Junte-se à SPEA a contar mantas este fim-de-semana

Junte-se à SPEA a contar mantas este fim-de-semana
Fotografia: D.R.

É já no próximo fim-de-semana (dias 1 e 2 de Abril) que decorre mais um Censo de Mantas na Madeira e Porto Santo.

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) desafia os cidadãos da Madeira e Porto Santo a olhar o céu em busca de mantas. As contagens decorrem durante o próximo fim-de-semana, numa iniciativa de ciência-cidadã que decorre desde 2006.

Estão já duas dezenas de cidadãos inscritos neste censo, mas são ainda necessários mais voluntários para prospetar a melhor área possível e conseguir a melhor estimativa possível de quantas mantas existem no nosso arquipélago. A pé, de bicicleta ou de carro andarão a contar mantas (Buteo buteo harterti) pelas estradas da Madeira e Porto Santo.  

“Junte a família e amigos e saia à rua para contar mantas. A metodologia é muito simples, basta realizar um ou mais percursos a pé, de carro ou de bicicleta, anotando quantas mantas observou.”, afirma Cátia Gouveia, coordenadora da SPEA Madeira.

Esta rapina é a maior das três aves de rapina diurnas nidificantes no arquipélago da Madeira, sendo, portanto, de fácil identificação. A sua plumagem é predominantemente castanha, com a parte interior das asas esbranquiçada, com cauda listrada e quadrada. Tanto o bico como as patas são amarelos. Nesta altura do ano, a espécie está na época de reprodução, pelo que se encontram mais activas e vocais.

Com o Censo de Mantas, que decorre anualmente na Madeira e nos Açores, a SPEA acompanha a situação desta espécie, conhecida como milhafre ou queimado nos Açores, manta na Madeira e águia-d’asa-redonda em Portugal continental.

Na Madeira e nos Açores, as mantas podem ser observadas desde as zonas florestais até aos centros urbanos, geralmente em voo ou pousadas em pontos altos de onde possam avistar as suas presas, tais como ratos, aves, coelhos, répteis, anfíbios, insectos e minhocas. Este predador de topo é um verdadeiro aliado no combate a pragas, mantendo o equilíbrio dos ecossistemas. Apesar de ser considerada pouco ameaçada a nível do seu estatuto de conservação, esta rapina sofre com a perda de habitat, envenenamento e electrocussão em linhas eléctricas.

Em 2022, 47 voluntários participaram no censo, que resultou na estimativa de  193 mantas na Madeira e 61 no Porto Santo.  
Segundo Cátia Gouveia, “o sucesso desta iniciativa depende exclusivamente do envolvimento de voluntários, pois só assim é possível ter uma maior cobertura do território onde esta rapina está presente. Já mais de 550 voluntários colaboraram com a SPEA, ao longo de 17 anos, ajudando-nos a obter dados mais concretos sobre esta espécie tão espectacular e emblemática do arquipélago”.

Este fim-de-semana, a SPEA apela aos madeirenses e portossantenses para colaborarem neste censo. É recomendável realizar as contagens entre as 10 e as 14 horas, período coincidente com uma maior actividade destas aves. Depois de concluído o censo, cada voluntário receberá um certificado de participação e será informado dos resultados do censo em primeira mão. Toda a informação sobre o censo encontra-se em www.spea.pt.

“Mesmo que não se tenha inscrito neste censo, se porventura observar alguma manta durante o fim-de-semana, faça-nos chegar o seu registo através do email madeira@spea.pt. Com o contributo de todos podemos ter um retracto mais fiel sobre o estado de conservação das mantas no Arquipélago da Madeira”, informa Cátia Gouveia.