Teatro e fotografa unidos em “Diário de uma República” da companhia Amarelo Silvestre

Teatro e fotografa unidos em “Diário de uma República” da companhia Amarelo Silvestre

Que teatro se fará a partir do que se vê? Que Teatro resultará do acto de (nos) vermos realmente? São questões que a companhia Amarelo Silvestre levanta no projecto “Diário de uma República” que une teatro e fotografia num projecto único, que será apresentado no Teatro Viriato, na sexta-feira, dia 10, às 21h00, e no sábado, dia 11, às 17h00. 

A peça, que conta com interpretação da actriz Carla Galvão, assume-se como uma reflexão artística sobre o que vão sendo as pessoas e as paisagens de Portugal entre 2020 e 2030 e teve como ponto de partida as fotografias de Augusto Brázio e de Nelson d’Aires. Ambos os fotógrafos fixam as imagens do real já imaginado Teatro, as imagens da República. 

“Olhar é uma motivação maior da Amarelo Silvestre. Olhar para ver. Olhar com o corpo todo. Cansar o corpo, caminhando, caminhando, contrariando o que já sabemos, contrariando o que vemos por ver. O que vemos sem querer. Disponibilizar o corpo para olhar por querer. Ter a sensação de que nunca vimos o que estamos a ver. Sair para a rua com as perguntas todas: Como é que? O que é que? Para que é que? Porque é que? Onde é que? Quando é que?”, afirma Fernando Giestas, co-director Artístico da Amarelo Silvestre, “Fotografar para prolongar o olhar. E o tempo. Levar fotografias para o palco do Teatro e continuar a olhar e a dar perguntas. Quando o espectáculo terminar, não terminam as fotografias. E as perguntas tampouco. O que é aquilo? E aquilo? Enquanto não pararmos de dar perguntas estaremos a olhar”.

A Justiça é o tema foco da I edição de “Diário de uma República”, entendida no seu sentido mais amplo: a justiça das leis, das relações, das construções, da natureza, a justiça do nosso próprio olhar. O projecto contou com a participação de Álvaro Laborinho Lúcio, “sábio cidadão da República, que ajuda a compreender os diferentes domínios desta temática”. 

“Diário de uma República” é uma co-produção do Teatro Viriato, Cine-Teatro Louletano e Teatro Virgínia.