Programação de 2023 do Convento São Francisco quer contribuir para uma centralidade cultural de Coimbra

Programação de 2023 do Convento São Francisco quer contribuir para uma centralidade cultural de Coimbra
Fotografia: D.R.

As propostas para a programação do 1º semestre de 2023 do CSF são muitas e variadas neste novo ciclo deste importante equipamento cultural municipal. Com esta nova programação, a autarquia pretende posicionar o CSF como o equipamento cultural de referência, no domínio das artes performativas, na zona Centro do país, dotando-o de uma identidade programática definida, diferenciadora e impactante, tal como anunciou o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva. A programação apresentada no dia 05 de dezembro, em conferência de imprensa, na Sala D. Afonso Henriques, pretende marcar uma transição significativa, do ponto de vista da identidade e estratégia culturais, relativamente ao histórico deste equipamento municipal, sublinhou o diretor do Departamento de Cultura e Turismo da CM de Coimbra e diretor artístico do CSF, Paulo Pires.

O presidente da CM de Coimbra destacou ainda o facto de a programação anunciada refletir já uma planificação e um pensamento estratégicos de médio-longo prazo, sendo agora disponibilizada, de forma inédita, uma agenda a seis meses (de janeiro a junho), a qual aponta já vários caminhos de futuro que vão para lá desse período temporal. José Manuel Silva lembrou também que, apesar da atual conjuntura, o Convento São Francisco pretende afirmar-se pela sua singularidade infraestrutural, valências e recursos associados e identidade programática, um objetivo transversal à nova estratégia para a cultura que a CM de Coimbra pretende apresentar e imprimir em 2023, numa estreita articulação com a Universidade de Coimbra, o ecossistema cultural e criativo do concelho e o meio empresarial.

 

Destaques de programação

Na música, destaque para a continuidade do Ciclo “Saudades do Brasil em Coimbra”. A autarquia está a aprofundar um trabalho de colaboração e de estabelecimento de parcerias estratégicas com o Brasil, cruzando as áreas da cultura, artes e negócios.  Nesse alinhamento, o CSF criou um ciclo programático assente em espetáculos especiais/marcantes e encomendas (juntando, em encontros inéditos, músicos brasileiros e portugueses), que cruzam as culturas portuguesa e brasileira, explorando criativamente ligações, intersecções e releituras. Logo a 06 e 07 de janeiro, o Grande Auditório recebe, numa reunião em palco inédita, Camané, Ricardo Ribeiro e António Zambujo com poetas brasileiros e acompanhados do ensemble da Orquestra Clássica do Centro; a 23 e 24 de abril, Seu Jorge e Daniel Jobim revisitam a obra de António Carlos Jobim em formato acústico; a 24 de maio, Adriana Calcanhotto faz a estreia mundial do seu novo disco e digressão em Coimbra; e a 11 de junho, Criolo e A Garota Não, numa encomenda da CM de Coimbra, apresentam-se no Grande Auditório do CSF.

A estreia em Coimbra de novos discos de reputados músicos é ainda um elemento diferenciador da programação musical do 1º semestre. O CSF pretende afirmar-se como um espaço associado a estreias nacionais de reconhecidos intérpretes e bandas nacionais com três exemplos já confirmados: Carolina Deslandes (26 e 27 de março); Jorge Palma com convidados - Rui Reininho e Manuela Azevedo (6 e 7 de maio) e The Black Mamba (14 de maio).

O CSF pretende igualmente dar visibilidade aos jovens talentos do concelho de Coimbra, através de processos de residência artística, mentoria/capacitação e realização de concertos com reconhecidos artistas nacionais em várias áreas. É esse mesmo o objetivo do ciclo programático “Carta Branca a…”, que vai acolher Leonor Quinteiro, vencedora do concurso da TVI “Uma canção para ti”, com Rui Massena e a Academia de Música de Coimbra (12 de março); e Filipe Gouveia Melo (piano) com Filipe Raposo e convidados (18 de junho). Por sua vez, o ciclo “Santos de casa fazem milagres” aposta na estreia de discos, estreias absolutas de novos projetos ou de novos formatos de espetáculo com artistas do concelho, que vai levar à Sala D. Afonso Henriques os seguintes nomes: Beatriz Villar (18 de fevereiro); Filipa Biscaia (29 de janeiro); Peixinhos da Horta (05 de maio); Coro das Mulheres da Fábrica (01 de junho) e Susana China (29 de junho).

