nos apoios que têm vindo a ser granjeados”.
Cinco palavras, cinco sentidos
Empatia, persistência, memória, comunidade e paisagem são alguns dos esteios que, entrelaçando-se entre si, marcam o percurso que a associação tem percorrido, passo a passo, aldeia a aldeia, sempre com a vontade de “manter o compromisso com as pessoas”.
Os desafios para o futuro também já estão traçados e passam pela “consolidação do nosso papel em todo o território Viseu Dão Lafões”, com as suas especificidades e elos em comum. Replicar projectos de trabalho comunitário, cujo impacto é reconhecido; retomar a componente internacional, que faz a ligação aos parceiros de outras zonas rurais e de montanha; e debruçar-se sobre a mudança social dos lugares, fruto do fluxo de imigração que se tem registado, são algumas das metas no horizonte.
“Com os recursos que existem, que são sempre limitados, queremos ser o mais eficientes possível a chegar a novas comunidades e a fazer projectos que tenham impacto nas pessoas.
É o aspecto que melhor distingue o nosso tipo de intervenção”, conclui Luís Costa.
A Binaural Nodar é uma estrutura cultural apoiada pelo Governo Português - Cultura | Direcção-Geral das Artes.