Museu do Oriente Apresenta A Força das Coisas Frágeis
A partir de 14 de Julho, o Museu do Oriente apresenta ao público, pela primeira vez, 128 das mais significativas peças de porcelana da Antiga Colecção Bouza Serrano.
Adquirida em 2019 pela Fundação Oriente ao Embaixador José de Bouza Serrano, esta colecção de porcelana chinesa passa a integrar a exposição permanente do acervo da colecção Presença Portuguesa na Ásia, do Museu do Oriente.
Muito para além do valor estético, a porcelana é veículo privilegiado para contar a história das relações entre o Oriente e o Ocidente, encerrando poderosas narrativas sobre a sua época. A colecção sugere ao visitante uma leitura transversal da porcelana, entre arte, história política e social, de como a elegância pode ser eloquente, da força das coisas frágeis.
Constituída ao longo de cerca de 30 anos de carreira diplomática por José de Bouza Serrano, antigo Embaixador de Portugal e Chefe do Protocolo do Estado, a colecção de porcelana é formada por 170 peças dos séculos XVII a XIX (da dinastia Ming à dinastia Qing). Nela estão representadas várias técnicas de coloração, com destaque para os esmaltes da “família rosa” e os “azuis e brancos”.
Ao gosto europeu, a decoração destas peças é também variada, incluindo motivos florais, paisagens, cenas da vida familiar, mitológicas, fábulas de La Fontaine ou de Esopo e temas chineses.
Através das suas formas, usos e proveniências, a porcelana conta-nos múltiplas histórias sobre as redes de comércio transatlântico, as mudanças sociais na Europa e os discursos de poder e privilégio das cortes. Assim, a consolidação do acervo de porcelana tem sido uma aposta estratégica da Fundação Oriente ao longo dos anos.
O núcleo de porcelana chinesa de exportação do Museu do Oriente é hoje um dos mais importantes do país. Com cerca de 500 peças, distingue-se, quer pelo arco temporal abrangido, quer pela diversidade de tipologias formais, técnicas e decorativas.
Aberta ao público a partir de 14 de Julho, a Antiga Colecção Bouza Serrano é o primeiro de uma série de novos núcleos temáticos a revelar até ao final do ano, e que constituem uma reconfiguração do discurso museológico e museográfico da exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia.