Clássicos na montanha
Há mais de 60 anos que as Oficinas do Caramulo asseguram o restauro e manutenção dos veículos do museu, conhecido por guardar alguns dos carros mais emblemáticos de sempre, como são os casos do Fort T, o primeiro automóvel produzido em série, ou do Mercedes-Benz que Salazar não quis. Em 2014 a garagem abriu as portas a colecionadores e proprietários privados de automóveis e motociclos clássicos. Restauro mecânico, obtenção de peças, bate-chapa, carpintaria, pintura, instalação eléctrica e cromagem são alguns dos serviços ao dispor dos clientes, que podem ainda aproveitar para uma visita ao Museu do Caramulo, dirigido por Tiago Gouveia.
Descla (D) – Desde 2014 que o Museu do Caramulo abriu as Oficinas do Caramulo a coleccionadores privados. Como tem sido a procura?
Tiago Gouveia (TG) – Tem sido boa, tem havido bastante procura, temos estado muito ocupados em manutenções e restauros.
D – Quais os serviços mais requisitados?
TG – As pessoas têm procurado sobretudo o restauro e a manutenção. Nem sempre é preciso fazer o restauro completo dos veículos, muitas vezes são apenas trabalhos parciais, “isolados”.
D – É possível estabelecer um padrão do colecionador de carros clássicos?
TG – Aparecem algumas pes- soas mais velhas e também temos “jovens de cabeça” (risos), mas no geral temos todo o tipo de pessoas, não é possível estabelecer um padrão. E cada coleccionador tem um ângulo e uma perceptiva diferentes acerca deste mundo dos automóveis clássicos.
D – O mercado dos clássicos registou um crescimento em anos recentes. Como está neste momento?
TG – Para este mercado é preciso alguma capacidade financeira. Tenho a percepção de que tem estado havido uma ligeira redução nos últimos anos, notou-se alguma quebra, pelo menos no que toca à procura de veículos clássicos.
D – Como perspetiva o ano de 2017 para o Museu do Caramulo e para as Oficinas?
TG – Espero que seja um ano de recuperação. Em 2013 tivemos um ano mau, foi o pior ano de sempre em termos de entradas. Em 2014 e 2015 tivemos uma forte recuperação e esperamos continuar nesse caminho.