Na Coroa de Portugal
Não há nenhum concelho mais a norte do que Melgaço. O Castelo da vila há muito que vigia quem por aqui passa.
O muro é alto, maciço e imponente. Dir-se-ia que a muralha do Castelo de Castro Laboreiro, no coração de Melgaço, permaneceu intocada ao longos dos séculos. Está acima de tudo e de todos, impondo-se a 1000 metros de altitude, entre as serras de Peneda Gerês, desafiando os planaltos galegos que se avizinham ali perto. O Castelo vigia quem passa por Melgaço já desde a reconquista primitiva do território português. Contudo, pouco se conhece sobre a sua construção.
Sabe-se, no entanto, que o Castelo foi conquistado por D. Afonso Henriques, assumindo um papel fulcral para a formação do país. Mas o auge de Castro Laboreiro, que durante muito tempo foi vila, culminou no reino de D. Dinis, altura em que a fortaleza ganhou o aspecto que ainda hoje tem. Aliás, este monarca dedicou uma atenção particular à criação de póvoas ribeirinhas, reforçando a defesa na raia.
Depois, a importância do Castelo caiu em desuso e não voltou a ser reformado até ao ano de 1979, altura em que foi alvo de restauros. Talvez por isso se possa dizer que o Castelo de Castro Laboreiro envelheceu bem e confere a Melgaço uma graça medieval muito própria.
Um Roteiro Possível
Melgaço tem outras belezas para além do seu castelo. É sobejamente conhecido o vinho verde da região, que se pode provar em locais como o Solar do Alvarinho. E porque não relaxar de seguida no Parque Termal do Peso? Também há propostas para quem gostar de museus: como o Espaço Memória e Fronteira, no qual aprende-se sobre os movimentos migratórios, ou o Museu de Cinema, fruto do amor que o crítico francês Jean Loup Passekse tinha por Melgaço. Anualmente, o Museu exibe o Festival Filmes do Homem e con- tém a colecção pessoal do cineasta.
Texto original de Mariana Rodrigues.