Já o ciclo “Concílio dos Deuses” pretende trazer a Coimbra figuras de referência nacional e internacional na área da música, na vertente instrumental, em vários estilos/universos. A 15 de janeiro, a Sala D. Afonso Henriques acolhe Manuel de Oliveira (um dos mais renomados guitarristas nacionais), Carles Benavent, Jorge Pardo, Carlos Garcia, Miguel Veras e Quiné Teles, acompanhados do ensemble da Orquestra Clássica do Centro; e a 16 de março é a vez de Olga Kern (uma das maiores pianistas mundiais) acompanhada da Orquestra Filarmónica Portuguesa revisitar a obra de Sergei Rachmaninoff na celebração do 150º aniversário do seu nascimento.

Ainda no âmbito musical, mantêm-se os concertos semanais do ciclo “Café Curto”, em parceria com a Blue House, e toda a estratégia associada na área da música independente. São miniconcertos que decorrem às terças-feiras, às 19h00, no Café-Concerto do Convento São Francisco. Soma-se também o regresso do Festival Lux Interior, pela Lux Records, ao CSF, nos dias 17, 18 e 19 de março.

Já o teatro ganha mais espaço na programação do CSF neste 1º semestre de 2023. Logo a 21 e a 22 de janeiro, Ruy de Carvalho apresenta “Ruy – um retrato autobiográfico”; a 04 e 05 de fevereiro, Ivo Canelas apresenta o monólogo “Todas as coisas maravilhosas”; a 14 de abril, o CSF acolhe uma comédia de Shakespeare “Noite de Reis”, com encenação de Ricardo Neves-Neves; e a 20 de maio, Virgílio Castelo e Maria Elisa Domingues apresentam “Love Letters”. Destaque ainda para o acolhimento de produções do Teatro Nacional de S. Carlos (Ópera ‘L’Elisir d’Amore’ – 04 de maio) e do Teatro Nacional D. Maria II (“O Misantropo” de Molière – 13 de maio).

A dança ganha também uma nova expressão, uma vez que o CSF pretende incrementar e diversificar bastante a oferta nesta área artística e promover a breve trecho, com vários agentes culturais do concelho, a criação de uma estrutura profissional de dança em Coimbra. Realce para: “Romeu & Julieta”, pelo Quorum Ballet com a Orquestra Clássica do Centro (23 de fevereiro); Festival “Abril Dança em Coimbra”, com uma programação renovada e dotada de um novo paradigma; “A Sagração da Primavera”, pelo Quorum Ballet com a Orquestra Clássica do Centro (27 de maio); “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, pela Companhia Olga Roriz (04 de junho); ou “Symphony of Sorrows/Cantata”, pela Companhia Nacional de Bailado (29 de julho).

A par da programação elencada nas várias áreas artísticas, destaque para o Festival Política, que Coimbra vai receber pela primeira vez no 2º semestre de 2023, mas que vai contar com um warm up a 10 e 11 de fevereiro com a participação de Dino D’Santiago (conversa com a comunidade escolar e concerto), de Tiago Pereira (do projeto “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria”), e de Hugo van der Ding (conversa performativa sobre inclusão), que vai contar ainda com uma oficina para pais e filhos sobre inclusão. Já o projeto “Mil Pássaros”, da prestigiada Companhia de Música Teatral, chega a Coimbra, abrangendo todo o universo pré-escolar do concelho na área da arte para a infância, com ações de formação, oficinas, conferências, instalações e espetáculos, tal como revelou a vereadora da Educação, Ana Cortez Vaz, aqui numa articulação estratégica entre as áreas da Educação e da Cultura da autarquia.

No universo expositivo, destaque para a exposição “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril”, que inaugurou no dia 10 de dezembro, mas que se mantém até 25 de abril em vários espaços do CSF. A icónica exposição, comissariada por Álvaro Garrido e que integra o programa comemorativo do 50º aniversário da revolução do 25 de abril, conta a uma ampla e diversificada programação associada, dirigida a vários segmentos da comunidade escolar e ao público em geral.