Frederico Figueiredo vence Clássica e Rafael Silva conquista a Taça
A Taça de Portugal Jogos Santa Casa de Elite teve emoção até ao último metro, com a disputa, neste domingo, da Clássica Aldeias do Xisto, ganha por Frederico Figueiredo (Glassdrive-Q8-Anicolor). O quarto lugar na prova valeu a Rafael Silva (Efapel Cycling) a conquista da Taça de Portugal de Elite.
A corrida de 148,8 quilómetros, entre a Aldeia do Xisto de Mosteiro, em Pedrógão Grande, e a Aldeia do Xisto da Aigra Nova, Góis, começou muito movimentada, mas o pelotão anulou as diferentes escaramuças e manteve-se compacto durante a maior parte da viagem.
Foi já depois da passagem nas duas contagens de montanha intermédias e à entrada dos últimos 20 quilómetros, que se deram as principais movimentações. A Glassdrive-Q8-Anicolor colocou Artem Nych na frente de corrida, obrigando os adversários a desgastar-se na perseguição, até porque o natural da Rússia era um dos homens em condições matemáticas de conquistar a Taça de Portugal.
A meta estava colocada no topo de uma subida de 3700 metros, em que as rampas iniciais eram as mais duras. Foi nesse ponto que Frederico Figueiredo e Mauricio Moreira se juntaram, em cabeça de corrida, ao colega de equipa Artem Nych. Luís Gomes (Kelly-Simoldes-UDO) foi ao choque, porque em caso de um bom resultado também poderia aspirar ao triunfo na Taça de Portugal.
Correndo de forma mais cerebral, a Efapel Cycling colocou os seus trepadores ao serviço da Rafael Silva, que chegava à Clássica Aldeias do Xisto no topo da classificação geral. Na frente, Frederico Figueiredo, apesar de ser o único elemento da Glassdrive-Q8-Anicolor da dianteira que não poderia vencer a Taça, apelou aos dotes de trepador, distanciou-se e venceu isolado.
Frederico Figueiredo conquistou a Clássica Aldeias do Xisto pelo segundo ano consecutivo. Luís Gomes foi o segundo classificado, a 4 segundos, e Artem Nych fechou o pódio do dia, a 5 segundos. Rafael Silva geriu bem as forças, cortou a meta na quarta posição e celebrou a vitória na Taça de Portugal Jogos Santa Casa.
“Assumimos o objectivo de ganhar novamente esta corrida, que diz muito à nossa equipa. É ao colectivo que devo agradecer esta vitória, porque foi a equipa que fez um excelente trabalho antes da subida final. Temos de estar muito orgulhosos pelo que fizemos hoje”, considera Frederico Figueiredo.
Este foi o terceiro ano consecutivo em que Rafael Silva chegou à última prova da Taça na frente da geral. Nas épocas anteriores perdeu sempre para Luís Gomes. Mas à terceira foi de vez e sagrou-se vencedor da edição de 2023 da Taça de Portugal. O que motivou um soltar de emoções no final da corrida.
“Há dez anos, no meu primeiro ano de profissional, já partia para a última prova na disputa da Taça de Portugal. Passado este tempo venci. Demonstra a consistência ao longo de toda a carreira. Era a terceira vez que vinha como líder para o último dia. Hoje era o dia de tudo ou nada. A minha equipa acreditou em mim, não se importando de não vencer a corrida com um trepador puro. Os meus companheiros esperaram por mim na última subida, nas rampas mais duras do início. Aí tinha de me defender, a equipa esperou e levou-me num ritmo constante. Como sou rápido, mas subo minimamente bem, consegui alcançar um grupo de fugitivos nos últimos 300 metros, acabando por fazer o quarto lugar”, explicou Rafael Silva, pouco depois de chorar de felicidade perante as felicitações dos directores desportivos e do patrocinador principal da Efapel Cycling.
O pódio da Taça de Portugal de elite foi encimado por Rafael Silva, com 160 pontos, seguido por Luís Gomes, com 141, e por Mauricio Moreira, com 127. A Glassdrive-Q8-Anicolor venceu a Taça colectivamente.
Pedro Silva (Glassdrive-Q8-Anicolor) foi o vencedor da Taça de Portugal de sub-23, com 151 pontos, seguido por Diogo Gonçalves (Santa Maria da Feira/Segmento D’Época/Reol), com 145, e por Alexandre Montez (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), com 127. A Fonte Nova/Felgueiras foi a melhor equipa de clube.