Um Festival MED "Sólido e Pujante" é o que se perspectiva para edição de 2023

Um Festival MED "Sólido e Pujante" é o que se perspectiva para  edição de 2023
Fotografia: D.R.

Em contagem decrescente para o grande dia de arranque, o programa completo da 19ª edição do Festival MED, que irá invadir a Zona Histórica de Loulé de 29 de Junho a 2 de Julho, foi ontem apresentado. Depois da BTL, da Cerca do Convento e do Café Calcinha, o Cineteatro Loulé foi o palco escolhido para o derradeiro momento de divulgação do alinhamento para este ano, numa noite em que a organização quis também oferecer um aperitivo ao público, com um concerto da guineense Eneida Marta.

Da Guiné-Bissau para o mundo e para Loulé, Eneida Marta contou com uma plateia muito especial: 50 guineenses que fazem parte da comunidade do concelho e que foram convidados a juntar-se a este momento.

“A Guiné-Bissau é um país que tem uma relação muito especial com Loulé, fruto da geminação com a cidade de Bissorã, mas também pel numerosa comunidade imigrante que, com o seu trabalho, contribui para enriquecer o concelho. Queremos cultivar estes laços com o país”, considerou Vitor Aleixo.

Um concerto dirigido sobretudo aos seus conterrâneos, mas também aos amantes da música africana. Músicas intercaladas por palavras sobre o contexto socioeconómico do país e as eleições do próximo domingo. “Prometem e não cumprem. No meu país ainda estamos a viver desse mal”, disse a artistas que, tal como muitos dos jovens guineenses, “ainda mantém a esperança de ver uma Guiné-Bissau próspera”.

As estórias de pessoas e de uma nação onde, pelas ruas, a pobreza ainda prevalece, retractadas pela voz de uma das artistas africanas mais genuínas e vibrantes do panorama das músicas do mundo.

A multipremiada Eneida Marta, que é também uma mulher de causas, embaixadora da UNICEF para a Guiné-Bissau, contou neste concerto com a participação especial do cantor de Moçambique, Huca, mais um “furacão” dos PALOPS. Foi sem dúvida um encontro incrível, vivenciado de uma forma muito especial pelos guineenses que estiveram esta noite no Cineteatro Louletano. Uma encomenda para o Festival MED que surpreendeu pela sinergia dos dois artistas e pela capacidade vocal e interpretativa de Eneida e Huca.

Consolidação é a palavra que irá marcar o evento em 2023, tanto a nível de espaços como das valências ou da qualidade artística. Serão alterações pontuais, como o regresso do Calcinha e da Igreja Matriz como palcos, ou a relocalização do Cinema MED para uma nova sala, mas, no geral, a Autarquia quer apresentar um evento “maduro”, lançando o que será a grande celebração: a passagem dos 20 anos, que se assinala em 2024.

“Temos um MED que está sólido e pujante, não só na música que é sempre aquele vector que é muito comunicado, mediatizado, tanto os nomes portugueses como estrangeiros, mas em cada uma das valências, com uma programação bastante heterogénea e com curadoria de muitas pessoas que dão uma qualidade acrescida à programação”, disse aos jornalistas Carlos Carmo, vereador do Município e director do evento.