CCVF recebe "Orpheu" no Dia Mundial da Dança

CCVF recebe "Orpheu" no Dia Mundial da Dança
Fotografia: Pedro Ramos

De braço dado com a data que desde 1982 assinala o Dia Mundial da Dança, a noite de 29 de Abril (sábado) é de gala e é para todos com a apresentação do espectáculo “Orpheu” no Centro Cultural Vila Flor, uma ópera dirigida por Pedro Ramos que pretende explorar uma aproximação às estéticas e linguagens contemporâneas. Esta coprodução d' A Oficina/Centro Cultural Vila Flor e da Casa das Artes de Famalicão surge na sequência do legado estético desenvolvido nas últimas criações da 'Ordem do O', em que se explorou o cruzamento da dança com diferentes vertentes artísticas. Neste projecto, pretendeu-se acrescentar a música, enquanto composição sonora não convencional, e o resultado, intenso e surpreendente, é apresentado às 21h30 no Grande Auditório Francisca Abreu. 

“Orpheu” emerge dos confins da nossa ancestralidade, vislumbrando a matéria original. Como uma brecha no desconhecido, o mito do “divino cantor” grego encaminha-nos para o grande enigma do universo, com os seus infinitos ciclos de transformação, onde a vida e a morte se abraçam, na celebração última do amor. Através da dança e da composição musical electrónica, juntam-se à figura e história de Orpheu, outras proto-narrativas corográfico-sonoras que emergem das suas cosmogonias, bem como da “teia dourada do poema” de onde ressoam as palavras de Hélia Correia. O seu encontro com Eurídice será o despertar da razão e da união do tempo presente e ausente, numa espécie de jogo caleidoscópico, de sonhos dentro de sonhos. 

Uma produção da Ordem do O, em coprodução com A Oficina / Centro Cultural Vila Flor e a Casa das Artes de Famalicão, onde acabou de estrear no passado dia 10 de Março, “Orpheu” estabelece uma relação entre a obra literária mitológica de Ovídio, a dança e a composição sonora electrónica, com Pedro Ramos a partir do mito de Orpheu para a criação de uma peça operática. Num encontro de diversas personagens órficas reflecte-se sobre a dicotomia entre o tangível e o intangível, o tempo presente e o ausente, o individual e o colectivo, explorando novas contraposições estéticas e linguagens corporais. 

“Orpheu” reúne um elenco de sete intérpretes – Tiago Barbosa, Sara Belo, Vitor Alves da Silva, Mara Morgado, Helena Vasconcelos, Fern Katz e Miguel Sobral Curado –, das áreas da dança, teatro e música, partindo da prática exploratória do corpo, na sua relação com o texto e paisagens sonoras, para enquanto objecto, experimentar o conceito originário de Ópera, no sentido de espectáculo total, que cruza e reúne diversas artes num mesmo palco. 

Com direcção artística, coreografia e espaço cénico a cargo de Pedro Ramos, que conta com a assistência de Sandra Rosado, é Hélia Correia quem se encarrega do texto original deste espectáculo com intervenção de um alargado elenco de intervenientes técnicos e artísticos, entre os quais estão também Pedro Ramos e Miguel Sobral Curado, responsáveis pela composição musical desta criação. 

Dirigido a todo o público maior de 12 anos de idade, este espectáculo tem os respectivos ingressos à venda por um valor de 10 euros ou 7,50 euros com desconto, podendo ser adquiridos via online em oficina.bol.pt e presencialmente nas bilheteiras dos equipamentos culturais geridos pel’A Oficina como o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a Casa da Memória de Guimarães (CDMG) ou a Loja Oficina (LO), bem como nas lojas Fnac, Worten, El Corte Inglés e outras entidades aderentes da BOL.