Fundação Gulbenkian lança projecto de combate à pobreza energética
Setúbal será a primeira cidade a receber o projecto piloto Ponto de Transição, que quer contribuir para uma melhor eficiência energética e um maior conforto térmico nos lares portugueses.
Portugal é o quarto país da União Europeia com mais população a reportar incapacidade de aquecer a casa no Inverno, e o segundo a viver em habitações desconfortáveis no Verão – 1,9 milhão de portugueses não consegue manter a casa aquecida nos meses frios, enquanto 3,7 milhões sofrem com o calor, em casa, durante os meses mais quentes.
Portugal tem, pois, um lugar de destaque no ranking europeu de pobreza energética, com muitos dos seus habitantes a viver em casas muito frias no Inverno ou muito quentes no Verão, em habitações com infiltrações, humidade ou problemas de qualidade do ar interior.
Mas a pobreza energética não afecta apenas o bem-estar. Esta tem também impacto na saúde dos portugueses – um quinto da população vive em casas com infiltrações ou problemas de humidade, que são potenciadores de problemas respiratórios como a bronquite, a pneumonia ou a asma; de referir ainda que Portugal regista taxas de excesso de mortalidade no Inverno muito superiores a países do Norte da Europa como a Finlândia e a Suécia.
De forma a contribuir para uma transição energética mais justa, o projecto Ponto de Transição quer ajudar a combater a pobreza energética das famílias portuguesas.
O projecto “Ponto de Transição” é uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com a Agência de Energia e Ambiente da Arrábida (ENA), com o Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade da NOVA University of Lisbon (CENSE, FCT-NOVA) e com a Associação das Agências de Energia e Ambiente (RNAE), com a colaboração da Câmara Municipal de Setúbal e da Junta de Freguesia de São Sebastião (Setúbal).